Dream with me - l.s (a/b/o)

Eu o admiro por isso, Louis

Depois de duas semanas eu já me sentia adaptado o suficiente àquele ambiente tão hostil. Talvez adaptado não fosse exatamente a palavra, estava mais para vacinado. Agora as piadas e as cantadas não tinham mais tanto efeito, principalmente porque eles acabavam ficando repetitivos.

Zayn e eu estávamos realmente próximos, mesmo que eu não concordasse com suas insistentes procuras a Liam, que tentava se esquivar do beta a todo custo, embora aos poucos começasse a ceder, mesmo que minimamente.

O melhor disso tudo é que eu estava começando a me destacar dentro da faculdade e, pelo menos dessa vez, por um bom motivo. Conforme os dias iam passando eu podia demonstrar cada vez mais o quanto era um aluno dedicado e inteligente.

Notas ou aprendizado nunca foram um problema para mim e mesmo no ano em que fiquei parado, nunca abandonei completamente os livros. Eu tinha um objetivo e ia alcançá-lo, isso começava a ficar mais claro em minha mente.

– Ei, Louis. Vamos até a sala ao lado comigo? – Zayn disse, me fazendo revirar os olhos.

– Zayn, o Liam não quer nada com você. Esquece isso. Ele tem um ômega, eles moram juntos e são felizes. – eu fiz o mesmo discurso pela milésima vez só essa semana.

– Você acha mesmo que ele é feliz? Ah, fala sério! E ele nunca mencionou o fato de ser um ômega marcado ou não. Então para todos os efeitos, ele ainda está livre. Além do mais, ninguém nunca viu esse garoto, então, quem se importa?

– Eu me importo, Zayn. – já começava a ficar nervoso e sentia meu corpo começar a tremer. – Um ômega tão novo já vivendo com um alfa é sim um motivo de preocupação. Ele provavelmente não conhece nada da vida, é alguém que desejou uma família feliz desde que se descobriu ômega. Então, sim, eu me importo se essa sua brincadeira vai ferir um ômega frágil!

– Ei, calma aí. Sei que você tem esse lance de salvar o mundo e tal, mas é só uma foda, Louis.

– Só uma foda? Nossa, sua sensibilidade é comovente! – meu sangue começava a esquentar e, por mais que eu quisesse, não conseguia reprimir os impulsos de meu corpo. – Se o Liam marcou esse ômega, a vida dele já era, Zayn. Tudo isso por causa de uma foda. Você não sabe nada sobre a dedicação de um ômega e as consequências disso em sua vida ou em sua saúde. Então cale a boca!

– Ah, me desculpe. – ele ergueu as mãos em sinal de rendição, embora sua expressão demonstrasse seu cinismo. – Mas se você quer saber você sempre diz que as pessoas tem que lutar pelo que quer, ou isso se aplica apenas a ômegas? Eu quero Liam e eu vou lutar por ele.

– Ótimo, mas não me peça para participar disso! – meus tremores estavam mais incontroláveis e eu achei melhor encerrar a discussão, porque tudo o que eu não precisava agora era destruir minha única amizade nesse lugar.

Virei as costas e caminhei para longe, entrando no primeiro banheiro que vi. Parei em uma das pias e molhei minhas mãos, passando um pouco de água no rosto, buscando me acalmar. O calor que começava a se apoderar de mim foi o que me deu o alerta.

Comecei a contar os dias mentalmente, recontando logo depois. Não poderia ser verdade. Estava tão absorto em pensamentos que nem percebi quando um silhueta, agora um pouco familiar, entrou pela no banheiro, fechando a porta atrás de si, fazendo meu corpo se encolher de medo.

– Você tem que sair daqui. – ele disse rápido, com um olho em mim e outro na porta. – Onde o Zayn está?

– O que você está fazendo aqui? – disse assustado. – Fique longe de mim!