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  No caminho para o inferno eu não conseguia me arrepender.

 Eu era uma vadia de quase 18 anos. Deixe-me explicar como isso aconteceu.

O motorista dirigia pela estrada enquanto a minha mãe tentava se controlar para não me matar.

- O que foi que fiz errado com você? - Olhou para mim com nojo. - Com quantos homens se deitou? - Joguei minha cabeça para trás e gargalhei. - Seu pai terá dificuldades em arranjar um casamento para você. Está satisfeita em atrapalhar a sua família?

Parecia algo que alguém diz em 1500 mas estamos em 1991.

Acho que devo me apresentar, não quero te deixar sem entender.

Venho de uma família britânica tradicional e com muito dinheiro com o qual eu gostava de me divertir. Minha família é à moda antiga, negócios a partir de matrimônio dos seus descendentes, crianças que aos 6 anos sabiam falar - no mínimo - 2 línguas e já sabiam usar os talheres aos 4 anos. Eu era a filha do meio de 3 irmãos. Minha irmã mais velha era domada, tinha medo do mundo e o meu irmão mais novo era apenas uma criança.

Em 16 de novembro de 1989 eu peguei um trem que ia de Londres à Paris. Eu levava uma mala de roupas caras e uma mochila com euros que roubei da minha família. Na semana anterior eu consegui a minha identidade falsa, que afirmava que eu tinha 18 anos quando na verdade eu estava há 1 mês e alguns dias do meus doces 16.

Me hospedei em um hotel barato por não saber até quando duraria aquele dinheiro. Com aquela identidade abri uma conta para mim. Todos me olhavam estranho porque eu não parecia ter 18, mas quem discordaria de uma criança com muito dinheiro?

Mil novecentos e oitenta e nove era um ano em que você poderia sentir o otimismo no ar. Tinham acabado de tombar o muro de Berlim e parecia que várias barreiras foram tombadas junto.

Eu estava completamente sozinha em outro país mas nunca me senti mais acompanhada. Em Londres havia solidão e em Paris haviam oportunidades.

Meu primeiro natal longe da minha família passei no restaurante de um hotel que me pareceu caro. Passei aquela noite como todas as pessoas que não tinham religião faziam. Nesse restaurante um homem me ofereceu um vinho tinto como presente. Eu aceitei e logo depois ele veio à minha mesa.

Jon Clark cuidava das relações públicas da Calvin Klein, uma das marcas em ascensão naquela época. As maiores modelos estavam fotografando para as suas campanhas. Jon não redou, perguntou sobre a minha vida sexual. Não pude dizer muito, só tinha feito sexo com garotos inexperientes da minha idade. Ele então sorriu mais interessado do que antes.

- Você teria interesse em sodomizar um homem de 37 anos? Não teria problemas em te ensinar.

A verdade era que Jon quis acreditar que eu tinha 18 anos. Ele sabia que eu tinha menos, o homem não era burro, mas não se importava. 

Foi naquela época que aprendi que homens poderosos gostam de serem domados por mulheres - ou por garotas.

Em 2 meses eu já tinha 16 anos e já aprendi o básico e assinei um contrato de sigilo. Eu era o seu objeto de luxo. Todo mês me pagava para viajar com ele e estar à sua disposição para festas. Em outras palavras, eu era a sua prostituta particular.

A vida nunca tinha sido tão glamorosa. Eu era acostumada com roupas caras e joias, mas não era acostumada com luxúria. Tudo no meio da moda cheirava a sexo e drogas.

Em 4 meses eu conheci Calvin Klein - o próprio estilista que deu nome a marca - em Nova Iorque. Ele disse que o meu rosto valia milhões de dólares e pediu para que fizesse algumas fotos para a marca. Jon não queria deixar, mas ele era meu cachorrinho àquela altura da minha história.

IMPURE • Shawn Mendes [em revisão]Where stories live. Discover now