Capítulo 21

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Minhas Indometes, peço mil desculpas por semana passada.
Espero que gostem... Beijos grandes...

Maya e Rafe precisaram ir diversas vezes à delegacia prestar depoimentos

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Maya e Rafe precisaram ir diversas vezes à delegacia prestar depoimentos. Logo no dia seguinte ao término do sequestro receberam a informação de que Hugh Gates, cúmplice de Jane fora preso no apartamento dela, naquela mesma noite, devido às informações dadas por Maya no dia anterior. Ele tinha uma longa ficha criminal, era um velho conhecido da polícia e com mais esse crime era certo que passaria muito tempo na prisão. Como todo bom covarde, não assumiu a culpa de nada e ainda delatou o resto da quadrilha, dando nomes e endereços de todos os membros envolvidos. A polícia agora estava trabalhando para encontrá-los e juntando as provas necessárias para abrir o processo.

Aquela era só mais uma noite em que Rafe tinha acordado assustado, suado e ofegante, nos últimos dias desde o seu sequestro. Decidiu sair da cama devagar para não acordar a sua mulher e foi em direção ao banheiro. Precisava trocar a camiseta encharcada que usara para dormir e agora talvez um banho fosse o melhor remédio para que ele relaxasse. Olhou-se detidamente no espelho e verificou que os hematomas que trazia no rosto já estavam ficando num feio tom de amarelo, com algumas manchas esverdeadas ao redor, portanto concluiu, logo se livraria deles. Apesar de querer aparentar uma normalidade que não sentia, os dias que se seguiram ao seu sequestro cobraram o seu preço. Continuava a tratar Maya com o cuidado e a delicadeza de sempre, ele a amava e agora ela realmente se provara ser o seu porto seguro. Ela tinha ficado ao seu lado todas as horas possíveis, providenciando tudo para que ele se sentisse confortável. Tinha sido ela, por exemplo, que insistira em se livrar de todas as roupas e o par de tênis que ele usava naquele dia. Não tinha pensado sobre o assunto até que ela fez a proposta, mas foi um alívio, como se um peso fosse tirado de suas costas, quando viu tudo ser embalado num saco de lixo.

Nesses dias, com mais frequência do que nunca lhe assaltava a lembrança do acidente que sofrera com os pais quando tinha cinco anos. As ferragens retorcidas, o som estridente das serras trabalhando para tirá-los da massa informe que o carro tinha se transformado. Não saberia precisar quanto tempo aquilo tinha durado. Era como se seu cérebro, para proteger-se, tivesse se desligado daquele evento em específico. Lembrava-se de ter ficado alguns dias no hospital recuperando-se dos pequenos ferimentos que sofrera, mas não entendia porque ninguém além de seus avós ia visitá-lo. Chorava, queria o consolo e o conforto que sua mãe sempre lhe proporcionara.

À sua avó coube a tarefa de informar, da melhor maneira possível para o entendimento de um menino de apenas cinco anos, que seus pais tinham falecido devido ao acidente e que daquele dia em diante ele passaria a morar com eles. Lembrava-se de sentir-se anestesiado a partir daquele dia e, que essa sensação durara meses. Não houve mais choro ou queixas, simplesmente voltou-se para o seu mundo interior. Falar era um luxo desnecessário. Não que não gostasse de seus avós, mas não entendia porque não podia ter seus pais como as outras crianças. Na sua singela concepção, ele não queria nada extraordinário.

Chama Indômita - CompletoWhere stories live. Discover now