Capítulo 23

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                                                            Sam


- Acabei de mandar uma mensagem para os meninos. Eles chegarão logo. Aí poderemos comer – avisa Molly, de olho em seu celular.

Não dou à mínima se os meninos virão para o jantar.

A única coisa que consigo enxergar e pensar em meios as lágrimas que borram a minha visão é a foto do Tyler beijando a cadela da Cassandra. Onde estive com a cabeça que nós realmente daríamos certos? Onde estive com a cabeça que não cogitei a volta da Cassandra? Não importa o quanto o Tyler estivesse a fim de uma garota, ele sempre a trocaria por sua versão feminina.

Os dois são mais que perfeitos e convenientes um para o outro.

- Sam? O que houve? – pergunta Molly preocupada, só agora prestando realmente atenção em mim.

- Isso! – balbucio, estendendo minha mão com o aparelho.

Seu choque e surpresa ficam estampados em seu rosto. Os olhos arregalados e incrédulos, e a boca aberta. Seria cômica em outra situação menos dramática e dolorosa. Quando finalmente vê Tyler e Cassandra aos beijos no barzinho a algumas quadras daqui, onde ele e Peter foram com outras caras assistir a partida de beisebol. Momento testosteronas.

 - Eu mato esse filho da puta cheio de merda – esbraveja de um modo totalmente homicida e psicótico.

Antes de formular qualquer palavra me vejo negando repetitivamente com a cabeça, e secando as lágrimas e limpando a meleca molenga que escorre do meu nariz de modo bem grosseiro com a parte posterior da mão.

- Não.

- Não? Que merda é essa de não? – esbraveja, agora toda sua irritação dirigida a mim.

Seus olhos azuis escuros querendo cometer mais que um homicídio.

- Vai adiantar o quê? – murmuro, indo em direção ao meu quarto. Ela me segue.

- Vai adiantar o quê? – repete, perplexa.

- É, o quê? Molly, me escuta, quais são as chances do Tyler escolher a mim entre a Cassandra. E, de qualquer modo, não é como se eu quisesse olhar mais na cara dele depois dessa – digo, encarando-a – E, se eu soubesse que ela estaria de volta nem faria tanto drama. Tyler e Cassandra são tão certos quanto o Sol e a Lua.

- Que seja – admite, contra gosto – Mas temos que dar o troco nesses dois filhos da puta. O Tyler prometeu que não te machucaria – termina, a voz um fiasco entristecido.

- Por favor, Molly, deixa quieto – peço, a voz rouca com o choro que quer voltar a cair livre – Eu vou pra casa. Não vou ter paciência pra ouvir o deboche da Cassandra e as desculpas esfarrapadas do Tyler. A verdade é que se eu pudesse nunca mais olharia em sua cara cínica – digo, apanhando umas poucas peças de roupas e pondo em minha mochila.

- Você vai fugir? – pergunta irritada – É o que você sempre faz – esbraveja.

- É. É exatamente o que vou fazer. É o que eu sei fazer de melhor. Fugir e me esconder. Satisfeita? – retruco no mesmo tom – Me dá um tempo, Molly – peço, conciliadora.

- Vou com você. É perigoso dirigir em seu estado. Pior naquele carro velho – zomba, tentando levantar o clima. Sorrio.

Ou tento.

- Não, quero ficar só – digo, abraçando-a – Assim que chegar te ligo. Te amo.

- Se cuida. Amanhã, assim que as aulas acabarem vou te encontrar – avisa – Te amo, pequena Sam.

Mais Que Amigos {Finalizada}🚫16 Where stories live. Discover now