Novos planos para o futuro

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Eu já havia estado naquele prédio uma vez. E já havia passado na frente outras milhares de vezes. A imponência do lugar era evidente até vista de fora, mas nada que se compare ao que havia ali dentro em um dia de trabalho.

Dezenas de pessoas bem trajadas caminhavam pelo saguão, alguns apressadamente para chegar a tempo até o elevador, outras ao celular e outras recebendo o que eu julguei ser clientes importantes.

Eu caminhava ao lado de Harry sendo percebido por todos, parte porque me identificavam como um ômega, parte porque o alfa a meu lado cumprimentava a todos com um belo sorriso no rosto. Exatamente o oposto de mim, que não tinha o costume nem de dar bom dia aos vizinhos.

Eu me posicionei atrás de Harry assim que entramos no elevador, mas ao sentir o perfume doce e enjoativo, acompanhado da voz melodiosa de Nicholas invadir o pequeno ambiente, troquei de lugar, ficando entre os dois.

– Boa tarde, Harold. – ele disse abrindo um lindo sorriso e se jogando nos braços do alfa em um abraço desnecessário.

– Boa tarde, Nick. – o alfa disse sem graça, afastando-se do corpo do ômega.

– Boa tarde, Nicholas. – disse irônico, me fazendo presente e empurrando-o levemente para longe de Harry.

– Oh, olá Louis. Eu nem te vi aqui. – rosnei em sua direção e ele gargalhou. – Desculpe, mas é que eu esqueço o resto do mundo quando vejo Harry.

Eu já estava pronto para desferir palavras nada agradáveis e talvez até alguns tapas na cara do ômega afetado e sem um pingo de vergonha na cara quando Harry me segurou e a porta se abriu. Nick gargalhou e a minha respiração voltou a ficar descompassada, dominado pela raiva.

– Calma, baby. – Harry sussurrou em meu ouvido e eu o encarei, respirando fundo e saindo do elevador.

– Gosto da sua atitude, Louis. Vai precisar de toda essa coragem para afastar todos os ômegas que se jogarem em cima do Harry ao ver que ele não é atado. – Nick rebateu.

– E quem disse que ele não será atado? – desafiei, fazendo os dois me encararem surpresos. – Uma mordida no pescoço só significa que eu encontrei alguém para dividir a vida e que eu a amo, não tem nada a ver com submissão, deram esse conceito a ela, mas não é essa a função. A mordida serve para declarar o amor e a fidelidade, apenas isso. – expliquei levemente irritadiço.

– Eu escolhi não ter uma mordida, o que resta para mim se você que prega a liberdade dos ômegas terá uma?

– É exatamente isso que eu digo, Nicholas. Liberdade! Eu quero que os ômegas tenham o direito a ter uma mordida ou não, a trabalharem ou não. Minha mãe não tem uma mordida e trabalha. Eu posso ter uma e continuar a viver como planejei. Você pode não ter e viver feliz e realizado por isso. Isso é liberdade!

– Gosto de como pensa, Louis. Aprendi muito enquanto estive na América. Nós só temos formas diferentes de lutar contra isso. – ele abriu um sorriso sincero. – Eu desejo toda a sorte do mundo para você em sua vida, profissionalmente e com Harry. – ele olhou docemente para o alfa. – Não me leve a mal, eu torço para o relacionamento de vocês dois, eu só não resisto a dizer a ele o quanto ele é incrível e doce. – ele passou a mão sobre o maxilar de Harry e eu cerrei os olhos, sentindo meu estômago revirar.

– Todos nós sabemos disso. – eu tirei a mãe dele do rosto do alfa, que me sorriu sem graça. – Eu vou cuidar bem dele.

– Eu realmente espero que sim. – ele finalizou, ainda com um sorriso provocador no rosto. – Eu vou indo, vim me despedir do papai. – disse o apelido de forma irônica.

Dream with me - l.s (a/b/o)Where stories live. Discover now