IMPURE • Shawn Mendes [em revisão]

4.

  Quando cheguei no dormitório Joanna e Luane já estavam dormindo. Coloquei os livros em meu baú ao pé da cama e peguei um dos livros e comecei a ler. Peguei meu caderno e uma caneta também e comecei a escrever sobre a criação dos anjos e como eles interagiam e a sua relação com Deus. Deus os tinha como queridos e amava-os como uma mãe orgulhosa, até criar os humanos. O mais poderoso dos anjos, o responsável pela luz, Lúcifer, ele teve raiva e porque os anjos eram melhores do que os humanos, mereciam mais atenção. Houve uma guerra entre os seus aliados e os que ficaram ao lado de Deus. A maioria desses foi mandado para baixo da terra, no tão conhecido inferno, e alguns ficaram entre o céu e o inferno, na terra.

Os demônios ficaram poderosos com Satã os governando e muitos tinham suas determinadas funções, como atormentar pesadelos, entrar em pessoas, causar doenças, etc. Parei de escrever sobre quando meus olhos lacrimejavam de tanto sono e me preparei para dormir.

Acordei de madrugada atordoada. Não lembro que sonho tive. Olhei no relógio da parede, eram 03:03 da madrugada. Desejei mais do que nunca um chá de camomila. A presença de alunos era estritamente proibida na cozinha, só nos era permitido comer o que serviam. Levantei e fui para o banheiro tomar um banho quente, quem sabe isso me deixaria sonolenta ou me relaxaria para dormir novamente. A torre parecia mais fria e escura do que já vi antes. O silêncio era tanto que eu escutava um zumbido baixo na minha cabeça. Ascendi as luzes do banheiro. Era estranho como a lâmpada não parecia ter a luz tão forte agora, como se a escuridão saísse da parede ou estivesse no ar. Fui até os chuveiros e tomei um banho quente não tão demorado. Comecei a me sentir insegura ali, como se eu devesse voltar para o quarto. Quando terminei de vestir a minha roupa eu a vi novamente, a cobra preta. Me perguntei se era a mesma porque essa parecia maior. Não sei da onde ela saíra, mas estava se rastejando para a saída do banheiro. Respirei fundo algumas vezes para me acalmar. Cobras não atacam se você não for uma ameaça. Me perguntei por que não tinha trazido uma lanterna comigo, seria útil naquele caminho de volta ao quarto. Quando finalmente cheguei na porta do quarto, parei. A porta estava entreaberta e eu me lembrava bem de tê-la fechado. Empurrei lentamente. Fechei a porta e logo fui para o abajur acedendo a luz e logo dei um pulo de susto e me encostei na parede ao lado da janela quando vi a cobra ali, no meio do quarto. O meu baú estava aberto e ela entrou ali. Olhei para Joanna e Luane, elas pareciam estar dormindo em um sono pesado desde cedo, não poderiam ter aberto o baú. Caminhei lentamente até o baú e olhei dentro. A cobra desapareceu.

Dei alguns passos receosa até o baú e o tranquei tentando não fazer barulho para acordar Joanna e Luane. Minha mente não parava de funcionar. O que tinha sido aquilo? Como a cobra desapareceu? Que merda é essa?

Nunca duvidei de coisas sobrenaturais mas não pensei que dava esse frio na espinha e me fazia suar pelas axilas de tanto nervosismo.

Cheguei a deitar e tentar dormir, mas era pior. Fiquei acordada e escrevi mais no trabalho que padre Shawn mandou. Queria pegar os livros e reler alguns detalhes, mas mexer no baú agora estava fora de cogitação.

Comecei a me perguntar se deveria contar o que vi para alguém. Joanna ficaria paranoica e me mandaria esquecer, Luane talvez se assustasse, Shawn mudaria de assunto e não responderia as minhas perguntas e não tenho intimidade com o Abel o suficiente para isso.

Quando o sol nasceu arrisquei abrir o baú. Minhas colegas de quarto ainda dormiam. Quando abri o baú não havia nada de anormal, então arrisquei pegar. Nenhuma cobra saiu e se enrolou em minha mão, estava tudo normal. Arrisquei a abrir o livro ainda receosa e nada aconteceu. Suspirei aliviada. Eu estava bebendo pouco, talvez esteja tendo alucinações por isso.

Continuei o meu trabalho que já passava de 4 páginas. Tentei resumir de forma clara informações que livros explicavam. Reli o que já tinha feito e sorri para mim mesma, estava ótimo. Mas eu ainda não sabia o que decidiria para detenção se conseguisse esse direito. Talvez um strip-tease ou um sexo oral feito pelo padre Mendes.