Capítulo 15

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Minhas caras meninas,

A nossa amizade ao longo desse escasso mês que venho publicando Indômito é o meu presente mais precioso de Natal. Com seus comentários, bons desejos e votos me estimulam a continuar sendo uma boa autora. Me faz muito feliz ter a possibilidade de levar essas estórias até vocês.

Desejo de todo o coração um Natal muito feliz e cheio de amor a todas vocês.

Beijos e abraços e até a próxima semana!

O minúsculo estúdio localizava-se sobre um conjunto de lojas das mais variadas, entre elas um centro de recrutamento, uma autoescola e um bizarro restaurante que se auto intitulava "O melhor kebab do mundo"

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O minúsculo estúdio localizava-se sobre um conjunto de lojas das mais variadas, entre elas um centro de recrutamento, uma autoescola e um bizarro restaurante que se auto intitulava "O melhor kebab do mundo".

Entrava-se no edifício por uma diminuta porta lateral pintada de uma cor incerta, onde se estendia uma escada estreita e escura que conectava a rua aos pisos superiores.

Para poder chegar ao seu apartamento era preciso arrastar-se por parcos corredores com inúmeras portas barulhentas, onde crianças e bebês choravam desesperados, vozes em idiomas confusos os quais não entendia eram ouvidas, odores raros e fétidos impregnavam-se em seu sensível olfato. Era o repolho cozinhando, o curry sendo frito, a chaleira que com seu apito indicava o fervor da água. Não raro insetos rastejantes e alguns roedores podiam ser notados aqui e ali. Tudo se misturava num enervante acúmulo de ruídos dissonantes. Àquele ritual desagradável a que era submetida diariamente contribuía para elevar ainda mais os níveis de sua raiva mal contida.

O edifício, que contava com quatro andares, era de um tom de branco encardido e, várias outras camadas de tinta envelhecidas e desbotadas que parecia haver tomado posse de todo o quarteirão. Várias antenas para a recepção de TV via satélite também podiam ser vistas na fachada do imóvel. As Janelas, tacanhos retângulos de vidro simples com caixilhos de metal, eram adornadas com cortinas, por vezes esburacadas e esgarçadas, de cores variadas.

No apartamento, A lâmpada, nua e triste, que estava pendurada por um deprimente fio de luz, não conseguia iluminar o estreito ambiente nem durante os dias mais claros onde o sol reinava absoluto, criando uma atmosfera sempre sombria e cinzenta.

Logo na entrada ficava o banheiro, apertado e sem janelas. A pia estava rachada e manchas oxidadas, que escorriam das torneiras eram vistas na louça que um dia fora de um tom de verde oliva, muito em voga nos anos setenta. As paredes eram revestidas com vistosos azulejos laranja.

Naquele corredor no qual morava uma das paredes era ocupada pelo armário que compunha a cozinha. Num dos extremos, a geladeira era encimada pela televisão. O catre de solteiro, no qual dormia desconfortavelmente, fazia às vezes de sofá e mesa ficava na parede oposta. Um corredores afunilado era formado no centro do ambiente.

Não é preciso dizer que simplesmente odiava morar aí, odiava também a sua vida e o rumo que as coisas estavam tomando ultimamente. Nada estava saindo conforme havia planejado.

Chama Indômita - CompletoWhere stories live. Discover now