O melhor de mim

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Harry e eu não voltamos a tocar no assunto do jantar, nem de seu pai, porque por mais que aquilo me irritasse profundamente e suas palavras ainda reverberassem em minha mente, eu entendia o lado de Harry. Era seu pai e ele o amava, eu era a novidade da história e eu não tinha o direito de mudar nada.

Nossos encontros também estavam ficando cada vez mais escassos, com o fim do semestre chegando, todos estavam ocupados demais com as provas e o trabalho de Sociologia, que para meu completo desespero, seria apresentado em dois dias.

Nós até tentamos nos juntarmos para estudar, mas percebemos que não dava certo quando terminamos todas as vezes deixando os livros de lado para trocarmos beijos fervorosos em um dos corredores esquecidos da biblioteca.

Mas não posso negar o quanto aquilo tinha sido divertido e infinitamente excitante. Até quando quase fomos pegos pela Sra. Stanford, a bibliotecária, enquanto Harry distribuía beijos por meu pescoço e me apertava contra uma das prateleiras, com as mãos espalmadas em minha bunda como forma de liberar a tensão acumulada pelo trabalho que minhas mãos faziam em seu membro.

Foram ótimas tardes, até que demos conta que se continuássemos nesse ritmo, iríamos zerar todas as provas e o trabalho não seria concluído.

Já estava de madrugada quando eu finalizei a ligação com Harry, que me contava os últimos detalhes de seu trabalho acerca da falha na ressocialização dos encarcerados, quando eu ouvi o som de passos no corredor.

– Não sabia que ainda estava fora de casa. – disse assim que abri a porta, encontrando Lottie com os sapatos na mão, andando na ponta dos pés no corredor.

– Essa era a intenção. – ela sussurrou e me empurrou para dentro do meu quarto, fechando a porta e se jogando em minha cama.

– Pelo jeito estava com a Gemma. – levantei uma sobrancelha em sua direção e ela abriu um sorriso malicioso.

– Estava deixando a alfa interessada.

– Ainda está nesse joguinho com a garota? – disse indignado, me deitando ao lado da beta.

– Não é um joguinho, Louis. – ela disse levemente ofendida. – Você sabe como as coisas funcionam para nós. Eu não posso me entregar a ela de corpo e alma, como se não houvesse amanhã, correndo o risco dela me trocar por um ômega a qualquer momento. Quer dizer, mesmo que ela prove que gosta de mim, até se provar que me ama, até se nos casarmos e termos filhos, eu ainda vou conviver com o fantasma dela poder me trocar a qualquer momento. – Lottie suspirou. – Nós não temos uma mordida para selar nossas almas, temos só um casamento normal, um pedaço de papel que pode ser rasgado a qualquer minuto. Entendo o que eu digo? – eu assenti pensativo. – Mais cedo ou mais tarde ela se dará conta disso e os instintos falarão mais alto. – havia ressentimento em sua voz.

– Nunca mais diga isso. – ela revirou os olhos. – Eu estou falando sério, Charlotte! Não use os argumentos dos instintos. É óbvio que eles agem sobre nós, mas não desse jeito. Ainda somos racionais, ainda temos controle sobre nós. Isso só serve para legitimar as merdas que nós fazemos, é uma desculpa. Só serve para perpetuar essas práticas porque ninguém quer mudar e aprender a ser um ser humano decente.

– É, eu sei disso, mas e a Gemma, ela sabe?

– Se tem uma coisa que eu aprendi nos últimos meses, é que não se pode duvidar dos Styles e de suas visões de mundo. O Harry é incrível para tudo, principalmente para me entender, me respeitar e me ajudar e pelo que conheço de Gemma, ela é igual.

– Você está tão apaixonadinho. – Lottie debochou, apertando minhas bochechas.

– Apaixonadinho? – me fiz de ofendido. – Me respeite, garota. Eu estou muito mais do que apaixonadinho, eu estou amando! – nós rimos juntos e eu a puxei para um abraço, fazendo com que sua cabeça descansasse em meu braço. – Eu queria te pedir um favor, mas acho que estou envergonhado demais para isso. – ela se levantou curiosa, se apoiando em um dos braços e me encarando.

Dream with me - l.s (a/b/o)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora