N
a manhã seguinte, os pingos de chuva que caiam sobre o telhado faziam um barulho estrondoso, como se cada pingo estivesse me alertando do quanto fazer aquilo seria doloroso, causaria um tremendo barulho na vida de Sofia e na minha também. Não sabia se depois do que eu iria dizer poderia voltar a abraçá-la daquele jeito. De vez em quando ela ficava zangada. Outras horas, ria por nada. Muitas outras se trancava no quarto. E eu a achava rebelde. Era apenas uma faze dizia minha mãe. Perguntava-me se aquilo iria trazer aqueles comportamentos. Travei os dentes e pensei que se eu não fizesse, Adam faria, e da pior maneira, me crucificando. E agora tinha Pedro, ele também lhe diria.
- Querida... Eu preciso ter uma conversa com você. - digo tirando um pedaço da coberta de cima dela.
- Fala mãe. - ela se espreguiça me acomodo na poltrona enquanto ela leva um tempo para levantar e trocar o pijama por um jeans apertado e uma regata. Parecia estar de bom humor, mas será por pouco tempo, penso.
- Acho que a conversa será um pouco demorada. - digo, ela me olha espantada.
- Então fala mãe. - deu de ombros.
- Não sei por onde começar. - busquei coragem e não encontrei. - Olha filha, eu tentei achar uma maneira que fosse fácil, mais eu não encontrei.
Enquanto eu falava, ela andava de um lado para o outro penteando o cabelo, sem nem se dar conta do quão importante seria o que estava por vir.
- Sente-se querida, por favor. - fico vermelha, estou em estado de choque. Por favor, meu Deus me dê força, me dê força.
Sofia se sentou em minha frente. Fez-se um pequeno silêncio. Embora eu não soubesse por onde começar eu comecei:
- Bem, você sabe que toda garota acaba se apaixonando. - concordou mexendo a cabeça. - E antes de me casar com Adam, com o seu pai. Eu era apaixonada por outro alguém. - saiu tão rápido, que nem eu acreditava que tinha dito aquilo. - Eu... Bem, o nome dele é Pedro. Mas ele precisou ir embora, foi estudar em Nova Iorque, por razões que a vida não explica, ele me deixou. – ela dava de ombros - E eu... Eu estava grávida. – por fim eu disse aquilo. - Grávida de você! - soltei o ar que prendia no pulmão.
- Mãe. Está tentando me dizer q...
- Eu estava esperando você. - interrompo-a.
Nesse momento sua expressão sofre uma brusca mudança.
- Quer dizer que... O meu pai não é o meu pai? - Sofia levanta da cama agitada.
- Eu estava sozinha filha, e tive que escolher. Eu nunca quis esconder a verdade de você, mas eu e Adam combinamos que seria assim. Eu queria que você tivesse uma família como todas as crianças. – fui explicando. – eu só quis o melhor para você.
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A Vez do Amor
RomancePara ser feliz no amor, deveríamos fazer tudo ao contrário do que fazemos. Quando Alicia conheceu Pedro, um jovem surfista rico da cidade, ela era só uma garota que sonhava em ser veterinária e ajudar sua mãe a recuperar a casa. E apesar de pertence...