Capítulo 2

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                                                                              Sam        


Já faz três horas que Tyler e eu voltamos para casa. Ele checou meu carro que precisava apenas de um pouco de óleo e o banheiro social que entupiu. Obra do Jake em sua última visita. Por que eu troquei meu quarto com Molly?, depois foi para seu apartamento, agora tenho que passar minha noite de domingo vendo a língua de Peter desaparecer na boca da Molly. Pelo menos, não estão transando como da última vez que sai para fazer pipoca, na TV uma reprise de Cada Um Tem A Gêmea Que Merece passa.

- Hmmm – Molly geme. E, isso é o suficiente para mim.

- Vou ao Tyler – nem me olham – Não se engasguem. – Peter tem a decência de levantar o polegar enquanto afunda Molly no sofá, deitando-o sobre ela.

O prédio em que Tyler mora possui apenas cinco andares, embora não impede de ter melhor aparência do qual Molly e eu dividimos. Diferente do nosso possui um porteiro. Um homem gordo e jovem que se envergonha quando alcanço a portaria por estar devorando um cachorro-quente, ele acena envergonhado tentando balbuciar uma boa noite, sorrio também envergonhada e subo. E, só agora me dou conta que era nesse prédio que Molly queria morar, mas já estava cheio.

O elevador espelhado me leva sem nenhuma parada até o último andar. Mesmo com uma chave reserva bato na porta esperando por Tyler. Depois de quatro meses de amizade criei coragem para usar a chave que me deu, e a experiência foi desagradável, uma morena estonteante estava de joelho o chupando. Tyler grita um entre, e girando a maçaneta a porta se abre livre. Seu apartamento é incrível. Todo pintado de azul Royal, um tanto escasso pelo seu tamanho, embora possua tudo que é necessário. Uma tela plana domina a parede de sua sala, cercada por um sofá de couro preto e duas poltronas, um equipamento moderno de aparelho de som e claro, vídeo game completam o ambiente.

Em pé e desnudo até a cintura, com calça de pijama cinza pendurada sobre seu estreito quadril, segura uma caixa de pizza. No balcão que separa a sala da cozinha uma Heineken e uma lata de Coca-Cola estão depositadas. Bebo sua visão, apreciando seus ombros largos, onde seu cabelo paira livremente, levando meu olhar para seus bíceps e abdômen, descendo para o V em seu quadril que some em sua calça assim como a trilha de pelos quase invisíveis.

Acordo de minha hipnose com o barulho que faz com a garganta.

- Ajuda? – ofereço envergonhada.

- Sim – responde. E agradeço ao Senhor por não soltar nenhum comentário. – Desculpa te interromper do seu quase orgasmo, mas, estou com muita fome – solta, assim que pego as bebidas. Agradecimento rápido de mais.

- Eu só estou impressionada por você adivinhar que eu estava matando por uma pizza – minto na cara de pau. Implorando ao Senhor que ele acredite. Ele me deve uma.

- Então já posso acrescentar vidente, em uma das minhas mil e umas habilidades fantásticas – gaba-se. Aparentemente acreditando em minha mentira deslavada.

Obrigada, Senhor!

- Sim, senhor Fantástico. – entro no jogo. Sentamos no sofá, ele arrasta a mesa de centro e deposito as bebidas, a caixa da pizza de quatro queijos que cheira maravilhosamente bem fica sobre suas coxas. Caixa sortuda!

Deus, isso está ficando patético. Tyler é somente meu amigo. Inexplicavelmente, mas, apenas meu amigo.

- Peter e Molly, fodendo de novo na sala? – pergunta de forma natural. Olho embasbacado para ele que dá de ombros sem me olhar e liga a TV.

- Provavelmente, no momento em que sai – conto, rubra.

A TV ganha vida, e Tyler passa de canal em canal sem se interessar em nada. Ao contrário de mim que já estou devorando minha primeira fatia de pizza. Finalmente convencido que nada mais interessante está passando deixa em um filme que não conheço, onde duas garotas falam sobre virgindade. Tyler revira os olhos, mas, não muda de canal, e passa a devorar uma fatia em apenas três grandes mordidas. Assim ficamos em silêncio apenas o som da comida sendo triturada, com seu braço em volta de mim, me aconchego em seu peito quente, com minhas pernas sobre o sofá.

- Por que desligou? – pergunto interessada no fim do filme. 

Será que Patty vai transar com o idiota?

- Simples, na hora h ela vai dá pra trás por que o cara que ela ama é o outro – responde com se eu tivesse algum tipo de demência.

- Eu sei, mas gostaria de ver com meus próprios olhos – retruco zangada.

- Carrie, isso é um monte de porcaria. Você quer ouvir o discurso clichê sobre como é importante a primeira vez? Qual é você já passou por isso. Todas as garotas da sua idade já passaram por isso – termina, levando a caixa vazia para a cozinha.

Fico como estátua sobre o sofá. Na verdade quando ouvi esse discurso foi de forma intrometida, ouvindo tia Claire com Molly.

                                                                             Tyler

- Você ouviu, né? – pergunto sério quando volta para a sala.

- J-Já – gagueja, com as bochechas escarlete.

- Sam, você é virgem – afirmo. Nervoso por algum motivo apóio as mãos nos quadris, dando as costas. - Puta que pariu! – exclamo, voltando a encará-la. – Quer dizer, eu imaginei que você não fez muita coisa. Ainda mais se pararmos pra pensar com quem você namorava – lembro de Roger, o mauricinho do seu ex-namorado – Mas virgem?! – digo mais pra mim mesmo, ainda sem acreditar.

Porra. Todos os meus sonhos. Toda vez que fodia alguém pensando nela.

Sou um grande filho da puta. A Sam é mais inocente do que imaginava.

- Qual o problema? – pergunta exaltada,levantando-se – Não é por que você não gosta de virgem, que pode agir assim.    

- Calma aí, Carrie – digo, tentando acalmá-la – Isso não tem nada haver. Afinal de contas por que nunca me contou? – pergunto curioso.

- Não é muito comum as pessoas saírem por aí comentando sobre sua vida sexual – diz ainda vermelha dando de ombros.

- No seu caso, a falta dela – zombo. – Ei! – digo ao desviar da almofada que me joga.

- Olha, a Molly já pega bastante no meu pé por causa disso – conta – Você também vai começar? – pergunta com os olhos arregalados e cheios d'água. Um truque bastante antigo para conseguir o que quer. Bufo.

- Inferno, claro que não – respondo. E, agora terei mais um motivo pra chutar a bunda do próximo filho da puta que vier de gracinha pra cima dela.

- Valeu, Ty. – agradece meiga me abraçando nas pontas dos pés.

- Amigos são pra isso – digo deixando um gosto amargo em minha boca, inalando o que posso do seu cheiro de morango.

- Amigos – sussurra como se lamentasse.

Baboseira.

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Mais Que Amigos {Finalizada}🚫16 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora