• Seventy •

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Meus olhos encontraram mãe e filha paradas enfrente a porta de entrada, seus olhos estavam parados em mim e que, proferira aquelas palavras num tom furioso fora a Sra. Wang.

— Yuna, eu preciso resolver algo com sua madrasta e a Sara, posso comer a fatia depois? - Me agachei ajeitando a franja da menor, ela assentiu e eu sorri me levantando. — Martha, pode levá-la para o quarto?

Martha assentiu e pegou na mão da menina subindo a escadaria principal e levando Yuna até seu quarto. Sara franziu o cenho para mim e falou alto:

— Minha mãe lhe fez uma pergunta!

— Abaixe seu tom, YoonGi está dormindo. - Falei calmamente, porém, firme.

— Essa casa é minha, eu falo o quão alto eu quiser! - Ela falou claramente alterada pelo acontecimento de mais cedo.

Eu tinha a resposta perfeita em minha língua, essa casa também é minha, mas, eu decidi não responder pois, por mais que eu odiasse Sara, ela não merecia uma discussão depois da perda do padrasto.

— Tudo bem. - Disse e me virei de costas para as duas, visando ir até o quarto de YoonGi mas, a voz da Sra. Wang me parou.

— Você, eu quero falar com você, Sara, vá para o seu quarto lavar esse rosto. - A megera ordenou e Sara subiu as escadas rapidamente a procura de seu quarto naquela mansão.

Me virei e encarei a face misteriosa daquela mulher que continuava a me dar arrepios, seus saltos estalaram no quartzo do  chão enquanto ela tirava o chapéu negro e se aproximava.

— Eu não pensei que você seria capaz de chegar até aqui, garotinha. - Ela falou observando minhas feições. — Eu lhe subestimei.

Os olhos dela desceram até o anel em minha mão e eu a escondi atrás das costas fazendo o olhar da mulher subir de volta ao meu rosto. Ela riu soprado e disse:

— Vocês são tão jovens, isso não vai durar, YoonGi só está experimentando o amor de verdade, ele vai se cansar logo.

— A senhora não sabe sobre amor verdadeiro pois, se soubesse, estaria pensando em seu falecido amado ao invés de perder seu tempo comigo. - Eu falei e ela semicerrou os olhos para mim.

Continuei com uma expressão vazia em meu rosto e ela deu as costas à mim caminhando até a copa. Suspirei e fiz meu caminho pela escadaria e o corredor ate chegar no quarto de YoonGi, abri a porta lentamente para não fazer nenhum barulho e adentrei no quarto.

Me sentei na cama e tirei as botas, acariciei os cabelos de YoonGi e me deitei ao seu lado passando meu indicador pela sua bochecha de pele alva como a neve. Sua mão direita encontrou a minha sobre o colchão e entrelaçou nossos dedo me fazendo notar que YoonGi estava acordado.

— Está acordado? - Perguntei e ele assentiu ainda de olhos fechados.

— Sara me acordou. - Ele grunhiu e puxou minha mão para perto de seu peitoral me dando chances de sentir sua respiração calma bater contra minha pele fria.

— Aish, eu falei para ela falar baixo... - Reclamei e ele sorriu bem fraquinho.

Fiquei feliz ao ver uma pitada de felicidade no meio daquela expressão triste e chorosa que YoonGi carregava em seu rosto.

— Volte a dormir. - Falei e ele respirou fundo puxando minha cintura para perto e me abraçando forte.

— Prometa... prometa que nunca irá me deixar. - Ele pediu e eu pousei minha mão esquerda sobre sua bochecha, secando, com o polegar, uma lágrima que insistia em deslizar pela lateral de seus finos olhos.

— Eu prometo, agora me prometa que você vai descansar. - Ele assentiu e eu sorri fechando meus olhos.

— Obrigada, santinha.

• • •

Eram umas sete da noite quando eu fui acordada pelo toque do meu celular, limpei meus olhos ainda sentindo a luz do abajur incomodar minhas pupilas. Me inclinei visando sair do abraço de YoonGi e peguei minha bolsa na mesinha de cabeceira e, de lá, tirei meu celular.

Atendi a ligação da minha mãe e logo a ouvi falar:

— SaeJin, onde você está? São sete da noite.

— Desculpe por não avisar, omma, eu estou na casa do YoonGi, ele pediu para que eu ficasse. - Expliquei e ela suspirou.

— Eu imaginava... não está na hora de voltar para casa? Deixe o YoonGi descansar, hoje não foi um dia muito bom para ele.

Virei meu rosto para a figura deitada ao meu lado, coma  respiração calma, em sono profundo. Suspirei e assenti concordando com a minha mãe. Avisei-a de que estaria em casa em alguns minutos encerrei a ligação.

Me inclinei e afastei os fios bagunçados da testa de YoonGi e deixei um beijo ali. Saí da cama, coloquei minhas botas caminhei para fora do quarto, desci a escadaria e encontrei Martha na cozinha.

— Está indo? - Ela perguntou e eu assenti me aproximando dela que fazia uma refeição aparentemente deliciosa no fogão. — Não vai ficar para o jantar?

— Não posso, minha mãe quer que eu vá para casa. - Falei e ela suspirou secando as mãos com um pano de prato.

— Tudo bem, leve um guarda chuva, está chuveiro muito lá fora. - Martha disse e eu agradeci pela preocupação enquanto ela saia da cozinha para ir pegar o guarda chuva.

A mais velha voltou com um guarda chuva preto em mãos e me entregou-o, agradeci mais uma vez e ela me guiou até a porta de entrada.

— Amanhã eu volto. - Falei abrindo o guarda chuva e ela sorriu assentindo.

Me despedi e comecei a fazer meu caminho até os portões de saída da mansão. A cada passo eu observava aquele tapete de flores que cobria a grama do jardim, todas molhadas pela chuva que caía sobre elas.

Saí pelos portões da mansão e segui caminho até a estação de metrô mais próxima pois, eu não tinha dinheiro suficiente para um táxi.

Eu caminhava em uma rua mais deserta até que eu vi uma caixa de papelão se mexer perto de um canteiro de flores, dei alguns passos para trás assustada e a caixa voltou se mexer. Estranhei e me aproximei de vagar do quadrado de papelão molhado.

Ela se mexeu mais uma vez e eu consegui ouvir um miado baixinho pisquei rapidamente e levantei a caixa devagar. Meus olhos encontraram um filhotinho cinzento, miando desesperadamente por culpa do frio que sentia.

Meu coração se apertou no mesmo momento e eu tentei tocar no gatinho mas, ele se remexeu recuando do meu toque.

— Shhh está tudo bem, eu não vou te machucar... - Eu sibilei e tentei encontrar uma ideia para que eu pudesse pegar o filhote sem machuca-lo.

Abri minha bolsa e tirei um lenço de pescoço azul escuro, levemente, ergui a caixa e envolvi o filhote com o pano, mesmo com seus protestos e miados, eu enrolei o lenço envolta dele. Senti seu pequeno coração disparado e seus pelos molhados, além da tremedeira pelo frio que estava sentindo.

Coloquei-o em meu braço e tomando todo cuidado necessário. Segui meu caminho até a estação e sentei-me no banco do metrô, colocando o filhote no meu colo.

Ele já estava mais calmo e tinha cessado seus miados, ainda tremia mas, eu fazia de tudo para esquenta-lo, minhas mãos quentes sobre suas costas faziam sua respiração diminuir a velocidade assim como os batimentos.

Sorri quando percebi que ele já estava mais calmo e acariciei sua cabeça com meu indicador dizendo:

— Eu acho que você terá um novo dono em breve.

DIAMOND 》 SugaWhere stories live. Discover now