IMPURE • Shawn Mendes [em revisão]

extra.

14 de janeiro de 1990

Estou me sentindo estranha fazendo isso, nunca tive um diário na vida e sempre achei a ideia um tanto ridícula, e agora estou sendo a pessoa mais ridícula do mundo porque os meus pensamentos estão pulando para essa folha como se fosse uma conversa, mas saber que ninguém lerá isso faz eu me sentir menos pior.

Então, acho que estou ficando louca. Hoje apareceu um tal de padre Mendes aqui e tenho certeza que nunca vi ele antes mas Joanna me olhou estranho e disse que esse padre está aqui desde que chegamos. Luane não se importa e revira os olhos para mim enquanto olha para bunda desse padre.

Sei que tenho alucinações e paranoias, mas me medico para isso, sei o que é real e o que não é. Aquele padre nunca esteve aqui antes e disso eu tenho certeza.

Ainda me sinto estranha escrevendo um diário, mas agora isso é tudo que está me atormentando agora. Voltarei a escrever quando precisar desabafar novamente.

29 de janeiro de 1990

Então, ainda não consegui ignorar como o padre Mendes apareceu do nada. Fui na sala dele no intervalo e ele disse que sempre estivera ali e ficou confuso quando o desafiei e falei que estava mentindo.

É estranho o quanto eu tenho me sentido descontrolada essa ultima semana. Deve ser TPM. Para melhorar Luane tem sido mais irritante do que nunca. Ela tá irritada comigo e quer saber o que falei com a paixão platônica dela (padre Mendes), sem contar que não consigo dormir direito faz alguns dias e isso só tem me feito comer o triplo do que eu costumava.

São coisas pequenas que estão estranhas e já pensei que poderia ser por causa da paranoia, mas estou começando a achar que é real. Real até demais.

06 de fevereiro de 1990

Talvez eu tenha visto um assassinato. Nesses momentos nem tem espaço na minha mente para me sentir ridícula por desabafar com uma folha.

Tinha uma garota que me pareceu ser do primeiro ano mas nunca reparei nas pessoas dos outros anos aqui, mas ela ela estava conversando em uma sala com um garoto alto e loiro. Ele estrangulou ela até que parasse de respirar e depois conferiu os batimentos cardíacos. Eu estava paralisada naquela fresta quando ele começou a transar com o corpo dela. Espera, aquilo não era sexo, era estupro. Por causa daquilo gritei com padre Lyros, eu estava alterada. Recebi uma detenção que cumprirei daqui a pouco e não estou preparada.

Todos já escutaram coisas sobre as detenções daqui e ninguém gostava de pensar sobre, era assim que eles mantinham os alunos comportados.

Nunca bebi na minha vida mas eu adoraria estar bêbada agora.

Luane não acredita em mim e acho que Joanna também não, mas pelo menos Joanna nao diz isso na minha cara e tenta me deixar menos alterada.

Eu não quero fazer essa detenção. Eu só queria morrer antes de ser torturada. Isso não era justo.

12 de fevereiro de 1990

Se milagres existem esse é o único motivo que ainda estou viva.

No primeiro dia padre Lyros colocava a minha cabeça dentro de uma bacia de água com gelo até que eu sufocasse e depois tirava. Se não sei como sobrevivi a esse primeiro dia então sei menos ainda como sobrevivi aos outros.

No segundo, fiquei acorrentada em correntes com espinhos que a cada meia hora se apertavam mais na minha pele. Para melhorar, padre Lyros tirou a minha roupa para que as correntes ficassem diretamente em minha pele.