Capítulo 36

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Clair: Oh, eu realmente preciso retocar esse cabelo. – Comentou, olhando as luzes loiras no espelho do quarto de Juliet.

Juliet: Não há nada com seu cabelo. – Dispensou, fechando um livro, largada no meio da cama.

Clair: Claro que há. A partir do momento em que ele para de reluzir, precisa se retocado. Mas isso eu resolvo fácil. – Dispensou, após uma ultima ajeitada nos cachos, se virando pra prima – Como você está?

Juliet: Clair, pela milésima vez, estou bem. Foi só uma pancada, estou nova em folha, pronta pra outra. Só preciso de um carro novo. – Lembrou, Clair assentiu.

Clair: Não, o que você precisa é conversar comigo. – Juliet franziu o cenho – Começa com An, termina com sel. – Juliet ergueu as sobrancelhas – Cabelo castanho médio, mais ou menos 1,80cm, sotaque levemente britânico... Se apresentou como seu namorado no hospital. Tia Sophia conhece ele. Anda, deságua.

Juliet: Ele... – Ela riu de leve, desistindo – Ele é meu namorado, o que você quer que eu diga?

Clair: Quero que você me diga desde quando você esconde essas coisas de mim! – Perguntou, ultrajada.

Juliet: Eu conheci ele há pouco mais de um ano, na noite em que fomos em uma das boates de Nate e tia Melanie colocou gente nos fotografando e supôs que era eu que transava com ele, quando nós duas sabemos que não sou. – Alfinetou.

Clair: Continue. – Dispensou, cruzando as pernas.

Juliet: Era caso de uma noite, mas não foi. Ele é... Normal. Ele está em Darthmouth cursando direito, mora no campus da faculdade, estagia, a família dele vive em Houston... – Ela suspirou, prevendo que teria que repetir aquilo mil vezes – Clair, nosso mundo não é o dele. Quando ele me pediu em namoro me deu isso. – Ela puxou uma corrente do pescoço, com um pingentinho.

Clair: Não consigo ver de longe. – Juliet tirou o colar e jogou. Clair apanhou no ar, examinando. Bonitinho, delicado... Mas os olhos aguçados de quem passara a vida ganhando diamantes a avisavam que se muito aquilo era folheado a ouro, com um delicado pingente na ponta – Você sabe que não vale nada. – Avaliou, erguendo os olhos. Juliet assentiu.

Juliet: E foi um dos presentes mais bonitos que eu já ganhei. – Contrapôs - Quando eu contei quem eu era isso quase foi demais. Quase mesmo. Encontramos equilíbrio assim, ele ficando a margem. Não é que eu não quisesse contar, eu queria, mas já é difícil o suficiente. O que nós gastamos em uma noite de balada é o que ele usa pra manutenção de gastos de um mês.

Clair: Acho que entendo. Não é como se estivéssemos em tempos agradáveis. – Concordou, jogando o colar de volta de Juliet apanhou – E seus pais?

Juliet: Mamãe é cautelosa. Não por preconceito, mas por não querer levar ele pra fora do limite dele. Papai é surpreendentemente positivo, pelo menos uma vez na vida. – Disse, pondo a corrente de volta – Ele diz que as coisas se ajustam. Ansel quer ficar a margem disso e eu entendo. É demais pra qualquer um.

Clair: E como vocês tem levado?

Juliet: É... normal. – Disse, com uma carinha estranha – Eu dei a ele um livro de presente de natal e ele adorou, ele realmente adorou. Poderia ter sido uma Ferrari, mas ele gostou mais do livro. Nós vamos ao cinema e ele paga por combos de pipoca e nós andamos de uber. Ele em um Hyundai, mas o preço da gasolina está absurdo pra ele. Andar no meu Audi, que Deus o tenha em sua glória, seria um lembrete do que eu tenho e estou poupando, logo não. E o principal... Não sinto falta disso. Apesar de tudo que não uso quando estamos juntos, eu realmente posso ser eu mesma quando estamos juntos. É complicado.

Último Ato - Efeito Borboleta (Livro 5) [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora