Capítulo 4

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Depois disso eu não via mais o dia lá fora, não sair desse quarto até hoje, na verdade tentei fugir umas duas vezes, machuquei uma das empregadas dele que veio trazer o meu café, e na outra tentativa, Elena que também frequenta o clube de submissão me ajudou a fugir, mas nada deu certo, seus seguranças foram bem mais rápido e me encontraram. Nessa última vez que fugir, eu fiz questão de ir ao médico colocar um anticoncepcional, pois ele não me deixa tomar nenhum remédio, diz que quer filhos comigo, e assim eu não poderei me livrar dele. Mas eu não quis saber da sua vontade, eu não iria engravidar, e nem quero engravidar de um louco, psicopata. E se ele sabe ou não disso, não me interessa. Eu não vou colocar uma criança no mundo para sofrer junto comigo.

Eu não sei quanto tempo eu estou trancada aqui, parece anos. Meu celular, ele tomou, tirou qualquer conexão que eu tinha com o mundo, e até mesmo com meus pais. E por falar neles, eles acham que eu estou viajando para conhecer outras faculdades de medicina, eles acham que eu encontrei um trabalho em uma clínica médica. Eu dou notícias minhas três vezes por semana, sob supervisão do meu dominador. Eu tenho ódio dele, eu não consigo vê-lo como algo bom na minha vida. E se ele pensa que algum dia podemos ter algo, ele está muito enganado. Eu não consigo sentir nada por ele, a não ser raiva, desprezo. Ele me trancou no quarto, e não satisfeito, depois das minhas tentativas frustradas em fugir, ele me prendeu com uma corrente no pé, como se eu fosse um bicho, essa corrente me dá o direito de andar o quarto todo, de ir ao banheiro, ao box para tomar banho e ao closet. Minha vida se resumia dentro desse quarto. Minha alimentação era traga para mim. Meu dominador, sempre vinha jantar comigo, mas para mim era como não tivesse ninguém. Ele tentava puxar assunto, mas eu nada dizia. Eu não queria falar com ele. Será que ele não percebi que eu não gosto dele.

Eu confesso que tentei me matar por três vezes, eu cortei meus pulsos, eu parei de comer. Eu fiz de tudo para que ele veja que essa ideia de me matar aqui, é absurda. Ele cuidou de mim todas as vezes que tentei me matar, parecia se sentir culpado, até me pediu desculpas pelo que havia feito, mas nada de me libertar. Só não digo que estou vivendo em condições sub humana, porque não é verdade, ele não me deixa faltar nada. E quando percebe que eu não quero conversar, se afasta, e diz que tudo seria mais fácil se eu aceitasse de vez que eu pertencia a ele. Merda de homem, o que fiz para que ele prendesse a mim? Ele teve várias submissas, e teve que cismar comigo? Não é justo. Eu sei eu procurei o caminho errado para tirar minha vida da monotonia, mas eu nunca quis ser sequestrada, nunca quis ser colocada em cárcere privado.

Minha faculdade eu tive que trancar, tive que fazer tudo por telefone, pois nem isso ele permitiu que eu fizesse. Como disse, eu não sei nem se um dia me formarei em medicina. Nem sei se daqui eu sairei algum dia e ainda viva. Eu queria muito ter uma oportunidade de sair daqui e abraçar meus pais pela última vez. Sei que eles devem estar preocupados, mesmo com todos os telefonemas, eu sinto na voz deles que estão preocupados comigo.

O dia já se foi, e agora as estrelas e a lua estão tomando conta do céu. Escuto passos vindo do corredor, e sei que é ele. Está vindo verificar se sua prisioneira está bem. Demonstro o meu desgosto sempre que ele vem aqui. Ele destranca a porta, entra e me cumprimenta.

-Boa noite Anastásia. Ele diz se aproximando de mim, que estou sentada no sofá olhando para fora. Eu queria tanto sair, voltar a ver o mundo lá fora. Eu não digo nada, ainda permaneço do mesmo modo. Hoje também não quer conversar? Ele questiona, e sabe que eu não quero nunca mais falar com ele. Tudo bem, e vou tomar um banho e depois subo para jantar com você. Temos que conversar. Ele dizia já na porta e sai.

Eu não mereço isso. Começo a chorar. Porque ele não pode me deixar livre? Porque não procura outra obsessão para ele? Cada dia neste lugar trancada eu morro um pouco. Alguns minutos se passam e ele aparece com nosso jantar, eu juro que não estou com um pingo de fome, como nos outros dias. Ele coloca em cima da mesa, e puxou duas cadeiras.

-Vem, vamos comer. Ele diz.

-Eu não quero comer. Digo sem nem ao menos olhar para ele.

-Você precisar comer amor, cada dia que passa você está mais magra, e não me faça chamar um médico aqui para ti receitar vitaminas.

-E isso ti importa? Por acaso o Sr realmente se preocupa comigo? Pelo Sr, eu posso morrer aqui, enclausurada nesse quarto. Digo com raiva.

-Você quis assim Anastásia, eu não queria ser forçado a isso. Mas você pediu por isso. Eu estava disposto a fazer as coisas certas com você, mas não, você preferiu fugir, você preferiu não cumprir a sua palavra.

-O que eu fiz para o Sr hein? Porque o Sr escolheu a mim, sendo que você tinha outras submissas na sua lista?

-Eu me apaixonei por você. E você sabe muito bem disso.

-Mas o Sr também sabe que eu não me apaixonei pelo Sr. E isso que está fazendo comigo, só vai piorar as coisas entre nós dois. Eu nunca vou conseguir me apaixonar por você.

-Porque? Por acaso você me acha feio? Não faço o seu tipo? Não sou digno do seu amor? Ele diz com raiva.

-Qualquer mulher daria tudo para que o Sr a trancasse aqui, mas eu não. Eu quero minha vida de volta.

-Tenho uma proposta para você. Mas escuta Anastásia, eu não estou brincando, eu gosto de você. E quero ter uma vida com você. Eu que possamos dá certo. Você acha que é fácil para mim ti manter aqui? Você acha que eu não me condeno todos os dias por ter me apaixonado pela pessoa errada, e ainda essa pessoa não sentir nada por mim? Eu não mando eu meu coração, coisa que antes eu achava que não poderia existir dentro de mim, mas assim que te vi eu resistir a tudo que comecei a sentir, porém eu não posso desistir de você. Eu sei que eu estou fazendo é errado, mas não vou me permitir te perder para o primeiro palhaço que você encontra na frente, e muito menos deixar você voltar para o clube de submissão. Eu quero você, e você já é minha, você aceitando ou não.

-E o Sr espera o que de mim?

-Que seja minha esposa. Que case comigo. Ele só pode está brincando. Ele é um lunático, doido.

-Nem pensar. Eu posso morrer dentro desse quarto, mas jamais me casarei com o Sr.

-O único jeito de você ter sua liberdade de volta, poder andar por esse apto, voltar para faculdade, e voltar a ver seus pais, é você se casando comigo.

-O Sr é louco. Não, eu vou viver aqui pelo resto da vida trancada, não me importo, contanto que não me case com o Sr.

-Você é quem sabe. Minha proposta já foi feita, de qualquer maneira, meus pais e seus pais sabem que estamos juntos. O que ele disse? Merda o que ele fez?

-Do que o Sr está falando? O que o Sr quer dizer que nossos pais sabem que estamos juntos?

-Anastásia, eu sou um homem bem visto, sou um homem bem poderoso em Seattle, nada passa despercebido pela mídia ao meu respeito. No dia que busquei você no aeroporto, os paparazzis viram nós dois juntos, então sai uma nota no jornal especulando o nosso relacionamento. Claro como bom homem que sou, soltei uma nota no jornal dizendo que você é minha namorada, futura noiva. Ele não pode ter feito isso. Meus pais não falaram nada.

-Como meus pais não me falaram nada?

-Eles foram orientados a não comentar nada por telefone com você, já que você está viajando. Os paparazzis e jornalistas podem interceptar a conversa. Mas confesso que eles agradaram muito saber que estamos juntos.

-Eu não estou com o Sr. Eu não quero o Sr. Droga, porque o Sr não entendi? Eu só quero minha vida de volta. Digo sentando na cama e abaixando a minha cabeça. Eu não quero nada disso para mim.

-Olha você já sabe o que tem que fazer para voltar a sua vida normal, lembrando que mesmo você casando, os seguranças vão continuar te acompanhando. Você pode ser muito esperta quando quer. E por favor, pare de me chamar de Sr. Meu nome é Christian, e eu já deixei bem claro isso para você. Ele diz saindo pela porta e me trancando novamente.

O que faço agora? Eu nunca vou poder ser livre? Eu nunca vou ter a minha vida de volta. Papai, mamãe, como vocês devem está com essa mentira? Eu queria tanto vocês agora, eu queria tanto o colo da minha mãe, o carinho que ela fazia em meu cabelos. O boa noite que eles sempre me davam. O que eu vou fazer da minha vida? Espero morrer aqui, ou me caso com esse lunático?

Refém Do Meu Dominador Where stories live. Discover now