DIAMOND 》 Suga

• Thirty One •

N/A: Gostaram da capa nova? Eu amei, eu que fiz né gente, claron hahaha. Podem ler agora.

Eu estava em casa, depois de uma longa viagem de ônibus, queria dormir. Deitei em minha cama e me cobri até a cabeça, eu não conseguia dormir pois meus olhos doíam, eu segurava os soluços em minha garganta para que minha mãe não me ouvisse, não havia o que sair, não havia lágrimas mais... Eu não acredito que aquele babaca me deixou assim, não acredito...

Onde está a SaeJin que não chora por ninguém? Destruída.

Segunda-feira, 6:30

Parei meu despertador e caminhei até o banheiro, tomei um banho rápido, vesti meu uniforme habitual e caminhei até a sala. Minha mãe estava dormindo, deixei um bilhete avisando que eu havia saído, peguei uma barra cereal e fui comendo-a enquanto caminhava até a escola...

Sentei em minha carteira dupla, olhei para janela, não para de chover desde ontem. Suspiro e volto minha atenção para meus esmaltes azuis desgastados, Suga abre a porta da classe, ele estava com uma expressão mórbida, tinha olheiras, que se destacavam em sua pele branca e tinha ataduras na mão direita, assim que viu que eu havia notado-as, as escondeu pondo a mão no bolso.

Não reparei muito, afinal, pra mim ele não é ninguém. Sempre foi um ninguém...

O professor de literatura entrou na classe, a aula começou normalmente, falávamos sobre Romeu e Julieta, que ótimo livro para começar a semana...

— Todos vocês conhecem essa obra de Shakespeare, eu creio, mas algum de vocês já leu o livro original? - O professor perguntou, ergui minha mão direita, fui a única. — Emtao, diga-nos, srta. Young, o que você achou da maneira como Shakespeare descreveu a relação de Romeu e Julieta?

— Fantasiosa. - Eu falei e todos na classe trataram de me olhar, menos Suga, é claro, ele não deixaria seu orgulho de lado por uma afirmação minha.

— Fantasiosa, por que? - O professor perguntou recostando sobre a mesa.

— Pela simples fato de que um amor como o deles não existe, nem nos dias atuais nem na época em que Shakespeare escreveu esse romance, assim como Rose e Jack, de Titanic, Romeu e Julieta não entra nos padrões de amar da sociedade. - Eu falei e o professor sorriu.

— Se diz, quais são os padrões de amar da sociedade srta. Young? - Ele perguntou.

— As pessoas estão com seus parceiros para fazer ciúmes nos outros, para conseguir dinheiro, status, sexo... Eles não amam, apenas querem algo do outro, o mundo é dos aproveitadores, sempre foi assim. - Comecei. — A Bela e a Fera, por exemplo, se passa naquela época, garanto que a Bela não ficaria com a Fera se ele morasse debaixo da ponte.

— Então você está dizendo que a Bela só aceitou a Fera como seu parceiro para aproveitar os luxos de um castelo? - O professor perguntou, eu assenti.

— A Bela o amava, independente do seus defeitos, ela não queria só os luxos de ser uma princesa. - Suga intrometeu-se, eu virei meus olhos lentamente para ele, que fitava meu rosto incansavelmente.

— Como você pode provar que ela o amava? - Eu perguntei semicerrando os olhos.

— Não preciso provar um amor verdadeiro. - Ele disse, eu ri e suspirei revirando meus olhos.

— Vindo de você, leigo no assunto, eu não considero nada. - Eu falei cruzando as pernas, ele cerrou os dentes e eu sorri fechado, provocando.

— Prove então, que a Bela só queria o dinheiro da Fera. - Suga disse e eu fingi pensar por um momento.

— Eu posso provar com um exemplo de mim mesma. - Falei e ele cerrou as sobrancelhas. — Eu conheci um garoto, ele era muito rico, pensou que eu o amava... Ele me deu um colar caríssimo e era só o que eu queria dele, eu só queria um presente que valesse mais que minha própria vida... e então a Bela aceitou os defeitos da Fera, conseguiu a fortuna e, mesmo que ele tenha se  transformado em um homem de boa aparência, ela não sentia nada por ele, após os créditos ela provavelmente deixou-o para trás.

Eu estava mentindo, e descaradamente, eu gostava de YoonGi mas, assim como Mr. Darcy fez com Elizabeth Bennet, ele destruiu meu orgulho. Eu acreditei nele, palavras afiadas não vão feri-lo na intensidade que ele me feriu.

— Você-

— Viu Yoongi? O mundo é um jogo, onde só os aproveitadores ganham, você não é o único a enganar o outro jogador, quando você pensa que usou o peão de alguém a seu favor, o seu já estava fora da rodada a muito tempo. - Ele aplicou força ao lápis que estava em sua mão, o mesmo se quebrou, ele se levantou e bateu a cadeira contra a mesa. Observei seus movimentos, apenas movendo meus olhos.

Os alunos estavam em silêncio, observando Suga deixar a classe e bater à porta atrás dele. Eu queria ficar feliz, mas não estava, ele me fez chorar, ele mereceu, eu não serei a vítima dessa situação...

— Deixem, deixem ele ir, faz parte do showzinho dele... - Falei cruzando os braços.

O professor pigarreou e voltou a falar sobre o livro Romeu e Julieta. Mas o burburinho era contínuo, eu ouvia coisas como "desde quando ela se tornou tão fria?", "ela fez o Suga sair de sala", "quem ela pensa que é, para fazer isso?".

Dentre os burburinhos e notei o sorriso de Shuna e Hyun, eles assentiram aprovando o que eu tinha feito com Suga. Eu queria sorrir de volta mas eu não sentia que era o certo a fazer. Por que eu sinto essa culpa em mim?! Isso tudo é culpa dele, não minha...

Uma semana depois...

— Ele disse que não precisava mais da sua ajuda, mas obrigado pelo que fez srta. Young. - A diretora disse sorrindo.

— Y-YoonGi... ele, ele não precisa mais da minha ajuda? - Perguntei cerrando o cenho.

— Sim, ele disse que "aprendeu a lição" e depois da nota dele na prova de ciências, eu acredito nele. - Ela disse e eu assenti, saí da sala da diretora.

Baixei meu olhar sentindo minha visão embaçar, olhei envolta o banheiro mais próximo, avistei um feminino a poucos metros e acelerei o passo sentindo as primeiras lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

Entrei em uma das cabines do banheiro e chorei, arranquei o porta papel e o arremessei contra a porta. Engoli as lágrimas ao ouvir a porta do banheiro ranger e a risada da Sara invadir o local.

— Ele anda mais na dele, mas continua me amado Lee! Aquele otário, espero que ele me peça em namoro logo, apenas noites não são suficientes para que eu herde a herança dele. - Sara comentou enquanto eu apertava a maçaneta da porta, tentando segurar toda a minha raiva ao ouvir as palavras repulsivas dela.

— Você já está pensando em namoro? - A suposta Lee perguntou e Sara riu.

— Meus planos são maiores que isso, Lee...