Mais Que Amigos {Finalizada}🚫16

Capítulo 14

                                                                                     Sam

Tenho que estacionar quase uma quadra antes da casa Ômega de tão lotada que está. Os pais do Mike, líder da fraternidade, devem mesmo desembolsar bons cheques de doação ao campus, nenhum carro de policia está checando o barulho alto. Pelo caminho encontro casais que precisam urgentemente de quartos e bêbados atropelando-se nos próprios pés. Quando alcanço os degraus da casa dou de cara com Jake bêbado sendo carregado pela mesma garota loira que vi outro dia.

- Sam – diz trôpego. Ela mal consegue equilibrá-lo.

- Ei, Jake – ajudo-a jogando seu braço esquerdo em meu ombro. – Vou te levar pra casa – digo quando descemos o último degrau.

- Não, você não – responde parando de andar. A garota não diz uma única palavra – Eu quero ir com a Mand.

- Não tenho muita certeza se a Mand quer cuidar de um bêbado – respondo desejando que volte andar. Jake pesa.

- Por favor, Mand – ele pede olhando pra ela. Ela o solta e fica em sua frente, noto que seus olhos são de um lindo castanho claro. – Por favor – implora.

- Não se preocupe, eu vou levá-lo. – digo pra ela que parece envergonhada.

- Sou Amanda – apresenta-se.

- Sam, a prima – esclareço. Isso tem algum efeito, ela sorri e aposto eu é pra si mesma.

- Eu o levo – ela diz por fim. Jake diz um alto sussurro até que enfim. E é claro que ele está se fazendo de bêbado. Amanda parece perceber, mas, como um bom ator finge que vai desmaiar, a pobre coitada corre pra ampará-lo. – Pode deixar, eu fico com ele.

O solto e observo Amanda carregá-lo. Enquanto Amanda pega a chave do carro em seu bolso, Jake olha para mim e ergue o polegar. Sorrio feliz por ter superado a Leslie. Atrapalhada o coloca dentro do carro e desaparecem. Tenho que admitir que o cara seja digno da estatueta do Oscar. Aproveitando que já estou aqui decido entrar para avisar a Molly sobre o irmão. 

Se ao redor está lotada e barulhenta lá dentro é um zilhão de vezes pior, a última grande festa que deram foi no fim das aulas. Mal adentro onde é a sala e alguém me entrega um copo plástico vermelho, levo ao nariz para descobrir que é cerveja. O cheiro é convidativo e penso em dar apenas um pequeno gole. Minha boca saliva quando finalmente crio coragem e levo-o até minha boca, mas o copo vai com tudo pro chão.

- Você tem o que na cabeça, um monte de merda, sua estúpida? – Molly esbraveja.

- Molly, é só cerveja – Peter tenta aliviar o clima. Ele olha entre mim e ela sem entender muito.

Nós duas nos encaramos. Molly acusatória e cheia de recriminação, e eu como uma criança que foi pega fazendo coisa errada. Abaixo a cabeça sem conseguir sustentar por mais tempo seu olhar duro.

- Desculpa. – não sei se me ouve.

- Desculpa – me abraça – Peguei pesado, é que entrei em pânico – sinto-me culpada – Você chegou a beber? – pergunta em meu ouvido.

- Você chegou antes. Eu só ia dar um gole – explico.

- Sam, você não pode – me solta, fica apenas segurando meus ombros – Não podemos arriscar – diz como se novamente falasse com uma criança.

Voltamos nos abraçar. Depois encaramos uma a outra e rimos.

- Sério, cara, vocês são loucas – diz virando de uma só vez o que há em seu copo.