Capítulo 27

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                                                                 Sam

Não deixo nem por um segundo sequer minha mente interpretar a hesitação do Tyler de me tornar sua como rejeição. Logo noto seu receio de fazer isso aqui. Na varanda da casa dos Parrish, cheia de areia. E, pequenos detalhes como esses fazem com que eu o ame cada vez mais. Deixo um recatado e pequeno beijo em seus lábios inchados e macios. Logo, saio de seu colo, sua testa franzida é a indicação que logo estará reclamando. Então me adianto e agarro sua mão para que me siga.

Um pouco mais de dois anos, quando um dos filhos dos Parrish, veio aqui com um possível comprador em potencial, pude vê-lo apanhar uma cópia da chave atrás da velha cadeira de balanço, no cantinho da varanda, dentro do pratinho de um murcho e pequeno cacto. Que ela ainda continue ali. Tyler me espera em pé, próximo a porta, enquanto vou em direção a planta, pedindo ao Senhor que eu encontre. Bingo.

Obrigada, Senhor!

- Isso é o que eu penso que, é? – pergunta Tyler, alegria mal disfarçada.

- Com certeza não é a Cassandra – respondo, era pra sair debochado, mas tem o efeito contrário. Amargurado.

- Sam, acredita em mim. Foi ela quem me beijou. O filho da puta do amigo do Isaac deve ter tirado a foto. A parte que eu a empurrei ele com certeza não registrou – a fúria está lá de novo.

- Eu, não sei você, mas não estou a fim de desperdiçar meu tempo falando de cadelas e filhos da puta – digo, alcançando seu pescoço. Tentando recuperar o clima.

- Achei que estávamos conversando sobre você ser finalmente inteira minha – murmura em meus lábios. Provocando-me arrepios e instigando ainda mais minha libido.

- Exatamente.

Liberando-me e a arrancando a chave solitária da minha mão, Tyler abre ele mesmo a porta da casa dos meus sonhos. Lá dentro somos recebidos pelo que me parece ser a sala de jantar. Deve ser incrível comer assistindo a paisagem lá fora. As poucas paredes solitárias de vidro possuem um tom desbotado de amarelo. Nelas espaços sugerem que ali possuíam quadros. Pergunto-me se eram fotografias da família aproveitando um belo dia com Sol radiante como o de hoje na praia ou em um luau, todos em volta de uma fogueira que o Sr. Parrish tenha acendido.

Próximo, uma enorme cozinha, algumas partes do armário branco ainda restaram nas paredes. O piso branco empoeirado. Dias, semanas, meses ou até anos sem uma boa limpeza. Questiono-me o que a Sra. Parrish diria sobre isso. Sobre a situação que seus amados e ambiciosos filhos deixaram seu lar chegar. Totalmente desprezado. Abandonado. Em silêncio e de mãos dadas, Tyler continua a me guiar, e logo estamos na sala.

 É uma das maiores salas que já vi em minha vida. Há um corredor e imagino que leve a quartos, banheiros e o escritório do falecido. Na sala, alguns poucos móveis cobertos por lençóis brancos, na parede mais vestígios de quadros ou fotografia em Close-up. Mas, Tyler não tem em mente estudar o lugar, ele quer apenas seguir pelo corredor. Chegando, provavelmente a mesma conclusão.

Quartos!

                                                           Tyler

- Mudou de ideia? – pergunto, um pouco decepcionado, quando Sam não se move. Há um corredor, que deve levar a quartos. A extensão vista pelo lado de fora comprova meu raciocínio.

- Não – responde baixo, rápida e rouca – Por aqui.

E dessa vez sou quem segue.

Há outro corredor. Não tão largo como o anterior. O caminho é curto, até nos depararmos com uma escada, ao fim uma porta grande branca de correr. Sam solta minha mão, e ela parece fazer uma pequena prece antes de fazer a madeira correr. Penso que é por nervosismo, mas é somente pedindo para não estar trancada, assim que a porta se abre livre e sorri para mim. Pergunto-me quantas vezes ela já esteve aqui dentro.

Mais Que Amigos {Finalizada}🚫16 Where stories live. Discover now