Capítulo 49

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Acordei às seis da manhã com meu despertador.Me levantei da cama e caminhei até o banheiro.Tomei um rápido banho.Me arrumei e arrumei minha bolsa com os materiais que irei usar nas aulas de hoje.

-Bom dia!-digo animada ao ver meus pais e Tony.

-Bom dia.-mamãe e Tony falam em uníssono.

-Parece animada.-meu pai diz.

-Pareço não.Estou!-sorrio e me sento virando um pouco de suco em meu copo.

Termino meu café e coloca o copo na pia.

-Vou esperar vocês na saída da escola.Não vão esquecer de mim.-falo antes de sair da cozinha.

-Pra que?-meu pai pergunta se fazendo de desentendido.

-Tu vai conversar com Vitinho e eu quero ir junto.-falo.

-Não iremos esquecer.Pode ir tranquila para a escola,filha.-minha mãe me manda um beijo.

-Ok.-sorrio lhe mandando um beijo.-Cadê o Ferrugem?

-Dei folga à ele.-meu pai responde.

-Tá certo.-aceno para eles e saio de casa.

Vou caminhando sozinha pelas ruas,já que não encontrei nenhum dos meus amigos.

A escola está mais lotada que o normal,porém está tranquila.Passo pelos portões e vou direto para minha sala.Sento-me em meu lugar e respiro fundo.Aulas chatas vão ser minhas companheiras durante está manhã.

                                                                                            ***

Acho que nunca desejei tanto que as aulas acabassem rápido.

Quando o sinal soou indicando que era hora de ir embora,meus materiais já estavam todos dentro da minha bolsa.

Dei um breve aceno para Lari e saí da sala desesperada até o portão.O carro do meu pai já estava lá.Atravessei a rua e entrei no veículo.

-Podemos ir!-não consigo esconder minha ansiedade.

Minha mãe sorri,meu pai me olha pelo retrovisor e revira os olhos.Em seguida acelera o carro e segue rumo a praia.

Não demoramos para encontrar o quiosque 101.Já que enxerguei de longe Vitinho mexendo em seu celular.

Salto do carro sem antes mesmo do meu pai estacionar direito o veículo.Ele resmungou algo,mas eu não tinha tempo para discutir.Corri até Vitinho e o abracei.

-Seu pai não está tão animado.-Vitinho diz me soltando do abraço.

-Logo ele melhora.-sussurro para Vitinho.

Olho para trás e meus pais se aproximam de nós de mãos dadas.Meu pai está com uma carranca e minha mãe sorrindo.

-Olá,Vitor.-minha mãe continua sorrindo.-É um prazer conhece-lo.

-O prazer é todo meu,senhora.-Vitor diz e minha mãe faz uma careta.

-Sem senhora,por favor.Me chame de Agnes.-minha mãe diz  brincalhona.

-Tudo bem.-Vitor sorri.

Olho para o meu pai para que ele também possa cumprimentar Vitinho.

-Eu dispenso apresentação.Tenho uma ficha dele no meu escritório e não preciso disso.-meu pai dispara gesticulando com as mãos.

-Lorenzo,seja mais educado.-minha mãe o repreende.

-Por favor pai.-peço.

-Deus,o que eu não faço por essas mulheres.-ele suplica olhando para cima.

Seguro o riso pelo drama do meu pai.

Meu pai estica a mão para cumprimentar Vitor,que faz o mesmo.Vejo meu pai apertar fortemente a mão do Vitor.Tenho vontade de xinga-lo,mas sabia que se ele não fizesse isso,não seria meu pai.

De repente as pessoas que estavam no quiosque correm gritando,e as que passam por perto fazem o mesmo.Olho para os lados sem entender,assim como meus pais e Vitor.

Vejo alguns homens armados vindo em nossa direção quando olho para trás.Viro-me novamente para avisar meus pais e tentarmos fugir,porém tarde demais.Meus pais já estão desacordados e sendo carregados para um carro parado no meio fio.

Corro em direção ao carro para tentar salva-los,mas assim que aproximo,eles são jogados para dentro do veículo e em seguida o carro sai correndo pelas ruas.

Tento correr atrás deles,mas alguém me puxa pela cintura.

-Shii.Sou eu,Alana.-ele sussurra em meu ouvido e me joga em seu ombro. 

Vitor corre para dentro do quiosque,e nos esconde.Abro a boca para xinga-lo,mas ele a tapa.

Escuto alguns barulhos de cadeiras e mesas sendo derrubadas,logo em seguida roncos de carros e motos.Segundos depois,silêncio.

-Eles já foram.-Vitor tira a mão da minha boca.

-Eles quem?-pergunto.

-Meu pai e seus amigos.-ele responde.

Meu pai.-isso ecoa em minha cabeça.

Bertão sequestrou meus pais,e aquela cena que vi na casa de Vitor vem como flash back em minha cabeça.

Plano.Plano.Plano.Plano.-essa é a única palavra que rodeia minha cabeça nesse exato momento.

-Porque você fez isso?-grito dando-lhe um soco no peito.

-Porque você fez isso?-ele dá ênfase ao falar "você"-Tá maluca,Alana.-Vitor me olha assustado com a mão sobre o peito. 

-Era um plano,né?-meus olhos estão marejados.

Eu não acredito que coloquei meus pais nessa enrascada.Eu sou uma porra de filha!

-Não tem plano!Nunca teve.-Vitinho se exalta.

-Eu me lembro da conversa.-soco o balcão do quiosque.-Hoje foi o dia do bote,né?-cerro meus punhos.

-Eu não planejei isso,Alana.-ele corre até mim e segura meu rosto.-Você tem que acreditar em mim.

-Não tem como!-grito tirando suas mãos de mim.-Foi teu pai que sequestrou os meus.E isso pra mim já é um forte indício,que isso foi um plano.

-Não foi!-Vitor chuta uma cadeira,a jogando no meio da areia.-Por favor Alana,acredite em mim.-Vitor me olha e vejo que seus olhos estão quase transbordando.

Não consegui lhe responder.Minha cabeça não está para raciocinar agora.Já tirei conclusões precipitadas demais.

Lanço um último olhar para Vitinho,e saio do quiosque.Escuto ele me chamar,mas ele não vem atrás de mim.Agradeço por essa atitude.Eu quero ficar sozinha.


A Dama & O Vagabundo Vol.2Where stories live. Discover now