Styles's e Tomlinson's

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Quando Harry me ligou há duas noites, eu já sabia do que se tratava. No início, quando eu havia me descoberto alfa, Harry foi o primeiro a me ajudar. Primeiro porque seria constrangedor receber ajuda de meu pai, segundo porque minha mãe estava assustada demais para sequer pensar.

Desde então, nós estamos lá um para o outro, pelo menos sempre que não estamos com um ômega. Nós apenas tentamos puxar uma conversa com o alfa em rut, tentando trazê-lo para a racionalidade, levávamos comida e brinquedos para ajudar com as necessidades do cio.

São sempre períodos muito instáveis de agressividade, o que nos leva a ter que segurar o alfa para que nada de ruim ocorra. Harry sempre foi mais forte do que eu, mas seus ruts nunca foram violentos, nem mesmo para os ômegas que o ajudavam nesse período.

Nick costumava dizer que Harry era diferente de tudo o que ele já conheceu. Ele era muito mais do que um alfa, pois ele nunca se deixava dominar totalmente pelo instinto, ele mantinha sua racionalidade pelo bem estar do parceiro.

Sempre era mais fácil quando se estava acompanhado por um ômega, talvez pelo fato de que nem eu e nem Harry gostávamos de ter contra si o peso de ter feito mal a alguém. Esse era o principal ensinamento de dona Anne e o que eu e Harry mais levávamos em consideração.

Por isso os rosnados enfurecidos de Harry, que estava trancado no quarto do pequeno apartamento que nós dois tínhamos para esses períodos, estavam me assustando. Além de que ele parecia não conseguir manter uma conversa racional. Tudo o que ele dizia era "Louis", em meio a rosnados, gemidos e ataques de fúria.

Eu estava feliz por Harry ter finalmente encontrado alguém que o prendesse, era um feito e tanto, já que muitos ômegas e betas tentaram e nenhum obteve sucesso. Nem mesmo Nick e olha que meu irmão sempre teve um carinho muito especial por ele.

O que me preocupava era a obsessão que isso havia causado em meu irmão. Ele estava condicionando sua vida a vida de Louis e sua instabilidade nesse momento só confirmava isso.

– Gemma... – a voz arrastada e dolorosa de Harry me despertou, me fazendo levantar e correr em direção ao quarto ocupado por ele.

– Oi, H. – eu entrei, encontrando-o esparramado sobre a cama, ofegante e com o olhar perdido.

– Vá ver o Louis. – sua voz estava extremamente rouca, o que indicava que ele ainda estava sob os efeitos do rut.

– Harry, me escuta. – eu me ajoelhei a seu lado na cama, acariciando seus cabelos suados grudados em seu rosto. – Você precisa pensar em você nesse momento. Você fala com Louis depois.

– Não, Gemma. Eu preciso que você vá vê-lo! Diga a ele que eu sinto muito, mas eu precisei fazer aquilo. Minha raiva era tão grande que eu poderia machucá-lo e meu rut havia chegado. Diz pra ele, Gemma! – o desespero nas palavras de Harry estava me deixando assustada, além de que suas palavras me faziam imaginar coisas horríveis que poderiam ter acontecido. – Você precisa dizer para ele!

– Espera, você precisa me dizer o que aconteceu. – ele bufou, levantando-se de abrupto.

– Eu usei minha voz de alfa com ele, Gemma. Eu gritei com ele. Eu descontei minha raiva nele e isso era tudo o que ele não merecia naquele momento.

– Mas por que você ficou com raiva?

Eu o conhecia, sabia que ele não faria algo como usar sua voz sem nenhum motivo aparente, ainda mais com Louis. Eu sabia o quanto ele prezava pelos ideais do ômega e o quanto se esforçava para demonstrar que era diferente dos outros.

Dream with me - l.s (a/b/o)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora