• Ten •

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Ele olhou diretamente nos meus olhos fazendo-me baixar o cardápio e parar por alguns segundos para analisar seu rosto. Suga é branco como neve, tem fios castanhos postos em uma franja, olhos escuros e lábios avermelhados. O sonho de qualquer garota, mas ele não é um príncipe encantado.

Um garçom se aproximou da mesa perguntando sobre nossas bebidas, Suga optou por uma coca-cola enquanto eu preferi um suco de abacaxi. O garçom assentiu e se afastou da mesa.

— Você me intriga sabia, santinha? - Suga disse umedecendo os lábios.

— Sério? Eu sou tão simples e prática. - Me defendi colocando uma mecha dos meus fios castanhos para trás da orelha.

— Como você não gosta de mim? - Ele perguntou e eu ri baixo.

— Suga você é superficial demais, você não me atrai. - Falei e ele cerrou as sobrancelhas pensando por alguns segundos.

— Eu sou o sonho de qualquer garota. - Ele falou e o garçom serviu nossas bebidas.

— Exatemente, eu não sou "qualquer garota". - Eu falei e ele sorriu para o prato vazio.

Xeque-mate.

Pedimos diferentes pratos, depois de alguns minutos o garçom serviu-nos com nossos pedidos, Suga e eu continuávamos em silêncio, eu por minha vez estava apreciando o gosto da carne, maravilhosa, pena eu não ter dinheiro suficiente para comer aqui todo o dia.

Assim que terminamos nossa refeição o garçom perguntou se gostaríamos de alguma sobremesa, eu recusei e Suga escolheu uma fatia de torta de morango.

— Você sempre pede essa sobremesa? - Eu perguntei.

— Como sabia? - Ele rebateu com outra pergunta e eu ri.

— A expressão que o garçom fez, de "ah, eu já sabia". - Respondi  brincando com o garfo. — Todavia, você é previsível.

— Previsível? Eu preciso mudaram pouco então... - Ele falou e eu assenti.

— Por que não começa por como você trata as garotas? Seria um ótimo começo. - Eu disse e o garçom se aproximou da mesa colocando a fatia de torta de morango na frente de Suga.

— Disso elas não podem reclamar, eu trato  todas como princesas. - Ele disse e eu ri irônica.

— Só aquelas que lhe interessam, essas não chegam nem aos pés de uma princesa. - Falei e Suga ergueu o cenho, às vezes eu sou sincera demais.

— Está se sentindo uma princesa, agora? - Ele perguntou e eu parei para pensar por alguns segundos.

— Eu não estou me sentindo como uma princesa, eu sou uma. - Eu falei e ele sorriu.

— Oh não, você é confiante. - Ele disse passando a mão pelos fios castanhos.

— E qual é o problema em garotas serem ser confiantes? - Disse e ele comeu um pedaço de sua torta.

— Vocês me dão mais trabalho. - Ele disse e eu ri.

— Ah, eu adoro isso, amo tornar as coisas mais difíceis. - Falei ele riu baixo.

Suga pediu a conta assim que terminou a sobremesa, ele pagou e nos levantamos da mesa, eram aproximadamente três da tarde quando deixamos o restaurante. Como aquele era meu dia de sorte, para não dizer o contrário, estava chovendo, o céu se encontrava nublado e uma chuva forte caía sobre a rua.

— Hm, você tem hora pra chegar em casa? - Ele perguntou fitando o céu, que está sempre ao meu favor...

— Não tecnicamente. - Falei.

— Bom, temos que esperar essa chuva passar para que eu possa te levar em casa. - Ele disse e eu me virei para Suga.

— Não precisa, eu pego um ônibus. - Eu disse e abri minha bolsa a procura da minha carteira, depois de alguns segundos procurando eu entrei em pânico. — Onde eu coloquei-

— Procurando por isso? - Ouvi a voz de Suga e subi meu olhar, ele segurava a minha carteira na mão direita.

— Me devolve. - Falei estendendo a mão.

— Hmm, acho que não, você me deu tantos foras hoje no restaurante que você não merece-a de volta. - Ele disse e eu me aproximei tentando pegar a carteira das mãos dele. — Nope, não vai pegar.

— Suga eu estou falando sério, me devolve, agora. - Eu disse e ele colocou o capuz cinza de sua jaqueta caminhando na direção da chuva. Isso não pode estar acontecendo.

Apertei o passo atrás dele, me aproximei e tentei pegar a carteira ais uma vez, ele foi mais rápido e impediu. A chuva molhava meus cabelos e o uniforme, como eu vou voltar para casa?!

— Suga! Eu vou te matar! - Ameacei e ele começou a correr pela calçada, fiz o mesmo, ele corria rápido e eu tentava acompanhá-lo, eu preciso da minha carteira.

Eu corria tão rápido que não percebi que ele havia parado dois metros na minha frente e, sim, ele fez de propósito. Assim que me aproximei ele segurou a minha cintura e a com a mão livre tocou minha bochecha, eu estava ofegante pela corrida. Ele fitou meus olhos e meu coração acelerou mais que antes.

— S-Suga, não. - Eu me impus diante dos toques dele, ele passou o polegar pela minha bochecha limpando um dos diversos pingos que escorriam pela lateral do meu rosto e eu engoli seco, eu estava gostando! Como assim?

— Será que você pode se render por míseros segundos? - Ele perguntou e um pingo escorreu pela lateral da sua bochecha, senti seu hálito de menta e minhas pernas bambearam.

— N-Não me b-beije. - Eu falei e senti nossos narizes se encostarem, estávamos completamente encaixados, não tem mais volta e aquele idiota não me ouviu...

— Não considero as frases que você gagueja. - Ele disse e senti seus lábios encaixarem nos meus. Meus olhos se arregalaram e as mãos dele escorregaram pelo meu corpo molhado pela chuva, pararam na minha cintura e nuca.

— P-Pare, Suga... - Eu falei entre o beijo tentando não ceder, eu não podia ceder, eu tinha que resistir... Ele só quer brincar.

— Tarde demais. - Ele respondeu e voltou a me beijar, dessa vez com vontade e de um modo lento e... gostoso, ele pediu passagem, utilizei minhas ultimas forças mas não foram o suficiente.

Submeti-me á aquele beijo, minhas mãos subiram pelas costas dele e lá ficaram, arranhei levemente sua jaqueta quando senti ele me encostar em um muro próximo coberto por uma cerejeira. Min Yoongi estava irresistível, movimentos lentos com os lábios, respiração descompassada, fios úmidos, tudo isso era demais para uma simples garota como eu.

— Vamos pra minha casa, o que acha? - Ele perguntou baixo parando o beijo, deixando sua voz de alguma forma, enrouquecida.

Fechei os olhos e suspirei voltando a ter a minha consciência de sempre, foi nesse momento que eu soube o que ele queria.

— Não. - Eu falei e fiz ele se afastar. — Eu não sou qualquer garota, lembra?

Suga me olhou surpreso. Ele não esperava essa resposta de mim, o que ele queria? Me levar pro quarto dele, tirar minha virgindade e depois me largar? Eu não sou otária, e esse anel está no meu dedo não é por acaso.

— Ah, e isso é meu. - Puxei minha carteira do bolso de trás da calça de Suga. Ele suspirou e assentiu, aceitando a derrota.

— Te levo em casa. - Ele disse em um tom mórbido.

— Eu volto de ônibus, obrigada pelo almoço. - Falei e beijei a bochecha de Suga, ele piscou rápido e fitou o chão.

Me afastei caminhando rápido para não ficar ainda mais molhada pela chuva, sentei-me no banco do ponto de ônibus e desabei cobrindo minha boca e olhando fixamente para o chão. Eu estava próxima de ceder á Suga, eu estava muito próxima, como ele pode abalar minha decisão de castidade? Eu não entendo! Eu senti vontade, foi tentador, e sinto que escolhi a opção errada em recusar o convite de ir na casa dele! Eu não posso ter esses sentimentos, não posso.

DIAMOND 》 SugaWhere stories live. Discover now