Capítulo 19

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Aperto o gatilho e nada acontece.

-Tu é maluca,mina?-Vitinho grita se levantando da cadeira e puxando a arma das minhas mãos.-Acha que se eu quisesse acabar contigo,já não teria acabado!?-Vitinho caminha até a sua a mesa,e descarrega a minha arma.As balas caiem sobre a mesa e seus olhos parecem não acreditar no que estavam vendo.Um medo me consome por dentro,talvez ele não quisesse mesmo acabar comigo quando cheguei aqui,mas e agora?Fico perdida em diversos pensamentos e em diversas possibilidades de Vitinho me matar,e volto a realidade quando escuto o som da sua risada.Olho para ele que está um sorriso de lado estampado no rosto.-Meu santo é forte.-ele diz,enquanto eu suspiro e reviro os olhos no mesmo momento.

-Eu só vim buscar o meu o primo.Dá pra devolver ele?-falo praticamente perdendo a paciência.

-Por que a presa?-Vitinho coloca minha arma sobre sua mesa e caminha até mim.

-Porque não tenho nada pra fazer aqui,além de levar o meu primo de volta pra casa.-falo dando um passo para trás.

Vitinho estava prestes a abrir a boca para dizer algo,quando escuto um estrondo na porta que há dentro do escritório.

-O que foi isso?-olho para a porta.-É o meu primo que tá ali?-pergunto encarando o Vitinho e apontando para a porta,mas ele não me responde-Fabrício?Brício,é tu que tá aí?-grito e novamente batem na porta.Não resta dúvida,é o meu primo que tá ali.Caminho até a porta,mas sou impedida de chegar até ela.Vitinho segura meu braço e me prensa contra a parede.-Me solta.-falo entre os dentes.

-Quem fez isso?-Vitinho pergunta após analisar meu rosto por longos segundos em silêncio.Não entendi de primeira a sua pergunta,mas instantes depois tenho certeza de que ele está se referindo aos hematomas em meu rosto,já que saí correndo de casa sem nem tempo de passar um corretivo.

-Não interessa!-falo prontamente virando meu rosto.Me debato para tentar me soltar do Vitinho,e ele me segura mais forte e me rouba um selinho.O olho sem entender o que ele acabara de fazer,e pelo seu olhar,o vi se auto repreender pelo ato.O silêncio nos domina por longos segundos,minha respiração está ofegante demais,e tenho quase certeza de que dá para ver minha blusa subindo e descendo em um certo ponto,por conta do meu coração saltitante.

O silêncio é quebrado quando há outro barulho forte na porta,e com consequência disso,Vitinho me solta e eu corro sem pensar duas vezes para abrir aquela porta e tirar meu primo dali.

-Lana,eu falei pra tu não vim.-Brício diz assim que entrei no banheiro,onde estava escondido,tirando o pano amarrado em sua boca.

-Relaxa.Vamos embora.-digo ríspida,desamarrando suas mãos.

Fabrício se levanta e saímos do banheiro rapidamente.Não olhei para aquele otário do Vitinho.É uma verdadeira palhaçada o que ele havia feito hoje:"Sequestrar" o meu primo na intenção de me tirar do meu morro,me fazendo correr perigo no morro dele e me roubar um selinho!?É realmente um grande otário.

-É sua.-Vitinho nos faz parar estendendo a minha arma e apontando para a inicial do meu nome gravada na pistola.

Pego minha arma sem dizer uma palavra,e a prendo na cintura.Saio do escritório e coloco o gorro da blusa sobre minha cabeça.

Desço aquele morro praticamente correndo,com o Fabrício tentando alcançar meus passos rápidos.

-Desculpa?Sério Alana,não queria que tu corresse esse perigo de novo.-Fabrício diz.

-Então toma mais cuidado da próxima vez!-digo.

A moto do meu pai estava no mesmo lugar onde eu havia deixado,porém estava rodeada de malandros.Chego espantando aqueles caras,que resmungam algo para mim que não dei atenção alguma.Coloco o capacete na minha cabeça,que por incrível que pareça continuava ali.Acelerei a moto.Arranquei com a mesma rumo a minha preciosa comunidade.

Em menos de dez minutos,correndo e ultrapassando qualquer veículo a minha frente,deixei o Fabrício em casa,e voei para a minha,rezando para o meu padrinho não me veja.

Coloquei a moto na garagem e guardei a chave em seu devido lugar.Subi para o meu quarto e guardei a minha arma na parede falsa atrás da minha penteadeira.Me joguei na cama,fechei meus olhos e suspirei.

O dia foi tão cansativo,que adormeci em segundos.


A Dama & O Vagabundo Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora