Capítulo 47

33.4K 2.7K 368
                                    

Depois de rodar pela cidade,o carro entrou em um estacionamento abandonado e parou.

Fiquei observando o rapaz que saiu do carro me deixando sozinha.O rapaz ligou o alarme do veículo.Ele passou para o outro lado,ficando parado a porta de trás de passageiro,tapando minha visão,quando outro rapaz se aproximou do carro.Apenas enxergava suas silhuetas,e vi que o rapaz lhe entregou a chave do carro.Em seguida o barulho do alarme sendo desarmado soou e as portas foram destravadas.Fechei os olhos com medo da hora da minha morta.

A porta se abriu e alguém entrou.

-Porque está com os olhos fechados?-ele perguntou.Eu conheço essa voz.

-Você?Eu não acredito que me faz passar por isso!?-comecei a dar vários murros no peito de Vitinho.

-Eu só queria te ver.-ele se defendo segurando meus pulsos.

-Porque não me avisou?-pergunto.-Tu quase me matou de susto!Pensei que iriam me matar.

-Só queria fazer uma surpresa.Por isso não contei.-Vitinho se explica.

-Tudo bem.-suspiro.-Só não faça mais isso.

-Não faço mais.-ele diz e me beija.

Confesso que gostei dessa surpresa do Vitinho,já estava morrendo de saudades dele.

O carro estava apertado demais para nós dois.Não conseguia me movimentar direito,sem contar o calor que estava lá.

-Será que não podemos sair daqui?-pergunto.

-E irmos pra minha casa?Claro,meu amor.-ele diz me fazendo rir.

                                                                                             ***

Estou deitada sobre o peito de Vitinho e ele mexendo em meu cabelo.Seu quarto está escuro,por conta das cortinas estarem fechadas.

-Vitor!Vitor,abre a porra dessa porta!-alguém esmurra a porta.

-Quem é?-pergunto encarando Vitinho que está assustado.

-Meu pai.-ele se levanta.-Não sai daqui.

Vitinho sai do quarto e caminha até a porta da sala.Ele a abre a porta e seu pai entra como um furacão.

Fico escondida próximo a porta do quarto.

-Porque não me contou o plano?-seu pai pergunta.

-Que plano?-Vitor o olha surpresa.

-Usar a princesinha do Lorenzo pra acabar com ele.-o velho diz.-Tu é gênio,filho.

-Não estou usando ninguém.-Vitinho diz prontamente.

-Talita me contou tudo.-seu pai se jogo no sofá.-Agora é só me dizer,quando é que vamos dar o bote.

-Não vamos dar o bote em ninguém!-Vitinho se exalta.-Eu não estou armando nada.

-Então Talita mentiu pra mim?-ele pergunta mais pra si mesmo.-Tu não tá namorando a princesinha do Lorenzo?

-Eu estou,mas não por vingança.-Vitinho diz.-E o que essa Talita continua fazendo na comunidade.Eu mandei ela sumir daqui.

-Não vai me dizer que se apaixonou pela princesinha?-seu pai pergunta frustrado.

-Não lhe devo satisfação.-Vitor diz.-Tu vai ficar aqui?-o homem não diz nada.-Beleza,to vazando.

Vitinho sai da casa.

Será que ele esqueceu de mim?

Não demorou muito para o Bertão sair da casa também.O que me fez ficar aliviada.

Em poucos segundos,Vitor volta e entra no quarto.

-Pensei que esqueceu de mim aqui.-falo.

-Não.-ele diz.Dava pra notar em sua voz,a raiva.

-É melhor eu ir embora.-digo pegando minhas roupas jogadas no chão e me vestindo.-Tenho certeza que se demorar mais um pouco,meu pai não vai querer conversa comigo,vai querer me matar.

-Eu te levo até a comunidade.-Vitinho sai a procura da chave do carro.-Alana,quando é que teu pai vai conversar comigo?Tu tá correndo risco demais.Meu pai já tá sabendo de nós.

-Vou falar com ele de novo.-entrelaço nossas mãos.-De hoje não passa!

Vitinho beija minha testa e entro no carro.

                                                                                              ***

Subo o morro tranquila.Alguns moradores me cumprimentam no caminho e eu sorrio.

Chego em casa e abro a porta.E me arrependo no mesmo instante.Meu pai e Ferrugem estão na sala e alguns caras que trabalham com meu pai também.

-Tu estava com Vitinho,Alana?-meu pai se levanta.

-Tu disse que eu podia vê-lo longe dos teus olhos e dos olhos Ferrugem.-arrebato.

Meu pai me encara furioso.

-Já viu como Ferrugem está?-ele aponta para Ferrugem que está com um belo machucado na cabeça.

-Sinto muito Ferrugem,mas se meu pai não me enrolasse tanto,isso não teria acontecido.-digo.

-Eu não estou enrolando.Não tenho culpa dos contratempos que surgem em minha vida.-meu pai tenta se defender.

-Então eu espero que hoje não tenha nenhum contratempo na tua vida e que você e Vitinho possam ter essa conversa hoje.-falo rápido demais.

-Depois de tudo isso que o Vitinho fez com Ferrugem,ele ainda acha que vou querer conversar com ele hoje!?-meu pai diz como se estivesse inconformado.

-Acha não,porque você vai.-falo determinada.

-Mete a louca não,Alana.Quem manda aqui,continua sendo eu.-meu pai dispara.

-Tudo bem,pai.Mais se tu não ter essa conversa com Vitinho hoje,eu arrumo as minhas coisas e vou embora.E não pense que vou pra casa do meu avô,porque eu vou fugir com Vitinho e nunca mais me verão,entendeu?-grito e subo as escadas.

-Você vai falar com esse moleque hoje,Lorenzo.-escuto a porta se abrir e minha mãe gritar com meu pai.-Alana,não pode fugir.Eu quero minha filha perto de mim.

Minha mãe começa a chorar.Tenho vontade de ir até ela e abraça-la,mas se fizer isso,meu pai vai ver minha fraqueza e não vai me levar a sério.

Subo para o meu quarto e me tranco lá.Sei que minha mãe está bem cuidada nas mãos de meu pai.




A Dama & O Vagabundo Vol.2Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang