Capítulo 17

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                                                                     Sam

Estou completamente tentada a matar Tyler aqui mesmo na frente de todas essas testemunhas reunidas no refeitório. Até a terceira vez em que me puxou para perto de si foi fofo e lindo, mas, agora pela décima vez é insuportável. Ajudaria se Ben parasse de fingir que seca minhas pernas desnudas pelo short. Como se eu fosse seu tipo. Seus dentes pequeninos surgem mais uma vez quando o encaro pedindo que pare. Tyler é outro tentado a matar alguém, como se ele não soubesse que o moreno ao meu lado o preferisse a mim.

- Você vai se livrar desse pedaço de pano assim que chegarmos em casa – rosna baixo em meu ouvido. Reviro meus olhos.

- Ben é gay, se controle. E, não é como se eu fosse acatar suas ordens – respondo baixo, não perco os olhares que ainda nos rondam.

Todo o inferno do início retornou. Peter teve que segurar Tyler quando um cara se ofereceu como cobaia para que eu devolva as futuras traições dele. Molly achou tudo muito divertido. E, não duvidaria se tivesse pedido a Ben que provocasse meu namorado. Esse deve passar a ser seu passa tempo favorito de agora em diante, tirando é claro, todo o sexo que põe em prática com Peter.

- Ben, não é o único – diz entre dentes. Não percebo mais ninguém olhando diretamente para mim, apenas algumas garotas da mesa ao lado, mas, seus olhares estão mais para raiva, desprezo e incredulidade do que qualquer outra coisa. Sinceramente não vejo Briana me desejando.

Louco!

Bufo em resposta me afastando mais de si. Estou praticamente em seu colo. É claro, que ele me puxa de volta. Desisto enfiando um pedaço de cenoura na boca.

(...)

- O que mordeu a bunda gostosa do Tyler? – Molly pergunta ao meu lado secando a louça.

- Boa pergunta – dou de ombros, voltando a esfregar o prato.

Faz duas semanas que estamos juntos e Tyler não está apenas paranoico pelo que andam falando sobre nós dois – como, nunca na Galáxia daremos certos – têm algo há mais, algo que não consegui arrancar dele, nem mesmo em meio aos nossos amassos. Único momento em que a tensão que se enraizou em seu corpo parece desaparecer.

- Como namorada você se tornou um ser bundão. A amiguinha – debocha – Já teria arrancado o que quer que seja dele. Vamos lá, use das suas artimanhas – termina com um sorriso malicioso nos lábios.

- Vou preparar um delicioso jantar para o Peter e vejo o que consigo – jogo o seu jogo.

- Vadia...

                                                                 Tyler


Tente uma oração!

Tente uma oração!

Tente uma oração!

Eu estava tentado a arremessar outra vez meu celular contra a parede. Todas as minhas ligações para a Sam iam direto para caixa postal. Seu apartamento vazio, a porta e a minha própria mão eram provas disso, de tanto que esmurrará. Ninguém estava. Nem o Peter sabia da namorada, então as chances de Sam estar com a prima eram enormes. Ouvi Molly comentar por todo o dia sobre uma estúpida liquidação de sapatos. É claro, que ela arrastou minha namorada até lá. Cansado de ouvir a mensagem estúpida da caixa postal desligo e me arrasto até o chão, á sua espera.

- Obrigada, Carl! – Sam beija a bochecha do cara ao seu lado.

- Sempre que precisar – diz o filho da puta sorridente de volta, entregando algumas sacolas.

Pigarreio chamando atenção dos pombinhos á minha frente. Carl parece não gostar muito de me ver, sua cara feliz se fecha assim que me vê ali parado. Já Sam continua com seu sorriso no rosto.

- Oi – Sam diz caminhando até a mim.

Com o merda parado nos observando puxo-a para perto de mim beijando sem lhe dar chances de negar, Carl fica ainda mais puto. Ela é minha! Como se carregar algumas sacolas fosse lhe dar alguma chance com a minha garota. Deixando-o de lado me concentro apenas nela e, como se entrega á mim. Com a falta de ar nos soltamos e Carl não está mais lá, sorrio.

- Isso não foi muito maduro – Sam diz entregando-me as sacolas e abrindo a porta. – Não mesmo.

- Você pareceu gostar muito da minha infantilidade – respondo já dentro do apartamento. Ela não responde, mas, fica vermelha.

Dando-me as costas seguimos para o corredor, todas as sacolas das minhas mãos param em cima da cama da Molly. É como se alguém tivesse vomitado algodão doce rosa em todo o espaço. Fico surpreso quando quatro das sacolas vão para o quarto em frente.

- Porquê você não atendeu minhas ligações? – pergunto junto à porta, observando-a pegar roupas limpas.

- Por que você não iria dizer o que quero saber – responde sem me olhar.

- Eu já disse que não é nada – digo, parando-a quando segue para o banheiro.

- E, eu disse que não acredito – diz soltando-se. A sigo.

- Então, vai ficar sem falar comigo? – pergunto angustiado.

- Droga, Tyler, qual é o problema de me contar o que está te incomodando? – pergunta aborrecida. Estamos de frente para o outro na porta do banheiro. Ela não vacila nenhum instante e, tenho vontade de beijá-la novamente. – Nem pense nisso – diz quando me movo para beijá-la. Desde que estamos juntos ela nunca rejeita os meus beijos – Eu disse não – esbraveja entrando no banheiro e fechando a porta em minha cara.

Suspiro derrotado. De qualquer maneira ela vai acabar descobrindo, cedo ou tarde. E, se hoje for mais um dos meus dias de sorte com a gostosa do outro lado da porta posso tirar algum proveito de toda essa merda.

- Podemos fazer um acordo – digo para a porta fechada, tentando a sorte.

Silêncio.

- Que tipo de acordo? – pergunta baixo. Quase temerosa.

- Um banho juntos. Por respostas – digo pedindo que os anjos me abençoe.

Silêncio.

Silêncio.

E, mais silêncio.

- Um banho? – repete, outra vez baixo.

- Sim. Um banho – respondo, tentando e falhando miseravelmente em esconder a empolgação em minha voz. Pareço um adolescente virgem – Quer saber, esquece – digo quando posso ouvir sua inalação que sai alta com o nervosismo.

Não quero forçá-la a nada. Nunca!

- Vou te esperar na sa...

- Tudo bem – Sam diz com a porta aberta.

No banheiro ela tem a toalha enrolada em seu corpo. Fico olhando-a soltar o tecido felpudo que cai e se amontoa sobre seus pés. Caralho! Meu coração salta para depois paralisar. Sam está completamente nua em minha frente. Sua vermelhidão começa pelo pescoço longo e se concentra nas bochechas, todo o marfim em um só ponto. Mas, por mais que tente não consigo manter meus olhos em seu rosto. Olho e memorizo cada pedacinho da porcelana que é seu corpo. Os seios médios que já tive o prazer de saborear, o estômago plano com uma pequena cicatriz ao lado direito, e o paraíso no meio de suas pernas. Me deleito com a perfeição que é a mulher á minha frente. Pequena, linda, tímida e minha. Apenas minha!

- Porra mulher!

Mais Que Amigos {Finalizada}🚫16 Where stories live. Discover now