Capítulo 44

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Meu pai está sendo ridículo!

Limpo as lágrimas em meu rosto com as mãos,quando o meu celular apita avisando a chegada de uma mensagem e quase no mesmo instante,alguém bate na porta do meu quarto.

-Quem é?-pergunto.

-Sou eu.-a cabeça do Ferrugem aparece na pequena  fresta da porta aberta por ele.

-Pensei que tu fosse só me vigiar quando saísse de casa.-digo irônica.

-Eu só vim ver se estava precisando de alguma coisa.-ele diz adentrando por completo em meu quarto.

-Preciso.-falo e ele me olha para que desse continuidade.-Preciso que tu pare de participar dessa palhaçada que meu pai está fazendo.

-Não posso!-Ferrugem diz irado.

-Pensei que fosse meu amigo.-me viro,ficando de costa para ele.

Mais uma mensagem  chega em meu celular.

-Eu sou,mas teu pai é o patrão.Não posso desobedece-lo.-sinto Ferrugem sentar em minha cama.-Tenta entender.

-Não vou tentar nada!-me viro para ele.-Se quiser ir embora,pode ir.Não vou sair de casa hoje.

Ferrugem simplesmente se levanta e sai do meu quarto quieto.

Não sei porque ele está agindo assim.Sempre fomos amigos,apesar dele ser meu professor de tiros.Nunca se passou na minha cabeça que meu pai pudesse colocar alguém como segurança para mim e Ferrugem for o escolhido e aceitar.

Ele podia ter recusado em nome da nossa amizade!Se é que tínhamos isso.Talvez apenas fosse o que eu pensava.

Fico tão entretida em meus pensamentos que acabo esquecendo que havia chegado uma mensagem meu celular.

Pulo da cama agarro meu celular em cima da penteadeira.Desbloqueio a tela e vejo duas mensagens do Vitinho.

Abro a primeira mensagem.

To aqui na portaria do prédio do teu avô.Desce aí.

Leio,e abro a segunda.

Cadê você?Tu precisa avisar o porteiro que eu realmente sou seu namorado.Ele me acha um mentiroso e não me libera a entrada.

Rio da última mensagem.Realmente tenho que avisar ao porteiro que Vitinho é meu namorado.

Digito uma mensagem para ele.

Eu voltei pra casa,mas estou com alguns problemas.

Envio.

Quais?Quer me encontrar pra poder me contar?Te busco em cinco minutos.

Ele me responde em poucos minutos.

Esse é o problema.Não posso te ver.

Digito e envio.

Meu celular começa a tocar.Era Vitinho me ligando.

-Como aceitou voltar pra tua casa,sabendo que não podia me ver?-ele diz ao atende-lo.Sinto raiva em sua voz.

-Será que posso explicar!?-digo com raiva.

-Deve!-ele cospe a palavra.

-Meu pai aceitou nosso "namoro",mas quer conversar com você.-digo.-Até terem essa conversa,eu terei um segurança na minha cola.O tempo todo.

-Ótimo!Diz a ele que amanhã mesmo podemos ter essa conversa.-Vitinho se apressa.

-Vou avisa-lo.-desligo o telefone e corro para o quarto dos meus pais.

Bato na porta que está fechada.

-Entra!-escuto minha mãe gritar.

Abro a porta e adentro no quarto.Meus pais estão deitados na cama.

Minha mãe está lendo um livro,enquanto meu pai mexendo em seu celular,provavelmente jogando alguns de seus joguinhos de tiro.

-Pai.Vitinho disse que amanhã mesmo vocês podem conversar.-digo sem delongas.

-Amanhã não tem como.-ele diz sem nem ao menos olhar para mim.-Vou receber uma encomenda grande e vou passar o dia inteiro na lojinha.Marca pra outro dia.

-Tudo bem.-suspiro desanimada.

Saio do quarto cabisbaixa.

Mais que saco!

Volto para o meu quarto,e aviso Vitinho.Ele também não gostou,mas a única coisa que nos resta,é marcar para outro dia.


A Dama & O Vagabundo Vol.2Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt