Capítulo 15

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                                                                         Sam


Humm!

A língua faminta do Tyler enrola-se de forma gananciosa a minha fundindo-se em uma só, pela milésima vez desde que os garotos saíram correndo, e depois de uma pequena pausa para fechar a porta da cozinha.

Céus, se alguém entrar aqui é capaz de eu matá-lo. Não quero nem nos meus piores pesadelos que Tyler tire suas mãos ousadas fora do meu vestido. Ele instiga cada célula do meu corpo a sucumbir à tentação de me entregar a ele aqui mesmo, sob o frio do mármore branca do balcão. Ele abre mais minhas pernas, e me puxa para a ponta. Seu eu, fosse só alguns centímetros maiores teria meu centro direto sob sua ereção.

- Aah! – gemo, e arquejo mais em sua direção quando beija e lambe meu pescoço, enquanto suas mãos fazem a magia em meu seio.

Eu gostaria que ele descesse uma delas para lá... Temos que saber repartir. Como da outra vez.

- Ei. – Tyler reclama quando o empurro descendo do balcão.

- Tyler? – Molly chama – A Sam, sumiu – avisa preocupada – Então deixe sua puta de lado, e abre essa porra.

- Ela é uma empata foda – Tyler murmura – O que? – pergunta irritado quando o bato no braço.

- Eu sei que você está aí.

- Ela é minha prima – defendo, descendo meu vestido. – Agora, abre a porta – mando quando consigo ajeitar um pouco do meu cabelo.

- Prefiro bagunçado – diz indo até a porta, em seu habitual sorriso. Cretino.

- Por que, porra você não...

- Molly, eles estão ocupados – Peter a interrompe me olhando não tão surpreso. – Muito ocupados – diz olhando entre mim e Tyler. Posso sentir meus lábios inchados e minha bochecha queimar. Molly parece não acreditar.

- Legal – Molly finalmente diz acordando de seu estado de hipnose – Vamos fingir que vocês não estavam quase transando e voltar pra festa – termina me pegando de surpresa por não explodir em perguntas. – Tchau – despede-se puxando o namorado.

- Eu tentei avisar – Peter murmura.

- Tente mais da próxima – ela devolve mandona. Com suas saídas algumas pessoas voltam a circular na cozinha.

Esse é sem dúvidas um dia e tanto de sorte.

                                                                                   Tyler


Puta que pariu!

Achei que a Molly cairia matando em cima de mim, mas, sua cara de tonta sem saber o que dizer pela primeira vez desde que a conheço recompensou todas as merdas que disse, até quando briga com a Sam como uma mãe com sua filha desobediente.

- Isso foi... – Sam está tão surpresa quanto eu.

- Estranho pra caralh... – me paro ao virar em sua direção.

Puta que pariu do caralho!

Sam está... mais gostosa que o normal. Seu vestido amassado, os olhos brilhando em excitação, o cabelo sexy bagunçados, e os lábios inchados. Por mim! Ela brinca com suas mãos enquanto a como com os olhos. As bochechas vermelhas como se todo o sangue que bombeia em seu corpo se encontrasse ali.

- É melhor darmos o fora daqui agora – digo puxando-a em direção a porta dos fundos. – Ou não respondo por mim.

- Nós precisamos conversar – Sam diz já do lado de fora.

Paro diante da minha moto. A olho notando logo um problema. Se ela acha que depois do que rolou lá dentro vai se livrar de mim está muito enganada, já passamos muito tempo afastados. A ignoro, levando minha moto para debaixo de uma das árvores próxima a casa. Ela fica lá me observando.

- Seu carro? – pergunto.

- Lá embaixo, não consegui vaga por perto – explica.

- Vamos – agarro sua mão.

- Tyler?

- Em casa – digo nos pondo a andar.

Ela deveria ter dito que lá embaixo é quase uma quadra até a festa. Porcaria, ela andou tudo isso sozinha. Ainda sem trocarmos uma palavra a puxo para mais perto, vejo que treme com frio.

- Chave? – peço assim que nos aproximamos. Faz uma careta e noto que não tem uma bolsa com ela – Porra, você a esqueceu dentro do carro? – ela dá de ombros cabisbaixa, e lamento por falar desse jeito com ela – Desculpa, Sam, eu não devia falar assim com você – ela ri da minha cara – Hahaha – digo aliviado. – Legal que está se divertindo. Chave?

- Você é um idiota – diz erguendo o pé esquerdo. 

Claro, chave na meia.

- Díos mio, que chulé – brinco.

- Idiota. Vamos logo, estou congelando aqui.

- Também, olha o pedaço de pano que você está vestindo – agora que não estou aproveitando a falta de pano quero cobri-la para que nenhum filho da puta tenha o prazer de vê-la nele.

- Hipócrita – diz escondendo um sorrisinho ao entrar no carro.

Não desminto, e a sigo para dentro. Talvez eu a faça esquecer nossa conversa.

O caminho é silencioso cada um preso em sua própria teia de pensamentos. Que o Senhor me dê paciência quando chegarmos em casa. E Sam começar com seu discurso de que somos apenas amigos. Ela começa todo aquele seu tique de encaixar os dedos um sobre o outro e brincar com os polegares, como quem brinca de guerra de polegares. É bastante perturbador levando em conta que posso tê-la querendo se afastar de mim. Sem dúvidas procurando pelas melhores palavras pra me dá o fora.

Grande merda.

- Agora, vamos conversar - diz assim que estaciono na calçada da sua casa.

- Eu tô quebrado, Carrie, amanhã nos falamos.

Covarde.

- Você dorme lá em casa? – pergunta me surpreendendo.

- Sim.

Ela sai e me espera na frente do prédio enquanto guardo o carro na garagem. Quando volto segura minha mão, e seguimos para seu apartamento. E, como no carro ficamos em completo silêncio até chegarmos, ela não me solta e continua até seu quarto.

- Você quer tomar banho? – pergunta pegando seu pijama do armário.

- Claro – respondo animado. 

Banho e Sam? Ótima combinação.

- Você é pervertido – finge indignação – Já volto – e vai para o banheiro.

Deito esperando pela conversa, aflito.

Sam volta uns bons minutos depois com blusa de mangas longas e calça de moletom. Ela não me olha, no entanto deita-se ao meu lado, não de costas, mas, de frente enfiando o nariz em meu pescoço. Relaxo ainda sem saber se isso é bom ou ruim. Fico com a parte boa, que é tê-la em meus braços mais uma vez. Passo um dos meus braços sobre sua a cabeça, e com o outro a sua cintura.

- Ty? – chama sua voz muito baixa.

- Sim?

- O lance da... da... da namorada é real? – pergunta em um fiasco de voz ansioso e amedrontado.

Sorrio de alivio por esse ser seu motivo de preocupação, e não o fato de me querer longe.

- Porra, sim – respondo trocando nossas posições. Monto sobre ela.

- Achei que estivesse cansado – provoca com os olhos já excitados, mas, aliviados também.

- Se estou – ergo seus braços para cima, e prendo suas mãos as minhas – Muito cansado de não te beijar.

E, tomo com certa urgência sua boca na minha.

Mais Que Amigos {Finalizada}🚫16 Where stories live. Discover now