Já é madrugada e o pai do Vitinho e seus comparsas acabaram de sair da comunidade para cometer seus crimes.
-Será que agora podemos ir?Meu pai já deve estar uma fera.-digo para Vitor que está jogado no sofá assistindo uma partida de futebol.
-Não podemos esperar o jogo acabar?-Vitor me faz uma carinha de cão que caiu da mudança.
-Já disse que meu pai deve estar uma fera.-digo.
-Ok.-ele se levanta e desliga a TV.
Vitor beija minha bochecha e pega a chave da moto.Em seguida,dois capacetes.Sim,dois capacetes.
Antes de sair de dentro da casa do Vitinho,já coloco o capacete na cabeça.Vitinho coloca moto na rua e me chama.Subo na moto e ele acelera morro abaixo rumo a minha casa.
Demoramos cerca da quinze minutos para chegarmos na comunidade.E menos de três minutos para chegar realmente na minha casa.
Abro o portão e Vitinho coloca sua moto na pequena varanda da entrada da casa.Tiro meu capacete e ele faz o mesmo.Vitor segura minha mão e eu o lanço um pequeno sorriso.Sei que ele está preocupado com qualquer coisa que meu pai tem a dizer para nós.
Abro a porta e entramos juntos na minha casa.Meus pais estão na sala a nossa espera sentados no sofá,e assim que nos vê,se levantam.
-Eu liguei pra vocês virem para casa há mais de sete horas,e vocês só aparecem agora!?-meu pai diz irritado.
-Desculpa Lorenzo,mas meu pai estava planejando um assalto e a comunidade estava agitada demais.-Vitinho diz.-E só se acalmou agora,quando eles saíram para colocar o plano em ação.
-Porra,tua cara está péssima.-meu pai se assusta.
-Isso-aponto para os hematomas do Vitinho.- é o preço por salvar a princesinha do Lorenzo aqui.-aponto para mim mesmo agora.
-Sinto muito.-meu pai diz sincero.
-Lorenzo,Alana já chegou?-minha mãe desce correndo as escadas.
-Já cheguei,mãe.Calma,não corra.Você pode se machucar e machucar o meu irmão.-falo indo ao seu encontro e a abraço.
-Vocês já conversaram?-minha mãe pergunta ao meu pai.
-Não.Ainda não.-ele balança a cabeça.
-E o que está esperando,Lorenzo?-minha mãe arregalo os olhos.
-Ok.-meu pai diz rendido.-Eu decidi que...Bom não adianta eu tentar encontrar várias maneiras de separar vocês dois,porque eu nunca vou conseguir.E dói de dizer isso viu,mas...-meu pai faz uma pausa.Uma pausa dolorosa para mim.-eu estava perdendo a coisa mais importante da minha vida,o amor da minha filha e isso eu não aceito não!Aceito até tu moleque.-ele aponta para Vitor.-Mais perder o amor da minha Alana,não.Isso não.
-Pai,você tá querendo dizer que...-embora eu soubesse o que ele estava querendo dizer,e por mais que aquilo era tudo o que eu queria ouvir,eu ainda não estava acreditando que isso realmente estava acontecendo.
-Sim,Alana.-meu pai suspira entendiado.-Você e Vitor podem namorar.-ele solta uma gargalhada tão gostosa que eu pulo em seus braços o abraçando.
-Meu pai,eu te amo tanto.-digo o apertando.-Me desculpa,eu nunca quis que te odiava,mas eu estava tão nervosa que...
-Shii.Não precisa pedir desculpas.Sei como é querer algo que amamos e ter sempre um chato atrapalhando.Já passei por isso.-ele conta.
-Obrigada,pai.-me solto dos seus braços.
-Não precisa agradecer.Faço o que faço para te ver feliz.-E não vá me decepcionar,moleque.-meu pai abraça o Vitinho.
-Eu próprio me condeno se fizer isso.-Vitor me lança um sorriso.
-Bom,já que está tudo resolvido,acho que vou dormir.-minha mãe boceja.
-Também vou.-me apresso.Tenho que confessar que estou cansada.
-Então vamos todos.-meu pai passa um dos braços em volta da cintura da minha mãe e começam a subir as escadas.
Vitor me beija me beija de surpresa e me arranca um sorriso.
-Te amo.-ele sussurra.
-Eu também te amo.-sussurro de volta.-Agora vamos dormir,porque eu estou cansada.-digo o puxando pelas mãos caminhando em direção a escada.
-Jura que está cansada?Eu estava pensando...
-Vitor!-o repreendo por pensar o que estava pensando.-Vamos dormir.Só isso,ok?
-Ok.-ele diz.-Só queria comemorar.-ele diz baixinho,mas pude ouvir.Dou um sorriso,mas não retruco com ele.
Terminamos de subir a escada e caminho em direção ao meu quarto.Assim que coloco a mão na maçaneta para girá-la.Um Lorenzo aparece.
-Esta é a parte que eu mais temia.-meu pai se aproxima de nós.-Alana filhinha,vamos deixar o Vitor dormir no quarto de hóspedes.
-Mais pai...
-Só pro hoje.-meu pai praticamente suplica.
-Tudo bem,eu posso dormir lá.Sem problema algum.-Vitor diz.
-Sem problema?Meu amor,você vai ter que dividir a cama com Tony.-digo e Vitor faz uma careta assustada.-Porque não sei se você esqueceu pai,mas Tony já está usufruindo do quarto de hóspedes.
-Não está mais.Ele alugou uma casa aqui na comunidade,ou seja,o quarto de hóspedes está vaga para o nosso querido Vitinho.-meu pai sorri.
-Quando foi isso?-pergunto.Poxa Tony se mudou e eu nem sabia disso.
-Quando você estava na casa do Vitor.-meu pai responde.
-Não acredito que perdi isso.-falo frustrada.Eu devia estar com meu amigo nesse momento.Não deveria?É claro que deveria.
-Não fique triste por ter perdido isso,mas sim pelo o que sua mãe fez quando o pai dele apareceu aqui.-meu pai diz animado.
-João veio aqui?-estou incrédula.
-Veio e levou o maior chute na bunda da vida dele.Sua mãe o expulsou daqui a ponta pés.Geral inteiro assistindo tudo.-meu pai ria como se estivesse vivenciando novamente a cena.
-Que vexame.-digo rindo.
-Bom,vamos dormir.-ele para de rir.-Vem comigo Vitor,vou te mostrar o quarto de hóspede.-meu pai dá ênfase ao falar "hóspede",o que faz rir.
Entro no meu quarto.Vou até o banheiro,tomo um banho bem relaxante e visto meu pijama.Penteio meus cabelos,me jogo na cama e adormeço.(Uma observação,adormeço feliz).
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A Dama & O Vagabundo Vol.2
Teen FictionJá aos quinze anos,Alana Mendonça Laris,é a verdadeira princesinha do morro.A filha de Lorenzo honra perfeitamente o posto que um dia será seu.E como se já não bastasse o jeito de mandona,a garota é cheia de atitude.Defensora do primo viciado,Fabríc...