Capítulo 49

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Um celular chamava cansativamente. Clair estava possessa. Juliet estava igualmente fula, porém as duas tinham modos diferentes de sentir o ódio aflorar. Lucille, por sua vez, agora alvejada em tons de vermelho rubi, estava feliz. Veja bem, pra justificar esse nível de raiva, vamos precisar voltar um pouco no tempo. Não estávamos assim desde o inicio, somos pessoas pacificas... Ou tentamos ser.

Clair: Você pode me explicar por que estamos aqui? – Perguntou, estacionando o carro na frente do sanatório onde Perrie estava internada. – É sério, Juliet, eu não dou mais nenhum passo se você não começar a falar.

Juliet: Certo, eu acho que encontrei alguma coisa. Nas fitas do hospital. – Clair travou o carro, se virando pra olhá-la – Blair estava com Chuck, e do nada saiu e foi pro arquivo morto. Isso no domingo. No arquivo ela leu duas pastas, históricos médicos, e começou a chorar. Saiu de lá correndo, se trancou no banheiro por meia hora. – Clair assentiu.

Clair: Você encontrou as pastas? – Perguntou, acompanhando.

Juliet: As câmeras de segurança não conseguiram gravar de quem eram. Pode ter sido qualquer coisa em qualquer uma. – Dispensou.

Clair: Então, é claro, você leu todas. – Supôs, obvia, e Juliet negou com o rosto – Porra, Eve!

Juliet: Informação demais, eu estou nervosa! – Cuspiu, tirando o cabelo do rosto – A família toda está lá, podia ter sido qualquer coisa! Eu olhei a dela e a de Chuck e não achei nada, mas então eu liguei pra Nate, e ele disse que Melanie contou que na quarta-feira de manhã Blair esteve aqui e conversou com Perrie.

Clair: Sobre...? – Perguntou, franzindo o cenho.

Juliet: Esse é o ponto. Melanie e Perrie se odeiam desde o inicio dos tempos. Blair esteve aqui na quarta de manhã e no final da tarde ela deixou Chuck. – Apontou, obvia – Melanie esteve aqui em seguida, mas Perrie simplesmente não diz uma palavra, e o dito ficou pelo não dito.

Clair: Entendi. – Aceitou, simples, tirando o cinto e abrindo a porta do carro.

Juliet desceu em seguida. Viu Clair fazer a volta pelo carro em um tom de cobre inebriante, abrindo a mala. Lá só havia um estojo grande, em camurça preta. Ela o apanhou, sem dizer nada e fechou o carro, travando-o com um bipe. Na próxima hora foi pura burocracia: Elas precisavam tirar uma paciente da rotina normal do dia e precisavam de um local afastado para "conversar", um local sem vigilância ou câmeras, onde não fossem seguidas ou interrompidas. É claro que os outros familiares não deviam ser notificados. Um pedido facilmente negado, mas quando ameaças e cifras começaram a passar pela conversa, concedido.

Perrie parecia... Entediada. Conforme solicitado esperava em quarto na ala norte, afastado dos outros, um lugar vazio, calmo. Estava sentada no meio da cama, encostada na cabeceira, tamborilando os dedos, olhando pela janela. Parecia esperar. Quando entraram no quarto ela olhou, mas não parecia ter interesse.

Clair: Você é melhor com isso que eu. – Avisou, dispensando, e levando o estojo pra uma estante no canto do quarto. Ela o colocou lá e se encostou, esperando.

Juliet: Você sabe quem nós somos, não sabe? – Perrie aquiesceu.

Perrie: Vocês demoraram. – Comentou, se ajeitando, como se observasse algo interessante.

Juliet: Ótimo, dispensamos apresentações. – Ela se amparou no ferro da cama, respirando fundo – Perrie , minha prima esteve aqui cerca de um ano atrás, em uma quarta-feira pela manhã, pra conversar com você. – Começou.

Último Ato - Efeito Borboleta (Livro 5) [H.S]Where stories live. Discover now