Capitulo 32

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Já eram quase nove horas e a noite começava a cair preguiçosa, tingindo o céu com diversos tons de roxos, dourados e rosas escuros. A brisa refrescante que trazia era muito bem vinda para aquele dia típico de verão. Maya olhou por cima do ombro, enquanto se dirigia para o carro, de braço dado com Rafe, agora seu marido e um séquito barulhento, comandado por Mona, que jogava arroz profusamente em suas cabeças atrás deles. — Ao que parece a festa não vai acabar tão cedo.

— Acho que não. Ele sorriu colocando a mão sobre a dela — Provavelmente eles vão ficar aqui durante a noite toda, talvez esperando por notícias nossas!

— Notícias de que? Ela arregalou os olhos indignada quando percebeu sobre o que ele estava falando — Não vou dar notícias para ninguém! Vão querer entrar no quarto também?

— Provavelmente ver se os netinhos já estão a caminho. Ele provocou — Ou pelo menos se já foram encomendados!

— Eu não acredito em você, Rafe. Ela franziu o nariz e se desvencilhou dele — Isso é nojento. Não estamos na Idade Média, nem somos parte da nobreza.

— Você é engraçada e tão fácil de irritar, Sweetheart.

Cary os esperava, já com a porta do carro aberta e sorriu e cumprimentou-os com um sorriso discreto de contentamento.

O hotel estava a uma curta distância da propriedade. A estrada estreita não era iluminada e estava ladeada em vários pontos por árvores altas. Portões de propriedades privadas podiam ser vistas quando iluminadas pelo farol do carro, além de plantações, fardos e rolos de fenos jogados aqui e ali.

Localizava-se num aglomerado de não mais que vinte casas ao longo de uma curva estrada. Se uma discreta placa não o indicasse passaria despercebido no recuo do terreno onde estava. Árvores protegiam a propriedade, e uma entrada acanhada para carros levava até a pequena casa de pedras acinzentadas e rústicas com trepadeiras que subiam por uma treliça.

Desvencilhados da usual burocracia e congratulações por parte do único funcionário noturno, Rafe tomou a mão de Maya com um sorriso satisfeito e seguiu pela trilha indicada até a pequena cottage no interior do terreno pouco profundo.

Assim que se viu longe de olhos curiosos tomou-a nos braços sob protestos ignorados. — Você é legalmente a minha mulher agora. Diz a tradição que tenho que te carregar e atravessar com você pela porta...

— Senão da azar e blá-blá-blá. E você acredita nessa besteira supersticiosa?

— Bom, ele deu seu famoso sorriso, antes de ser interrompido Senhora Kendrick-Mitchell, eu ia dizer que eu queria muito te ter em meus braços. Sem colocá-la no chão, abriu a porta com o cartão-chave e finalmente cruzou o portal, fechando a porta atrás de si com um chute não muito delicado.

Olharam ao redor, ambientando-se, apreendendo o espaço com a mirada curiosa. A sala era um plano aberto, com piso de tábuas corridas e um ar campestre que permeava o local. As grandes janelas com esquadria de madeira e quadriculada eram altas e com um recuo estofado com almofadas confeccionadas com algodão rústico em agradáveis tons terrosos, o que permitia que se sentasse ali. As paredes tinham sido pintadas num monótono tom amanteigado. A iluminação havia sido mantida baixa, somente algumas lâmpadas separadas estavam ligadas, velas de tamanhos variados tinham sido espalhadas por todo o cômodo. A lareira de pedra em frente a um suntuoso tapete persa com um intrincado padrão floral em azul marinho estava acessa. A mesa estava posta para dois e no aparador ao lado havia frutas frescas e garrafas de champanhe repousavam em um balde de gelo.

— Você gosta? Ele perguntou, o nariz roçando a lateral de seu rosto, a respiração fazendo cócegas em seu pescoço.

— Para dizer a verdade, Não prestei muita atenção. Maya virou a cabeça na direção da dele para poder encará-lo. Seu olhar era como prata derretida revelando o desejo que lhe tomava conta. — Estava pensando no que eu queria fazer com você depois de quinze dias sem te ver.

Chama Indômita - CompletoWhere stories live. Discover now