• Thirteen •

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Revirei os olhos abrindo a caixa, lá estava ela, a gargantilha de diamantes. Eu ainda não acreditava que aquilo era meu, não consegui resistir á tentação de colocá-la, prendi meu cabelo e tirei a jóia da caixa, coloquei-a envolta do meu pescoço e fitei meu reflexo no espelho. Maldito Yoongi, ficou perfeito em mim.

— Filha, cheguei! - Ouvi a voz da minha mãe e meu coração saltou, o que ela está fazendo aqui essa hora? Entrei em desespero, tirei a gargantilha e a guardei na caixa. Ouvi passos se aproximarem do meu quarto e arregalei os olhos.

Levantei o meu cobertor e coloquei a caixa embaixo da cama junto com o bilhete. Peguei um livro qualquer da minha estante e sentei na cama fingindo lê-lo, no mesmo momento a porta se abriu.

— Oi filha... ahm, por que está lendo um livro de cabeça para baixo? - Minha mãe perguntou e eu ri nervosamente desvirando o livro.

— Nossa, eu nem tinha percebido. - Falei e deixei o livro de lado, que por sinal era cheio de figuras de animais, o que aquele livro estava fazendo no meu quarto, eu não sei. — Por que chegou mais cedo, hoje mãe?

— Ah eu fui promovida e me liberaram mais cedo! - Ela disse e abriram sorriso, eu me levantei e a abracei.

— Parabéns mamãe. - Eu falei a abraçando, ela riu e nos afastamos.

Durante a tarde eu e minha mãe decidimos assistir alguns filmes e ter o o momento "mãe e filha" que não tínhamos faz tempo.

— Você está gostando de algum garoto? - Ela perguntou enquanto comia um pouco da pipoca.

— Acho que não... - Falei olhando as horas no meu celular.

— Como assim "acho que não"? - Ela perguntou e riu.

— Não tem ninguém que me atraia lá no colégio. - Falei e joguei meu celular sobre o sofá.

— Ah é como está indo às aulas com o "garoto chato"? - Ela perguntou e eu engoli seco lembrando do meu presente escondido embaixo da cama.

Ah está tudo indo maravilhosamente bem mãe, só virei chacota do colégio porque aquele idiota disse que eu o beijei sendo que foi ele quem me beijou, depois ele veio dizer que eu o enlouqueço, ele é bom em história mas horrível em ciências, ah e não posso me esquecer da gargantilha de um milhão de dólares embaixo da minha cama dada por ele.

— Bem, eu acho.

Ela me olhou com uma expressão de "filha, te conheço e sei quando você está mentindo, é melhor você me contar a verdade agora, ou eu vou te expulsar pra fora de casa".

— Por que você sempre usa "acho" nas frases? - Ela perguntou e torcia o nariz.

— Por que eu realmente nunca sei de nada. - Falei e ela riu.

— Uh, que filosófica, você está gostando de alguém. - Minha mãe disse e eu dei um salto do sofá.

— Não! Mãe por favor, eu não estou gostando de ninguém. - Afirmei e ela deu ombros.

— Tudo bem, quem disse não está mais aqui, mas eu quero conhecê-lo logo. - Ela disse e riu, eu coloquei a mão sobre o rosto e revirei os olhos.

Depois do filme eu mostrei a autorização para o acampamento que o colégio está promovendo, minha ame é bem liberal então aceitou que eu passasse duas noites em uma área florestada, na verdade eu acho que ela quero se ver livre de mim por duas noites haha. Mães...

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Após colocar minhas peças de uniforme habituais, calcei minhas sapatilhas e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Nada de ser sexy, hoje eu quero ser eu mesma. Me fitei no espelho, sorri ao perceber que eu estava feliz assim, peguei minha mochila e me despedi a minha mãe, caminhei até o colégio.

Deixei minha autorização do passeio com a secretaria da diretora e passei pelo corredor principal. Até que eu vi Sara, suas amigas tentavam acalmar o ataque que ela estava dando, eu tive uma leve impressão de que eu era o motivo do descontrole da menina, eu me virei lentamente mas era tarde mais.

— Você! Não fuja de mim, piranha! - Ela gritou e ouvi o som de saltos estalarem pelo chão do corredor, essa é uma boa hora de correr.

Disparei sem olhar para trás enquanto eu ouvia as pessoas gritarem pelo corredor coisas como "pega ela!" e "é melhor você correr garota!", eu segui o conselho dos alunos e corri, olhei para trás e vi Sara com um olhar furioso sobre mim, ela estava de salto e eu sapatilhas, isso me favoreceu. Eu ri, adentrei no refeitório e saltei correndo por cima de três mesas, as pessoas sentadas uivaram e me incentivaram.

Aquilo estava parecendo Mario Kart! Derrubei uma lata de lixo fazendo Sara tropeçar nos projéteis, ela tirou os saltos e se apressou, ouvi gargalhadas e logo consegui chegar ao pátio. Passei pelo jogo de vôlei que estava ocorrendo desviando de algumas bolas, as meninas gritaram e comemoraram enquanto eu me aproximava da área da piscina.

— Você vai pagar pelo que fez com o Suga! - Ela gritou estridentemente e eu vi a piscina.

Alguns alunos nos acompanharam pela nossa corrida e estavam nas redondezas, bem perto da piscina eu avistei Suga, eu não tinha pra onde correr. Segurei  nos ombros dele e ele me parou ofegante.

— Santinha?! - Ele perguntou surpreso, olhei para o lado e Sara estava a poucos segundos de me alcançar.

— Abaixe!  - Eu falei mas agi primeiro que Suga, o empurrei e caímos na borda da piscina, a única coisa que eu ouvi foi o som de alguém mergulhando, senti alguns respingos mas meus olhos estavam fixados nos de Suga.

Minhas mãos estavam acima de seus ombros, no solo da borda da piscina, meus joelhos colados em sua cintura, minhas coxas sobre as dele e o indivíduo tinha o joelho direito levantado deixando que a minha área sensível ficasse sobre sua coxa. Isso não pode estar acontecendo, ele moveu a perna de propósito tocando você sabe onde, eu puxei ar por entre os dentes e corei violentamente. Eu devia ter batido naquele pervertido, eu devia ter dado outro tapa nele mas eu não consegui.

— Aaaaaaaaaaaaaaaah, eu vou te matar! - Meu momento obsceno com Suga foi cortado pelo grito de Sara. A garota se encontrava dentro da piscina com o uniforme e cabelos encharcados.

Mas ninguém prestava atenção na  garota dentro da piscina, e sim em nós, eu e Suga encaixados igual a peças de Lego na borda da piscina. Olhem para a piranha dentro da piscina, não para mim!

Assim que me dei conta, Suga olhava para baixo e mordia o lábio inferior, tratei de sair daquela posição o mais rápido que consegui e disparei para dentro do edifício escolar.

Entrei na minha própria sala e fechei a porta ofegante depois da corrida. Vi Shuna e Hyun me encararem estranhamente.

— O que aconteceu dessa vez? - Shuna perguntou colocando as mãos na cintura.

— Acho que virei uma corredora destruidora de lares. - Eu falei e engoli seco.

DIAMOND 》 SugaOnde histórias criam vida. Descubra agora