• Eighty One •

43.3K 3.9K 2.6K
                                    

Então, eu a prometi que faria nossos últimos momentos os mais memoráveis de nossas vidas. Aqueles cinco dias foram os melhores da minha vida, foram os dias cujas tardes eram mais longas e as noites mais estreladas. Não fomos à aula, passeamos por Seul, caminhamos às margens do rio Han de mãos dadas, eu a comprei sorvetes e rimos, mas durante as noites, mesmo juntos, chorávamos.

Eu a levei para visitar minha antiga casa em Daegu, ela se emocionou ao ver as memórias de uma vida sofrida nas paredes da pequena residência onde o império Min havia começado, e os diamantes de sangue que minha família teve de carregar para chegar onde estava hoje.

Mostrei à ela a foto da minha mãe, e naquele momento eu tive certeza que SaeJin me lembrava à ela, eu não tinha uma lembrança muito clara sobre quem havia sido Min HaGi para mim, mas SaeJin me lembrava à ela, a cada sorriso, a cada toque, era como se eu me sentisse seguro.

— Você me lembra à ela. - Eu falei enquanto ela segurava o porta retrato de madeira com o rosto da minha mãe sorridente em preto e branco.

SaeJin se virou erguendo os olhos para mim e eu toquei sua bochecha direita passando meu polegar sobre sua maçã do rosto.

— Seu sorriso, seu espírito, seu toque... - Ela desceu o olhar para o chão deixando uma lágrima cair em meu polegar. Eu a sequei e ela deixou o porta retrato sobre a estante. — sua força.

SaeJin soluçou baixinho pondo as mãos em meu peitoral em empurrando meu corpo para trás, até minhas costas atingirem a parede perto da estante de livros antigos. Ela ergueu os olhos para mim e se colocou na ponta dos pés para chocar seus lábios contra os meus.

— Eu gostaria de te-la conhecido. - Ela afastou pouco os lábios dos meus e disse enroscando meus braços em meu pescoço.

Eu também... - Respondi pondo uma mecha de seus cabelos para trás.

SaeJin encaixou seus lábios nos meus outra vez e começamos outro beijo, dessa vez um pouco mais rápido e profundo. As mãos dela corriam pelo meu peitoral se aproveitando do cada parte ali em meu corpo, as minhas desceram pelas suas costas encaixando sua cintura em minhas mãos. Ela eliminou o espaço entre nossos corpos e puxou levemente os cabelos da minha nuca, me deixando sem ar. Ela teve a mesma reação assim que apertei sua cintura. Nos afastamos para respirar e eu disse:

— Vamos fazer isso pela última vez, santinha...

Nos amávamos, amor é paixão, carinho e zelo, mas também desejo, vontade e sexo. Eu sabia que sentiria falta dela nesse aspecto do amor. Ela ficava tão linda na minha cama, entrelaçada em meus lençóis, de olhinhos fechados e lábios abertos, bochechas vermelhas e respiração descompassada.

Me fazia sentir tão bem, como nenhuma outra jamais fez, talvez ela não tivesse um corpo escultural, talvez os outros encarassem suas dobrinhas e bochechas cheinhas como um defeito, mas para mim eram tão atraentes, e se eram defeitos, eram os mais belos defeitos dela.

Eu a levei até meu antigo quarto no andar de cima da casa e foi naquela pequena cama de solteiro que aconteceu a nossa última vez e, certamente, a melhor de todas.

Ela estava tímida naquela noite e um pouco triste pelo destino que tomaria em alguns dias, mas eu queria fazê-la esquecer daquilo, pelo menos por aquele período de tempo em que ela estivesse sob meu corpo me pedindo por mais.

E foi o que aconteceu. Eu e ela esquecemos de tudo naquela noite. Ela gemia meu nome de uma forma doce, me fazendo fechar os olhos para ouvi-la, e quando eu os abria, ela continuava a me  olhar como se eu fosse sua jóia mais rara. Ela dizia eu te amo a cada vez que seus gemidos não a interrompiam.

Eu apenas conseguia ouvi-la, senti-la e agradece-la por ter entrado na minha vida, porque ela era tão perfeita eu era apenas o cara rico que estava louco para conquistar aquela menina orgulhosa do primeiro ano.

— S-Santinha, eu vou-

Ela me calou puxando minha nuca para si e chocando meus lábios nos dela. Minha respiração estava mais que pesada e eu sabia que estava chegando ao meu ápice enquanto ela movia o quadril contra o meu. Meus gemidos foram abafados pelo beijo, sai dela e cheguei ao clímax.

Descansei meu corpo sobre o dela enquanto eu recuperava minhas forças, ela também respirava pesado entrelaçando seus dedos em meia cabelos recém tingidos de negro acariciando-os. A cor favorita dela.

Ela gostava de fazer isso, gostava de demonstrar que me amava com simples atos, que eu não tinha a ideia de como viver sem. Como eu vou viver sem o toque dela? Sem a risada dela? Sem o orgulho dela? Como eu vou viver sem SaeJin Young?

Eu estava ao seu lado na cama, era tarde, apenas à luz da lua que transluzia pela janela do meu antigo quarto a iluminava, ela lutava contra o sono, enquanto eu passava meu polegar pela sua bochecha esquerda corada pelo frio que ali fazia.

— Pode dormir... - Eu falei tirando uma mecha de cabelo que cairá sobre seu rosto enquanto os olhos resistiam para manterem-se abertos.

— E se você não estiver aqui quando eu acordar? - Ela perguntou erguendo o olhar e fixando suas orbes nas minhas.

Aquela cena me lembrava no dia em que ela acalmou meu coração depois da morte do meu pai. Me lembrou à tarde em que ela acariciava minha bochecha dizendo que tudo ficaria bem, e que ela ainda estaria ali quando eu acordasse, que toda aquela dor um dia passaria. Talvez ela estivesse certa quando disse isso para mim, talvez um dia eu serei capaz de não sentir mais sua falta, talvez um dia no futuro eu seja capaz de amar outra pessoa.

No entanto, naquele momento, sob a luz daquela lua cheia, ela ainda estava comigo, eu ainda sentia seu toque em minha pele, ainda pensava sobre o resquício dos nossos sonhos para o futuro e sobre o final feliz que não iria acontecer...

DIAMOND 》 SugaWhere stories live. Discover now