Capítulo 12

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Em menos de vinte minutos meu amigo estacionava a sua moto ao pé do morro da comunidade inimiga.Não é toa que ele é um dos pilotos de fuga preferido do meu pai.

Desci da moto e entreguei meu capacete para o Mateus.

-Espera aqui.Eu já volto.-falo colocando o capuz da blusa,e escondendo minha identidade.

-Tu vai subir sozinha?-Mateus me encara.-Tu é muito maluca mesmo em garota!

-É coisa rápida,Teus.-falo ajeitando a mochila em minha costa.-Boa sorte pra mim.-rio e começo a subir o morro o sozinha.

A comunidade não era tão diferente da nossa,era praticamente tudo igual.Casas amontoadas,bares lotados,funk's ligados no último volume e pessoas dançando loucamente sem parar.

Passo em frente a um bar e as pessoas me encaram.Sigo em frente atenta a qualquer movimento estranho entre o pessoal.Aumento um pouco meus passos quando sou surpreendida.

-Quem é você?-uma garota para a minha frente me impedindo passagem.

-Não importa.-digo com as mãos no bolso do meu moletom,e a garota sem pensar duas vezes arranca meu capaz.-Ta maluca!?

-O que a princesinha do Lorenzo quer aqui?-a garota diz totalmente surpresa.

-Não te interessa.-falo prontamente.

-Olha aqui,tu pode mandar naquele morro do teu pai,mas aqui tu não vez!-a garota praticamente grita.

-Eu vim falar com o Vitinho.-digo de uma vez por todas.

-O que tu quer com meu namorado?-a garota pergunta.

-Tu quer saber demais!Vai chama-lo.-perco a paciência.

-Garota,tu é muito abusada.Eu vou te mostrar aqui quem manda sou eu.-ela segura meu braço e o aperta fortemente me balanço e me empurrando bruscamente para trás,me fazendo cambalear e quase cair sentada no chão.E é claro que isso não ficaria assim.Assim que recupero,vou para cima da garota ridícula.

-Que porra é essa aqui,Talita?-uma voz grave e uma barulho de motor de moto para próximo a nós.

-Tu não vai acreditar quem é essa garota.-Talita me puxa me colocando a sua frente,enquanto meu olhar é baixo o suficiente para não ninguém me reconhecer escondida atrás do meu capuz.

-E quem é?-a voz desconhecida de um rapaz pergunta.

-A princesinha do Lorenzo.-Talita ri.

-Que piada sem graça,Talita.Tá me achando com cara de bom humor hoje?-o rapaz diz.

-É sério.-Talita confirma.-Tira esse capuz.-ela ordena.Faço o que ela pede,tirando apenas a metade do capuz,e vejo o rapaz jovem com a barba por fazer me observar e parecer estar processando o que seus olhos estavam vendo.

-O que tu quer aqui?-o rapaz me pergunta.

-Eu já perguntei,mas ela não quis falar.-Talita responde antes mesmo que eu pudesse abrir a boca.

-Cala boca Talita!Deixa ela responder.-o rapaz grita me fazendo estremecer discretamente.

-Vai se fuder,Vitinho!-Talita xinga o rapaz,vulgo o tal Vitinho e sai bufando.

-Preciso falar com tu.-respondo por fim a sua pergunta.

-Vamos para o meu escritório.-Vitinho diz e começa a subir o morro.O sigo.

Caminho por entre aquela comunidade inimiga,e não posso nem imaginar se meu pai souber que estive aqui algum dia.E eu não posso nem imaginar também,o perigo que estou correndo aqui.

Após cinco minutos,entramos no escritório do Vitinho.Não era tão grande como o do meu pai,mas era bem aconchegante.Assim adentramos,o Vitinho fechou a porta atrás de si e passou para trás de uma mesa presente na sala.Em seguida eles apoiou as mãos na mesa e arqueou seu corpo um pouco para frente.

-E então o que tem pra falar?-Vintinho pergunta e puta que pariu,como ele é otário.A maneira como fala,a roupa que vesti e o modo em que encara as coisas.Um otário que se encaixe em todos os níveis.-Aproveita que eu to de bom humor e não pipoco esta tua cara.-otário.Mil vezes otário.

-Eu vim te entregar essa grana e quitar a dívida do meu primo Fabrício.-jogo a mochila em cima da sua mesa.-Espero que seja o suficiente pra tu não relar mais nenhum dedo nele.

Vitinho se joga na cadeira atrás de si e abre a mochila.Ele começa a arrancar os dinheiros enrolados em elásticos de dentro da bolsa,e sinto um calor naquela sala.Arranco meu capuz e repuxo as mangas do meu moletom para cima.

-Aqui tem mais que o suficiente.-Vitinho diz rindo e levantando o olhar.Nossos olhares se cruzam e no mesmo instante ele para de ri,e analisa atentamente meu rosto.

-Era só isso que eu vim fazer aqui.-falo e apoio minhas mãos na mesa e arqueio meu corpo para frente.-Tu tem sorte que eu estou de bom humor e não acabo contigo agora.-falo dando ênfase no 'bom humor',e saio daquele escritório batendo a porta atrás de mim.Suspiro.Abaixo as mangas do meu moletom,e coloco meu capuz.

A Dama & O Vagabundo Vol.2Where stories live. Discover now