Capítulo 37 (Extra)

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Lorenzo narrando...

Deixei a Agnes dormindo,e fui pra lojinha.Tenho que resolver um grande problema.Temos muito devedores,e isso está atrapalhando muito nossos lucros.

Pego minha moto na garagem e desço até a lojinha.

Chego em menos de cinco minutos no meu escritório.

-E aí.-cumprimento o Ferrugem,que está sentado na pequena sala da lojinha.

-Preciso falar contigo.-ele se levanta.

-Adianta o assunto.-peço.

-Preciso de armas novas.-ele diz.

Ferrugem é filho de um amigo atirador e bom de mira.Esse garoto é um moleque de ouro,posso dizer.

-Vou arranjar.-digo e entro no escritório.

Sento na minha cadeira,e coloco minha arma em cima da mesa,embora Agnes odeia me ver carregando uma arma de um lado para outro comigo.

Pego o caderno da gaveta da minha mesa e verifico os caloteiros.

Faço uma lista cheio de nomes,e chamo o Rafinha no rádio.Para que ele venha no meu escritório agora.

-Qual a missão,chefe?-Rafinha entra na minha sala,já animado mesmo sem saber o que te espera.

-Vá cobrar.Todos que estão nesta lista.-entrego a ele o papel.O mesmo rola os olhos sobre a folha em sua mão e arregala os olhos.

-Tudo isso?-ele pergunta e me encara.

-Posso pedir pra outro.Tu quem sabe.-dou de ombros e estico meu braço para pegar o papel.

-Não.Eu vou.-Rafinha diz determinado e sai da minha sala.

Agora preciso resolver o problema do Ferrugem.Preciso arranjar armas.Novas e boas.

Lembro-me que tenho um contato ótimo para conseguir o que quero,mas não me recordo onde deixei o número de telefone de James.Um gringo contrabandista de mão cheia.

Começo a procurar pelo seu cartão em toda parte.

-Aí cartãozinho,aparece pra mim porra!-resmungo enquanto arranco vários papeis e objetos de dentro das gavetas da minha mesa.

Não encontro nada ali.Jogo tudo que tirei da gaveta dentro dela e levanto meu olhar.

-Quem te deixou entrar aqui garota?-me assusto ao ver uma garota na minha sala.Nunca vi mais gorda e nem mais magra.-Pode vazando daqui.Não tem nada do seu interesse aqui.-digo e vou em direção a porta para abrir-la.

-Mais do seu tem.-ela diz e eu a encaro.Parando de fazer o que estava prestes.-É sobre a sua filha.

Porra!O que tem a Alana?O que aconteceu com a minha princesinha?

Me desespero e me sento na minha cadeira.

-O que tem a minha filha?-pergunto.-De onde a conhece?

-Meu nome é Talita e eu moro na Rocinha.A sua filha esteve lá,há mais ou menos um mês para pagar a dívida do primo,Fabrício.E desde então,ela está encontrando com o meu namorado.-vejo a garota transparecer raiva em suas últimas palavras.

-Não tenho culpa da minha filha ser linda e roubar teu namorado.-rio.

-Sabe quem é meu namorado?-ela pergunta se debruçando sobre minha mesa.

-Tony?-eu pergunto.Depois Alana diz que eles são apenas amigos.Olha só pra isso,a mina do cara tá aqui reclamando pra mim.

-Não.Vitinho.-a garota bufa.E eu congelo.Ela mora na rocinha e o único que conheço de lá com esse nome é o filho do Bertão.Nãoo,a Alana não pode estar fazendo isso.Minha filha é inteligente demais.-É isso mesmo.Sua filha está encontrando com Vitinho,o filho do Bertão!O cara que quer ver sua cabeça rolando morro abaixo.-ela dispara.

-Cala boca!-seguro seu braço e chacoalho.-Tu não sabe o que diz.Está mentindo pra mim.-a solto.-Vá embora da minha comunidade,e diz ao Bertão que o plano dele de me atrair,não deu certo.

-Eu não estou mentindo!-Talita grita estérica.Mina adolescente é foda.-Não foi o Bertão que me mandou aqui,eu vim por minha própria vontade!-ela suspira.-Eu vou embora,mas se quiser ver com teus próprios olhos,eu vi a mensagem que a Alana enviou para o Vitinho mais cedo,e ela vai lá durante a tarde.

Não digo nada e abro a porta pra garota.Ela sai em silêncio,eu bato a porta fortemente atrás de mim.

Eu não posso confiar em uma estranha,mas Alana não tem parado em casa durante esses dias.Porra!Minha filha não pode estar namorando o filho do cara que matou os meus pais.

Me jogo na minha cadeira e tento relaxar.Tento esquecer o que aquela garota me falou e me convencer de que minha filha não tem nada com aquele rapaz.

Eles estão se encontrando.Ela o vai ver hoje.

Mais que droga de consciência!Soco a mesa.Eu não consigo esquecer,e não vou conseguir descansar até ver que isso é mentira. 

                                                                                          ***

Já são quase uma da tarde.Alana já deve ter chegado na escola.Eu vou interrogá-la e não vou parar até conseguir a verdade dela.

Saio do escritório e pego minha moto.Vou correndo pra casa.

-Alana!-grito ao entrar em casa.

-Oi meu amor.-Agnes grita da cozinha.-A Alana não chegou ainda da escola.

Vou até a cozinha,onde minha dama está fazendo o almoço.

-Já são uma da tarde.-falo olhando no relógio em meu pulso.

-Ela deve ter ido a outro lugar.-Agnes diz despreocupada.Ah se ela soubesse a pilha de nervos que estou.

-Que outro lugar?-pergunto.Será que Agnes sabe?Argh!O que eu estou fazendo,desconfiando da minha dama.Sou um otário.

-Sei lá,Lorenzo.-ela me olha confusa.-Você conhece sua filha,nunca dá satisfação de nada.

Passo as mãos por entre os meus cabelos.

-O que foi?Está preocupado com alguma coisa?-Agnes passa sua mão em meu rosto e me olha de maneira de preocupada.

-Nada,minha dama.Eu fico preocupado,não do que Bertão é capaz.-tento acalmá-la,mas acho que não deu certo,porque vejo a feição de preocupada da Agnes se transforma em desespero.

-Ele está ameaçando a minha filha,Lorenzo?

-Não minha dama.Ele não está fazendo nada,é só preocupação de pai.-digo e a abraço.Agnes me aperta forte.-Vamos almoçar,daqui a pouco a nossa princesinha está de volta.

                                                                                     ***

14:00....15:00....16:00....17:00....18:00.

Porra!Cadê a Alana?

-Lorenzo,está acontecendo alguma coisa?-Agnes me tira da transe.

-Eu já disse que não,Agnes.Eu preciso sair.-saio de casa,e tenho certeza que quando eu voltar,Agnes vai querer me matar.

Tiro o carro da garagem e vou rumo a Rocinha.Não sei o que vou fazer com Alana se isso for verdade,mas eu confio demais na filha,e eu indo até lá,vai ser uma perda tempo.Tenho certeza.Mais vou para me sentir seguro.

Estaciono o carro um pouco distante da entrada da comunidade inimiga,e espero.Caso vejo Alana saindo de lá,corro com meu carro pra lá,e a jogo dentro do veículo.


A Dama & O Vagabundo Vol.2Where stories live. Discover now