Último Ato - Efeito Borboleta (Livro 5) [H.S]

Capítulo 26

Tudo aconteceu em uma perspectiva... Surreal. Foi como se, de repente, a rotação da terra estivesse em câmera lenta, assim como tudo que se movia nela. Blair sorriu, se inclinando, e beijou Chuck. Um beijo simples, discreto, mas ainda assim um beijo na boca. Ele ergueu a mão, levando-a a nuca dela e o intensificou um pouco mais, os lábios dos dois se entreabrindo, e ela tocou o pulso dele com gentileza. Estava gelada.

Todos os flashes pareceram vir de uma vez só, como um grande relâmpago, como um clarão que ofusca tudo, querendo registrar cada fração de segundo do que acontecia.

Juliet ergueu a taça, em um brinde mudo. Ela e Nate se encaravam, ele tendo a maxilar travada. Clair tinha a expressão neutra, observando a cena. A salva de palmas que zunira no ouvido de Blair há segundos morreu, dando lugar primeiro a um silencio esmagador, em seguida a uma onda de murmúrios que ganhou força rapidamente. Louis , na mesa ao lado, levou a taça a boca, esvaziando-a enquanto assistia. Gemma empalidecera, os olhos castanhos incrédulos no que via. Os dois se beijaram de forma terna por um instante curto – porém irrevogavelmente significativo – e terminou com ele segurando o rosto dela pelo pescoço e lhe selando os lábios. Em seguida lhe beijou a maxilar e o cabelo.

Chuck: Minha. – Declarou, como um anuncio de vitória, em um murmúrio com os lábios perto do cabelo dela. Na manhã seguinte, haveriam mesas de discussão em jornais para debater o que ele havia murmurado para ela naquele momento, mas ele não ligou. Ela apenas se afastou um pouco para encará-lo, sorrindo em retorno, e assentiu brevemente.

Ele a guiou pelas costas, puxando a cadeira pra ela, e o mestre de cerimônias, claramente desconcertado, tentou guiar o evento adiante, por cima da onda de murmúrios. Já que eles se comportavam como se nada tivesse acontecido, prossigamos como se nada tivesse acontecido.

Gemma: Oh, meu Deus. – Sussurrou, olhando o tampo da mesa. Os murmúrios não paravam, mesmo com o som ambiente e mesmo a programação tendo seguido. Os flashes continuavam.

Louis: Péssima ideia, péssima. – Condenou, apanhando outra taça de champanhe quando o garçom passou e tomando um longo gole. – Crianças brincando com gasolina e fósforo, só podia dar nisso.

Gemma: Por que você não parece nada surpreso? – Perguntou, rouca, virando o rosto pra ele.

Louis: Não me olhe desse jeito, Gemm, eu não tenho nada com isso. Só não sou cego nem burro. – Ele tomou outro gole grande do champanhe – Vocês Styles são ótimos em ignorar aquilo que não querem ver.

Gemma: Desde quando? – Perguntou, indignada.

Louis: Desde... Sempre?! – Perguntou, incrédulo – "Blair e Chuck sentados numa arvore?" O que vocês precisavam pra perceber isso? Um sinal luminoso?- Falando em luminoso, a onda dos flashes seguia descontrolada – Isso virou um circo. Eu preciso tirar você daqui. – Decidiu, se levantando, e ela assentiu.

O olhar de Louis e Nate se encontrou brevemente enquanto Louis puxava a cadeira pra Gemma, e Louis negou brevemente com a cabeça, como quem lamenta, mas não ficou pra mais: Só queria tirar a esposa dali.

Chuck: Estou orgulhoso de você. – Disse, apanhando a mão dela e beijando-a. Mais flashes. Juliet havia saído com a desculpa de iria ao banheiro.

Blair: Estou orgulhosa de nós. – Disse, parecendo resignada, e sorriu de canto.

Nate: Clair, me lembre novamente... – Os flashes o deixavam claramente desconfortável. Irritadiço. Lembrava Harry quando ficava assim - ... Como isso é positivo?

Clair: Você fica tão bonitinho emburrado. – Disse, a cabeça deitada de lado. Se não fosse o tom letal nos olhos, a brincadeira até colaria – Vamos, Nathaniel, me tire pra dançar. Está feito. Aproveite a chance enquanto as capas vermelhas não vem. – Sugeriu.