Capítulo 33 (Extra)

43.4K 2.8K 1.1K
                                    

Agnes narrando...

Recebi o convite do meu pai nos chamando para um jantar em sua casa.Pensei em recusar por estar um pouco indisposta,mas já faz algum tempo que não visito meu pai e esse jantar pode ser um bom momento para dar a minha boa notícia à ele,que mais um neto ou uma neta está caminho.

Aviso ao Lorenzo sobre o jantar que teríamos na casa do meu pai,e meu marido aceita em me acompanhar sem nenhuma cerimônia.

Alana não está em casa.Essa menina está cheia de sair para os lugares sem me avisar.Preciso ter uma conversa com ela.Não dá para inventar sempre boas mentiras para o Lorenzo.O meu vagabundo é bem inteligente.

Lorenzo chegou do "trabalho" e me chamou para um simples programa em casa:assistir filme juntinhos.

Entre uma cena e outra,eu tirava pequenos cochilos.Gravidez dá um sono.

Escuto Lorenzo falando com alguém,e eu abro meus olhos vendo a Alana,parada perto da porta.Lori avisa a ela sobre o jantar e eu complemento avisando sobre o horário.Assim como todas as mulheres,minha princesinha demora demais para se arrumar.

A quase sete da noite,tomo um banho demorado.Lavo meus cabelos e saio do banheiro enrolada em minha toalha.Pego meu secados e minha prancha e ajeito meu cabelo,fazendo algumas ondas sobre os fios.

Caminho até meu armário,e escolhi um dos meus bons vestidos e agradeci aos céus por minha barriga ainda estar pequena.Senão,teria um crise estérica por não ter o que vestida.

Sem muito pontualidade,às oito e dezesseis estávamos saindo de casa.Lorenzo estava maravilhoso vestido com uma calça jeans um pouco colada,uma camisa polo e um tênis de cano alto.Se Alana não estivesse conosco,juro que agarraria meu marido dentro do carro e teríamos uma ótima rapidinha.

Malditos hormônios.

Seguimos para a casa do papai conversando e escutando as músicas do grupo favorito da Alana,Pacificadores.

Assim que apertei a campainha da casa do meu pai,Elaine nos recebeu com uma alegria bem visível.E claro,que eu também estava pra lá de alegre em revê-la,tenho Elaine como uma mãe.Até porque,ela fez esse papel de mãe desde que perdi a minha mãe,e pode ter certeza que Elaine em nenhum momento fugiu do roteiro.

Ao nos dar passagem para entrarmos,Alana saltou na nossa frente e entrou na casa do seu avô.

Lorenzo passou uma das mãos em minha cintura,e entramos.Elaine fechou a porta atrás de nós.

Escutei Alana dar um "Olá" tão alto que até estranhei,mas ao chegar na sala,vi quem eu menos esperava sentados no sofá.

-Eu vou embora.-Lorenzo se vira,mas eu seguro seu braço.

-Já estamos aqui,temos que ficar.-sussurro para ele.

-Se eu ficar,até o final da noite eu estrangulo aquele cara.-Lorenzo fala entre o dentes.

-Lorenzo por favor,se controla.-aperto meus lábios encarando seus olhos.

-Eu vou tentar.-Lorenzo volta a agarrar minha cintura e caminhamos para dentro da sala.

Assim que nos vê,papai caminha em nossa direção e nos cumprimenta.Vejo por cima dos ombros do meu pai Alana saindo da sala com Tony e Maia,e João e Sam cochichando algo.

Não tenho tanta raiva por João ter me colocado belos par de chifres,mas tenho raiva por Sam,minha melhor amiga,tê-lo ajudado com isso.

-Fico muito feliz que veio,Lorenzo.-meu pai aperta a mão de Lorenzo e com a outra mão bate em seu ombro.-Veja querida,chamei João e Sam para o jantar,lembro que vocês eram bem grudados nos tempos de escola.

-É.Nós éramos.-dou ênfase na palavra "éramos".

-Você e Sam deve ter muito o que conversar.Vocês sempre foram melhores amigas,né?

-Sim,mas isso foi no passado,né papai?Sam e eu,passamos muito tempo sem contato,então acho que somos quase que desconhecidas agora.E não faço questão que tenhamos algum laço de amizade.

-Sua língua ficou bem afiada nos tempos que não tivemos contato querida Agnes.-Sam fala com um ridículo tom de deboche,e acho que não vai ser só o Lorenzo em tentar  se controlar nesse jantar.

-É muito bom revê-la,Agnes.-João se levanta e caminha até mim.Ele beija minhas bochechas como um bom carioca,e escuto Lorenzo pigarrear.-Viu só,nossos filhos são ótimos amigos.-ele aponta para o escritório com a porta aberta e nossos filhos conversando entretidos.

-Não posso negar que seus filhos são ótimos pessoas.Eu adoro recebe-los em casa.-digo olhando para as crianças,que não são tão crianças assim,mas é como dizem,os filhos nunca crescem para os pais.

-O que você disse?-Sam se levanta do sofá e caminha até parar ao lado de João.

-Que ao contrário de vocês,Tony e Maia são ótimas pessoas.-sorrio cinicamente.

-Eu perguntei sobre a outra parte.-Sam diz ríspida.

-Eu adoro que Tony e Maia,vão a minha casa.-falo o que ela queria ouvir e parece que Sam vai explodir a qualquer momento.

-Eu não acredito que meus bebês estão frequentando uma favela!-Sam fala tentando controlar sua respiração.-Você ouviu isso,João!

-É claro que sim.-João olha para Sam.-Aposto que a ideia de frequentar a favela foi de Tony.Esse moleque parece não ter meu sangue com essas atitudes!

-Qual problema de frequentar a comunidade?-papai pergunta.

-Qual o problema,senhor Mendonça?-Sam ri nervosamente.-O problema que meus filhos estão frequentando o lugar poluente de drogas,armas,prostituições e muitas outras violências.

-Tu deve assistir muitos filmes para ter uma mente tão fértil como essa.-Lorenzo se levanta do sofá e para atrás de mim.Seguro sua mão e aperto-a leve.Não quero que ele se estresse. 

-Não dirija palavras à mim.-Sam dispara e sinto bufar.

Rezo em pensamentos para que meu vagabundo se controle.

-Não pensei que fossem tão preconceituosos.-papai diz em bom tom.

-Não é preconceito,senhor Mendonça.-João caminha até meu pai e sua maneira de falar soou tão "puxa saco"-Só estamos preocupados com a segurança de nossos filhos.

-Em vão.A preocupação de vocês são em vão.Lorenzo é bem competente e sabe como ninguém administrar aquela comunidade.Diferente de você João,que em menos de dois meses afundou a empresa de seu pai.

-Não toque na minha ferida.-João se irrita.-O senhor sabe o quão triste foi ver o sacrifício do meu pai indo a baixo por minha culpa.

-Não julgue o meu genro.-papai suspira.

-Eu gostaria muito de ficar para o jantar,mas depois desse acontecimento ridículo,perdi toda minha fome.-falo lançando um rápido olhar para Sam.

-Eu quero que fique,Agnes.E Lorenzo também.-papai segura a minha mão.

-Eu não estou me sentindo muito bem pai.Deixa para outro dia,quando João e Sam não estiverem aqui.-falo e escuto Sam retrucar algo que não entendi muito bem.

-Dê a notícia à ele pelo menos,minha dama.-Lorenzo diz.

-Que notícia?-papai pergunta curioso.

-Estou grávida.-sorrio toda boba ao falar.

-Que ótima notícia!-meu pai sorri e me abraça.

A Dama & O Vagabundo Vol.2Where stories live. Discover now