Um Príncipe. 30 garotas.
Uma coroa: uma escolha.
Elfos se apaixonam uma vez na vida - mesmo ela sendo tão longa, imortal.
Mas Légolas, filho do arrogante rei da Floresta das Trevas, Thranduil, nunca teve a chance de se apaixonar por alg...
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Papai recebera a notícia com grande entusiasmo, e eu mal podia acreditar em sua feição quando contei-lhe sobre. A empolgação dele era tão grande quanto à de minha mãe e de todos os meus familiares que moravam ali perto. Minha casa encheu-se durante a noite, mamãe fez questão de dar um jantar de despedida para mim de última hora. Não esbocei nenhuma reação mediante o que estava acontecendo, apenas tentava sorrir e concordava com um gesto diante todos os conselhos que recebia de minhas tias. Contudo, intimamente, meu sangue fervia em ódio e desprezo pelo que estava se passando, porque ninguém me ouvia e não entendia o meu pavor em participar daquilo. Por momentos, me peguei pensando que talvez, só talvez, eu pudesse estar sendo paranoica, que não tinha nada demais naquilo. Talvez aprendesse algo novo, fizesse amigos, conheceria verdadeiramente a cultura dos elfos, mas quando me lembrava de que poderia ir para a cama com o príncipe e ser descartada depois, como se fosse lixo, meu estômago queimava em ânsia e subia uma necessidade de gritar repentinamente (será que eu sou a única a ver o quão absurdo é?). Muitas vezes, naquela noite, tive que tomar rédea do meu nervosismo e freá-lo antes que me descabelasse perante tantas pessoas. Mal houvera tempo de discutir o quão rápido aquilo estava acontecendo com Melrise, porque ela simplesmente não parava por um segundo. Logo após receber o elfo e descobrir que eu estava prestes a partir, toda a cidade ficou sabendo e eu, por mais que fosse o assunto na boca de todos, havia sido esquecida. Porque eu não queria aquilo, mas eu não pude dizer nada, apenas observar pessoas que nunca tive intimidade em toda a minha vida comemorar como se houvesse sido uma escolha pessoal.
Na sala, enquanto minha mente viajava para longe dali num plano mirabolante de como eu poderia fugir sem que ninguém percebesse, houveram discussões sobre quem faria meu vestido de casamento, sobre quem me prepararia e me acompanharia durante a organização e mais um monte de coisas estúpidas. Eu não conseguia acreditar no que eu estava passando, pois beirava a insanidade e absolutamente ninguém raciocinava adequadamente. Nem sequer fui para o castelo ainda, e já estão fazendo planos e mais planos sobre o meu casamento.
Até o nome do meu futuro filho eu fui questionada, e mamãe disse que teria de ser algo exótico e fora do normal, como o nome do príncipe. Considerei até colocar o nome de Milhas, como eu achava que ele se chamava, até perceber que eu já estava ficando maluca no meio de tanta mulher histérica.
Fui para o meu quarto a fim de ter um pouco de paz, mas todas me seguiram. Eu precisava arrumar minhas coisas para levar para o maldito palácio, mas nem isso eu podia fazer sozinha. Todos os meus passos eram seguidos por uma multidão de familiares curiosos demais pro meu gosto.
Mamãe tirou todos os meus vestidos do armário e mais alguns que havia guardado no baú, e deu para minhas primas sem nem sequer me consultar. De acordo com ela, eu ganharia novos vestidos no palácio e só precisaria levar algumas peças, para o caso de não terem vestidos com as minhas medidas de imediato. Esforcei para não dar um grito de fúria e tive que me concentrar totalmente para não sair no tapa com algumas pessoas.
