Talvez mais do que um amigo

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Acordei bem tarde na manhã seguinte. Minha boca estava seca e meu estômago me lembrava da quantidade de champanhe ingerida na noite anterior. Tateei minha mesa de cabeceira a procura de meu celular, mas ele não estava ali.

Levantei-me e comecei a procurar o aparelho pelos bolsos do terno usado na noite anterior e depois de muito procurar, vasculhei minha mente para me lembrar qual tinha sido a última vez que o vi.

Lembro-me de utilizar o aparelho para ver as horas quando estava dentro do carro de Harry e conclui que deveria tê-lo esquecido lá. Suspirei pesadamente e fui para o banheiro na intenção de que um bom banho tirasse os resquícios de ressaca do meu corpo.

O almoço já estava na mesa quando cheguei à cozinha. O barulho típico de uma casa cheia de filhos me trouxe o ar acolhedor que só os almoços de finais de semana me traziam, eram os únicos dias em que todos estavam em casa.

Estava tirando a mesa junto de minha mãe quando ela chamou minha atenção.

– Achei que tivesse um encontro hoje. – suas palavras me atingiram com um baque e eu olhei desesperado para o relógio, 13:47 e eu havia esquecido totalmente de Harry. – Você esqueceu não foi? – seu tom de voz era divertido e eu assenti. – Ande, vai correndo se arrumar, eu ajudo a distraí-lo caso ele chegue antes do tempo. – ela me lançou uma piscadela e eu subi as escadas correndo.

Procurei uma roupa decente e me troquei em tempo recorde, mesmo que demorasse um tempo para vestir minhas calças apertadas. Passei um pouco de perfume e comecei a arrumar meus cabelos, quando ouvi uma risada diferente e em um tom rouco vir do andar debaixo. Droga, Harry já estava aqui.

Respirei fundo e me olhei no espelho outra vez. Foi quando eu percebi que estava agindo feito um grandessíssimo ômega idiota. Eu estava agindo como se aquilo fosse mesmo um encontro, estava nervoso como se eu me importasse com o que o Harry pensaria de mim.

Ele era um amigo, eu iria sair com ele como quando saia com Zayn e não havia motivo algum para agir como um ômega apaixonado e cheio de vontade de agradar o alfa. Se ele não gostasse de mim, o azar era todo dele.

Desci as escadas já bem mais calmo após esclarecer esses assuntos em minha mente, mas não pude deixar de sorrir ao encontrar Harry sentado ao sofá, com Ernest ao colo e brincando com Daisy e Phoebe aos seus pés.

Ele me lançou um sorriso de covinhas quando me notou parado à escada e eu sorri de volta, fazendo o caminho até ele.

– Vamos? – eu quebrei o silêncio.

Minha mãe veio até ele e pegou o bebê de seu colo, liberando-o para vir comigo. Harry se despediu de todos educadamente, mas deteve-se um pouco mais nas garotas que vieram lhe entregar o desenho que estavam fazendo há minutos atrás.

– Venha nos ver mais vezes, Hazz. – Daisy disse.

– Sim, nós podemos trançar seus cabelos e te deixar lindo. – a gêmea completou feliz.

– Tenho certeza que podem. – eu disse sentindo minhas bochechas enrubesceram, peguei no braço do garoto, querendo tirá-lo dali o mais rápido possível.

– Eu volto e tenho certeza que ficarei lindo. – ele sorriu novamente. – Obrigada pelo desenho, vocês serão grandes artistas. – ele se abaixou para beijar as bochechas das duas garotas e eu senti meu coração aquecer, minha mãe me lançou um olhar sugestivo e o sorriso em seu rosto demonstrava o quanto ela estava feliz em ver aquela cena.

Nós dois saímos de casa em silêncio, ele ameaçou abrir a porta do carro para mim, mas eu lancei-lhe um olhar de reprovação e ele ficou levemente envergonhado, o que me fez rir.

Dream with me - l.s (a/b/o)Where stories live. Discover now