• Thirty Six •

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— Não, idiota... - Respondi.

— Que susto. - Ele falou rindo e se afastando de mim.

— Por que? - Perguntei curiosa, ele sorriu erguendo meu queixo com o indicador, fazendo-me olhar em seus olhos.

— Por que se você afirmasse, tornaria tudo mais fácil, e... você é uma garota difícil. - Ele falou e eu sorri.

— Parece que você finalmente aprendeu sr. Min. - Disse cruzando os braços e me virando, me sentei sobre o colchão e ele riu baixo.

— Você deve estar cansada. - Suga falou e se aproximou ajoelhando na cama. — Eu vou embora logo.

— Suga... aqui é o melhor lugar para você passar a noite. - Falei fitando o edredom cinza sob a minha cama.

Ele levantou o olhar e sorriu, o que fez com que seus olhos se estreitassem ainda mais, olhei-o de soslaio e engoli seco desviando meu olhar.

— Se você acha... - Ele deu ombros.

Orgulhoso...

Deite-se antes que eu mude de ideia. - Falei me levantando, ele riu baixo e deitou na minha cama, cobrindo-se com o edredom.

Espera... onde você vai dormir? - Ele perguntou.

No sofá. Precisa de mais alguma coisa? - Eu perguntei jogando meus fios castanhos para trás e suspirando.

Sim. - Ergui o cenho e ele sorriu fechado. — Você. Aqui.

Antes que eu pudesse responder, YoonGi pegou meu pulso e puxou-o, consequentemente, caí no pequeno espaço de colchão que sobrara, pois minha cama era de solteiro. Sem chances de me soltar, ele passou o braço direito por cima da minha cintura, me apertando contra o corpo dele, um arrepio desceu pelas minhas costas ao sentir sua respiração contra meu torço e gaguejei.

— S-Suga, não tem espaço para nós dois aqui e... minha mãe pode chegar a qualquer momento.

— Não está confortável? - Ele perguntou e rapidamente puxou minha cintura me pondo deitada em seu peitoral, tremi ao sentir onde meu abdômen se encontrava sobre e grunhi sentindo as mãos geladas de Suga pararem em minha cintura. — Prefere assim?

Se minha mãe nos ver, eu fico de castigo até meus quarenta anos, por favor Suga... - Eu pedi e ele pensou, por alguns segundos, em uma solução.

Tranque a porta, ela não vai saber que está comigo. - Ele disse e eu suspirei derrotada.

Me levantei e caminhei até a porta, tranquei-a e voltei para a cama, me deitei ao lado de Suga, ele bufou impaciente e puxou para cima dele, minhas bochechas enrubesceram e ele apagou o abajur...

— Boa noite... - Falei e ele depositou um beijo no topo da minha cabeça, fazendo-me contorcer levemente.

•    •    •

Abri meus olhos, sentindo o sol incomodar minhas pálpebras, bocejei e limpei meus olhos, levantei meu rosto e notei que eu ainda estava  no peitoral de YoonGi, inspirei o perfume gostoso impregnado no corpo dele e revirei os olhos, ele mantinha os olhos fechados e os fios castanhos bagunçados sobre o travesseiro.

YoonGi grunhiu e se moveu levemente, pisquei rápido e me afastei um pouco, em seguida vi seus estreitos olhos se abrirem é um sorriso matinal invadir seu rosto.

— Estava a me observar, santinha? - Ele perguntou limpando um dos olhos. Um filete de sol, que passava pela minha cortina, esquentava suas bochechas pálidas, eu sorri fechado enquanto o visava... A imagem angelical que eu observava foi cortada por uma voz.

— Filha, está acordada?

Um choque de realidade me atingiu, era minha mãe. Minha  primeira reação foi cobrir a boca de YoonGi com as minhas mãos, a segunda foi entrar em desespero interno, a terceira foi odiar o fato de YoonGi estar rindo baixo de mim, a quinta e última, foi responder minha mãe.

— S-Sim, eu acabei de acordar. - Falei com a voz trêmula.

— O café da manhã está na mesa, tudo bem? - Ela falou e eu disse um "uhum". Ela ficou em silêncio por alguns segundos. — Saejin... está tudo bem?

Senti meu sangue congelar, YoonGi arregalou os olhos, mas de uma maneira engraçada, pois ele não estava nem se importando se minha mãe descobrisse que ele estava na minha cama.

— Estou sim, mãe, só um pouco cansada de ontem... - Disse e fingi um bocejo.

— Ok, venha comer, seu café vai esfriar... preciso conversar  com você. - Ela alertou e  ouvi passos se afastando no tablado do corredor. Cerrei os olhos "preciso conversar com você" meus ossos trincaram e engoli seco.

Fuzilei Suga com o olhar e ele tirou minhas mãos de sua boca.

— Se você soltar um pio, minha mãe vai descobrir, é melhor você ir. - Eu falei baixo me retirando de cima dele e da cama.

— Está me expulsando? - Ele sussurrou divertido se levantando.

— Quase isso, só não quero que meu couro seja arrancado fora, é pedir demais? - Ele riu baixo e eu  suspirei.

— Certo, eu vou embora mas... eu preciso dos meus coturnos. - Ele disse e eu senti meu estômago embrulhar de nervosismo. Eu não acredito... Banheiro, eles estão no banheiro, as botas de Suga estão no banheiro da minha casa. Ah eu estou ferrada.

— Você tá de sacanagem comigo. - Eu falei e bati minha testa contra o armário.

— Ah eu não acredito, você os esqueceu no banheiro. - Ele falou e riu baixo.

— Não tem graça YoonGi! Ou minha mãe sabe que você dormiu aqui em casa ou ela acha que eu virei lésbica e estou usando coturnos masculinos! - Falei choramingando.

— Ok, ok... eu vou embora, você me dá eles hoje à noite, tudo bem? - Ele perguntou eu  me virei pra ele assentindo.

— O-Obrigado pela consideração. - Eu falei e ele suspirou olhando para a janela.

— Certo, só tenho dois pedidos, primeiro, não suje os coturnos brancos, segundo, não calce-os, não fica bem em meninas... - Assenti revirando os olhos, porém, concordando e ele se apoiou no parapeito da janela.

— Espera... - Eu falei e ele virou o rosto para mim, na mesma hora, depositei um beijo rápido em seus  lábios. — Obrigado e me desculpe.

Ele sorriu puxou minha nuca, fazendo um selinho se tornar um  beijo de verdade, minhas bochechas enrubesceram e ele se separou, piscou e desceu da  minha janela pulando para o lado de fora, meu quarto ficava no térreo. Pelo menos uma vez o universo cooperou comigo.

Suspirei e fechei a janela sentindo meu coração se aliviar, me apressei em ajeitar meus cabelos e sair do meu quarto, abri a porta do banheiro lentamente e tentei manter a calma quando notei a falta dos coturnos de Suga no chão do banheiro. Pânico. Essa era a palavra que descrevia meu momento.

Minhas mãos estavam tremendo quando encontrei minha mãe sentada na mesa da sala, tomando café e assistindo ao noticiário...

DIAMOND 》 SugaWhere stories live. Discover now