• Fifty Six •

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Então é isso, esse é o final. Talvez esse seja o preço a pagar por ter me apaixonado por YoonGi, eu queria poder odiá-lo como antes, queria poder sentir aversão á ele, mas não consigo e o pior é que, quanto mais eu tento, mais eu me machuco...

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Abri meus olhos, sentindo uma raio de sol que passava por uma fresta da minha janela, incomodar meus olhos e esquentar a minha pele. Fitei o teto por alguns segundos até perceber que eu ainda tinha aquela garrafa em mãos, me levantei com dificuldade e caminhei até o banheiro, lavei meu rosto e suspirei ao ver uma garota acabada no reflexo do espelho.

Voltei para o quarto e chequei meu celular, várias ligações perdidas de Shuna, Hyun e ChiNo, algumas de BaeHim e nenhuma dele. Por que eu deveria esperar uma ligação dele? É tão inútil...

Caminhei até a sala e encontrei minha mãe a colocar o café da manhã na mesa. Sentei-me na mesma e minha mãe sentou-se na minha frente dizendo:

— Hyun ligou hoje mais cedo filha-

— Terminei com ele. - Cortei-a seca, o olhar dela precoupado caía sobre mim, eu não a culpo, até eu mesma estava começando a ficar preocupada comigo.

— Shuna também. - Ela disse e eu suspirei mexendo a colher dentro da caneca.

— Aquela mentirosa? Diga á ela que não quero vê-la nem pintada de ouro. - Disse e minha mãe suspirou.

— Vocês eram tão amigas, o que aconteceu? - Ela perguntou desviando a atenção de sua refeição e se focando em mim.

— Nada. - Falei e bebi um pouco do meu leite com achocolatado.

— SaeJin, o que está acontecendo com você? Você sempre me contava tudo, sempre foi amiga de Shuna e Hyun, BaeHim me ligou preocupada ontem, perguntando se você estava em casa! Você mudou, SaeJin. - Minha mãe disse e eu engoli seco tentando manter o nó que se formava em minha garganta em seu lugar de origem.

— Mudei, desculpe se essa nova eu não está te agradando, o que você espera de mim? - Perguntei sentindo meus canais lacrimais se encherem.

— SaeJin eu também me separei do seu pai e também passei por um momento difícil-

— Você nunca o amou! É diferente! - Eu falei alto sentindo os sentimentos se apoderarem de mim.

— SaeJin! Não fale isso! Eu amava o seu pai, nos separamos por causa de uma série de fatos mas, falta de amor não foi um deles. - Ela explicou e eu grunhi limpando uma lágrima, que escorria pela minha bochecha.

— Eu quero esquecê-lo omma, eu quero que ele não passe de uma peça do meu passado. - Falei baixando a cabeça. — Como eu faço isso?

— Oh minha filha, se eu soubesse, já teria esquecido muitas coisas, que não são facilmente esquecidas. - Ela me consolou...

Eu estava trancada em meu quarto em plenas seis da tarde de um sábado, assistindo um filme qualquer de comédia, que pudesse tirar minha cabeça dos meus problemas pessoas. Até que meu celular toca.

Depois de pensar um pouco sobre atende-lo ou não, eu me aproximei do aparelho e atendi ao número desconhecido, que aparecia no ecrã do meu celular.

— Hm? - Disse, ouvindo a respiração de alguém do outro lado da linha.

— Sae? - Era uma voz infantil, feminina, de uma garotinha de aproximadamente cinco anos de idade.

— Ye, Yuna é você? - Perguntei reconhecendo a voz, que eu não escutava faz meses mas, que me lembrava muito bem do tom doce e sua dona, uma figura pequena correndo pelo corredor da escola.

— Sim, e-eu preciso da sua ajuda! - Ela falou em um tom choroso, eu cerrei as sobrancelhas e levantei-me da cama.

— Fala. - Pedi e ouvi ela soluçar do outro lado da linha.

— É o meu irmão, ele não acorda, eu acho que ele bebeu demais ontem à noite mas, há cápsulas de remédio envolta dele e eu estou assustada, por favor, Sae vem aqui, não quero que nada aconteça, com ele! - Shuna falou e eu senti meu coração disparar.

Não, o YoonGi não fez isso, ele não faria isso!

— Y-Yuna, eu estou indo pra aí. - Eu falei e ela soluçou mais uma  vez, fazendo meu coração se partir em dois.

— Vem rápido... por favor. - Ela pediu e eu encerrei a chamada, já pegando um blaser, vestindo-o por cima de minha roupa e colocando uma touca, para me proteger do frio.

Avisei a minha mãe dizendo que ia na casa de ChiNo e saí de casa caminhando até a estação de metrô mais próxima. Peguei um metrô, que me levasse até a casa de YoonGi e desci na estação perto da mansão Min.

Assim que subi para a calçada novamente eu  consegui ver os portões daquela mansão de longe, disparei correndo pela calçada até alcançar a residência luxuosa. A cada passo eu sentia que meu coração ia ser arrancado de mim. YoonGi, por favor, você não é meu, nem nunca foi mas, eu não quero te perder.

O porteiro deixou que eu entrasse e eu cortei caminho, correndo pelos canteiros de rosas brancas e damas-da-lua, assassinando todas elas, aquelas belas flores. Assim que me aproximei das portas envidraçadas, eu as empurrei e entrei na mansão, com meu coração acelerado e joelhos fraquejados.

Meus olhos pararam na figura alta de pele branca e olhos pequenos parada sobre o mezanino. Meu peito subia a descia freneticamente pela corrida e lá estava ele, são e salvo fitando-me.

Cada um esperava o outro dizer a primeira palavra mas, nenhum de nós se atreveu até que eu dei um passo à frente e engoli toda aquela preocupação e amor que eu sentia por ele.

— Como ousa fazer isso comigo?! Sente prazer em me machucar?!  - Gritei sentindo minha voz falhar aos poucos.

— SaeJin, era a única maneira de você vir aqui. - Ele disse e eu grunhi de raiva e alívio de estar vendo ele ali, sem nenhum arranhão.

Meu orgulho ainda fazia-me sentir raiva dele não estar sob remédios depois de ter enchido a cara de álcool. Entretanto, meu coração se encontrava aliviado, por estar vendo YoonGi ali, sem nenhum ferimento.

YoonGi se aproximou da escada e começou a descer, degrau por degrau, meu coração disparava a cada degrau percorrido. Dei um passo para trás colocando a mão em meu peitoral e falhei em tentar respirar normalmente.

— Não se atreva a descer mais um degrau. - Ameacei-o sentindo a minha voz chorosa tomar conta do meu timbre.

— Você precisa me ouvir. - Ele ia se aproximando enquanto eu recuava mas, com vontade de ficar.

— Não! Eu não vou te ouvir, eu não quero te ouvir, já estou  cansada das feridas deixadas por você em mim, que ainda estão cicatrizando! - Eu falei, reuni o resto de força que me faltava e virei as costas para ele, e então as primeiras lágrimas vieram, tão perto e tão longe.

— Não ouse passar por aquela porta, SaeJin! - Ele ordenou e eu levantei meu olhar, olhando as portas perfeitamente abertas e a lusa da lua transpassar pelo vidro, causando um efeito prisma no hall principal.

Suspirei limpando aquelas lágrimas ácidas, eu não pertenço á esse lugar, muito menos á esse garoto. Gritei internamente ao disparar, passando por aquelas portas envidraçadas, pelas quais eu jurei nunca mais passar...

DIAMOND 》 SugaWhere stories live. Discover now