Alexander Lightwood - Capitulo 4

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Talvez eu tenha algum tipo de distúrbio, mas não sou louco. Em um mundo povoado por seres melancólicos, negativos e medíocres, eu gosto de pensar que o meu "distúrbio" nada mais é do que evolução humana. Fomos criados para evoluir, para nos tornarmos melhores com o passar dos anos. E essa minha "sociopatia" é apenas mais um passo que a humanidade tem que dar para alcançar a perfeição. O sentimento nos torna fracos, a fraqueza nos deixa vulnerável e a vulnerabilidade, nos leva a morte. Então, vocês podem me chamar de louco, mentalmente instável, sociopata, talvez. Mas eu sou mais do que um rotulo, eu sou a evolução.

Esse meu "distúrbio" trouxe consigo um charme e inteligência acima da média, tirou meus pudores, meus medos e minhas ilusões. Me trouxe confiança e tirou de mim sentimentos triviais como; culpa, vergonha, arrependimentos.

Mas nem tudo são flores em meu mundo, a minha sociopatia, trouxe consigo um aspecto negativo. Instabilidade emocional, e é graças a essa "Instabilidade" que eu estou aqui.

Cinco meses antes:

Eu estava estressado pra caralho naquela semana em especial. Aquela briga judicial pela guarda da Isabelle estava tirando toda a minha energia. Mas mesmo cansado e estressado, eu não iria diminuir meus esforços. Minha irmã merecia muito mais do que aquela mulher poderia lhe proporcionar.

Estava em minha mesa relendo os tópicos do processo quando recebo um e-mail do detetive particular que contratei para seguir os passos da mãe em questão. Eu sabia que Maryse havia voltado a beber, e naquela tarde, o detetive me deu a confirmação.

Um endereço. O lugar onde a encontraria com a cara cheia, como era de costume. Maryse não mudou, ela é incapaz de mudança. Levantei-me apressado, louco para chegar e desmarcar a suporta "mãe do ano"

Desliguei as travas do alarme, entrei no carro e em fração de segundos, arranquei pelo estacionamento, correndo feito louco pelas ruas de Nova York, com toda a potência que meu Chevrolet Cruze poderia me proporcionar.

— Puta que me pariu. — Bato com a mão no volante vendo o engarrafamento a minha frente.

Só havia uma solução para sair daquele lugar: Engatei a ré e me preparei para sair dali e dar a volta pelas ruas adjacentes, saindo assim da avenida principal. Não vi quando um maldito Camaro amarelo parou atrás de mim e acabei batendo a traseira do meu Cruze.

— Olha o que você fez com meu carro! — Sai furioso. — Eu acabei de compra-lo.

— Você quem estava dando ré em um engarrafamento, não me culpe pela sua burrada. — Um menino de menos de vinte anos me disse. — Você é o único culpado por esse acidente.

— Me passa o número da sua apólice para eu acionar o seguro. — Pedi mantendo a calma. Não podia perder o controle. Não com ele, não hoje.

— Meu carro não tem seguro. — Disse simplesmente.

— Como você sai com um carro sem seguro, seu moleque inconsequente?

— Saindo, senhor. — Foi o fim.

Totalmente descontrolado, abri com força a porta do carro e o puxei pelo colarinho.

—Você vai pagar o meu prejuízo.

— Vai a merda. — Cuspiu em minha direção e o pouco de controle que eu tinha se esvaiu, eu voei em sua direção enchendo-o de socos.

— Pare. —Ouvi uma voz gritar e fui puxado com força.

Dois policias estavam ali, enquanto um segurava o meu braço, o outro observava a cena de longe.

— Quem você que pensam que é? — Eu sou Alexander Lightwood, um dos melhores advogados empresariais naquela maldita cidade. Ele não podia me tratar como um qualquer. — Me solte imediatamente.

Confissões de um Sociopata (Malec) -Where stories live. Discover now