• Eighty Two •

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Como prometido, eu estava lá quando ela abriu os olhos pela manhã, mexendo em seus cabelos que tinham um perfume doce de baunilha, assim que acordou disse-me que precisava conversar com os garotos e com ChiNo sobre sua partida. Eu concordei em levá-la até um local onde ela pudesse reunir todos, tornaria o plano mais fácil.

Enquanto ela estava trancada no banheiro, talvez chorando, talvez pensando sobre o que faria dali em diante, ou apenas deixando a água quente amolecer seu corpo depois de uma fria noite de sono, eu contatava os garotos.

Um por um, primeiro Taehyung, que me atendeu com uma voz rouca de quem acabara de acordar, havia outra pessoa com ele, aparentemente uma garota que o questionava o por quê de ter acordado tão cedo. Shhh JinRa, estou falando com um amigo, fala Suga ele disse à ela dando-me a chance de chamá-lo para se encontrar na minha casa na hora do almoço.

O segundo foi Jimin, mas quem atendera seu celular fora Jungkook, nada de surpreendente visto que haviam começado um namoro sério há alguns meses atrás. Ele disse que avisaria à Jimin sobre o convite e que iria também, agradeci e encerrei a ligação.

Jin foi o terceiro, não demorou muito para atender, mas quando o fez parecia ofegante, conclui que eu havia o interrompido em uma de suas caminhadas matinais, então fui breve. O loiro disse que estaria no local na hora marcada, mas não questionou, diferente dos outros que quiseram saber o por quê de um convite tão repentino, eu apenas disse-lhes que fossem.

O quarto era para ser Hoseok, mas o moreno não me atendera, certamente por culpa de uma pesada ressaca que sentia naquele momento após uma grande festa que tivera na casa da namorada em Seul. Enviei uma mensagem e desejei que ele a visualizasse.

O último, foi o que me fez pensar duas vezes antes de apertar o botão verde que realizava a ligação. Kim Namjoon. Eu sabia sobre ele, sabia sobre seus sentimentos em relação à ela, sim, eu não era bobo o suficiente para não perceber aquilo. Mesmo que fora ele quem me entregara a carta na qual continham os sentimentos mais verdadeiros que alguém já teve por mim, ele ainda gostava dela, e dizer à ele que ela partiria, doeria tanto nele quando estava a doer em mim.

Entretanto, ele tinha de saber, então, liguei. Andei pela sala ouvindo a água do chuveiro finalmente se cessar e aliviar-me do medo de que SaeJin poderia ter feito alguma loucura dentro daquele banheiro. Namjoon me atendeu, parecia ainda sonolento, mesmo assim fiz o que tinha de fazer, convidei-o, e inevitavelmente, ele questionou-me. Eu apenas disse que ela sobre SaeJin, ele viria, com certeza.

Guardei o telefone no bolso e subi de volta para o quarto, assina ué abri a porta, encontrei uma SaeJin de toalha enxugando os cabelos enquanto seguia o olhar para ver seu, até então, noivo parado no batente da porta, a olhando como se ela fosse a menina mais linda do mundo, e ela era.

— Pare de me olhar assim... já me viu desse jeito mais de uma vez. - Ela falou vestindo as peças intimas limpas que havia trago dentro da mochila.

Eu sorria bobo, tenha certeza disso, e àquele ponto eu não queria esconder mais nenhum tipo de sentimento para ela. Então, falei:

— Mas parece que fica cada dia mais linda.

Não conseguia me imaginar sem ver o corpo dela, sem ver suas curvas grossas, suas bochechas cheias e sua insegurança em relação ao corpo, aquele que eu vejo a perfeição, o mesmo em que ela coloca tantos defeitos...

Ela questionou-me sobre os garotos, disse que já havia avisado à todos, apenas precisava que ela ligasse para ChiNo por que eu não tinha o número dela. SaeJin assentiu e terminou de se vestir colocando a mochila cinza nas costas.

— Vamos?

Tínhamos um longo caminho de Daegu até Seul, saímos da minha antiga casa e entramos no carro, eu vi SaeJin olhando para trás como se quisesse se lembrar das minhas raízes, como se quisesse guardar aquela casa no seu coração, mas ela sabia que era impossível, porque, mesmo com tantas lembranças, aquela residência não tinha espaço nem mesmo no meu coração.

Aquela casa era meu passado, assim como SaeJin seria de alguns de alguns dias, a única diferença é que, a casa eu esqueceria, ela não.

SaeJin ligou para ChiNo no meio do caminho, segurou as lágrimas ao sentir a amiga preocupada com o tom de voz dela preocupado no telefone, quem SaeJin estava querendo enganar, afinal? Ela estava cansada, cansada de sofrer, sua voz estava cansada, seus olhos pesados, seu coração batia levemente como se pudesse parar a qualquer minuto e aquilo me preocupava.

Talvez ela só precisasse partir logo, curar aquela dor das últimas vezes. Ás vezes eu sentia que estava gastando suas últimas energias, levando-a ao auge da dor, e outras vezes, ao auge da felicidade, mas a quem eu estava querendo enganar, afinal? Ela não ficaria feliz, mesmo que cada última vez fosse vivida como uma eternidade, ainda sim seria uma última vez.

•     •     •

Havíamos chegado à Seul, estava frio como habitualmente, fiz o trajeto até a minha casa, já era quase hora do almoço, os convidados chegariam em pouco tempo e, nem eu nem ela sabíamos se estávamos preparados para dizer o que tínhamos para dizer.

Saímos do carro, entramos na minha casa, era sábado, então, assim que ouviu a porta da garagem bater, as sapatilhas de Yuna soaram pelo salão e a pequena figura da minha irmã surgiu no hall correndo até SaeJin e a abraçando como se ela fosse a sua mais preciosa Barbie importada.

SaeJin a pegou no colo abraçando-a com força, ela sabia que tinha que segurar as lágrimas, Yuna a questionaria sobre as possíveis lágrimas. SaeJin sentia o perfume de bebê que a minha pequena irmã ainda exalava enquanto ouvia-a dizer sobre como sentiu nossa falta na noite anterior.

Yuna era muito apegada à SaeJin e eu não sabia como ela viveria a partir daquele dia, sabendo que a unnie dela não estaria mais ali, comendo bolos de cenoura com ela e brincando com sua coleção de Barbies, quando a rainha do seu reino for para o tão tão distante, o que será da princesa?

Martha entrou no hall cumprimentando a todos, SaeJin colocou Yuna no chão e foi na direção de Martha a surpreendendo com um abraço carregado de emoção e sentimentos, SaeJin sentiria falta de Martha.

Então, decidiu que ela tinha de saber sobre sua partida, disse que queria um menu especial para o almoço pois alguns amigos viriam almoçar na mansão, entendi a deixa e a vi caminhar com Martha até a cozinha, longe o suficiente para que Yuna não a ouvisse.

A menina do vestidinho rosa estava entretida demais com o desenho na televisão, tal que eu colocara para ela assistir, para prestar atenção na conversa de SaeJin com Martha. Eu me aproximei da porta da cozinha e olhei pela fresta aberta vendo as duas se abraçarem forte.

SaeJin não conseguiu conter as lágrimas, muito menos a velha senhora Martha que tinha um coração grande demais para deixar que SaeJin fosse embora assim. Então, eu a ouvi dizer:

— Obrigada por salvar essa família, SaeJin Young, nunca, serei capaz de recompensa-la pelo que fez por esse lar. - Ela soluçou. — Não importa onde a senhorita estiver, estaremos sempre desejando o melhor para você.

Eu deixei minhas costas baterem contra o mármore em minhas paredes, deixei minha cabeça cair para trás sentindo as palavras de Martha fazerem efeito em meu corpo. Obrigada por salvar essa família. Ela não podia estar mais certa, aquela velha senhora que servia minha família há mais de 20 anos não podia estar mais certa que naquele momento.

SaeJin Young salvou minha família, ela me amou, me dei carinho como ninguém jamais fez, e além de tudo, ela me salvou.

DIAMOND 》 SugaWhere stories live. Discover now