Alexander Lightwood - Capitulo 20

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Magnus pensou que ficaria um bom tempo sem ver aquele rosto e ouvir aquela voz. Quando ele decidiu recomeçar a vida ao lado de Alexander, decidiu deixar para trás tudo o que lhe causava dor e sofrimento. Clarissa Fairchild e Sebastian Morgenstern estavam no topo da lista.

Mesmo com as pernas bandas e o coração batendo a mil por hora, Magnus se mantinha firme em seu propósito: Ele não podia e não deixaria seus verdadeiros sentimentos transparecerem para aquela mulher que um dia chamou de amiga. Clarissa era uma predadora, um ser maligno que se alimentava do sofrimento e insegurança alheia. Ele não podia e não a deixaria voltar a se alimentar dele.

— Meus assuntos com o Sebastian se encerraram a muito tempo, Clarissa. — Disse indiferente. — Se você não se importa, eu gostaria que você saísse da minha casa. Você não é bem-vinda aqui.

— Sua casa? — Havia um misto de surpresa e incredulidade em sua voz. — Eu não sabia que vocês já estavam na fase do; "o que é seu é meu também." — Zombou do ex-melhor amigo. — Mas você se enganou ao afirmar que seus assuntos com o Sebastian haviam sido encerrados. — E sem ser convidada, Clary adentra na grande sala-de-estar e senta-se em uma das poltronas. — Você é responsável por aquilo que cativas, lembra-se? Sebastian abriu mão da própria família para brincar de casinha com você e agora que ele está sozinho e precisa de ajuda, você não pode simplesmente virar as costas para ele.

— Posso e é exatamente isso que irei fazer. — Disse sem se importar com o que está acontecendo com seu ex-namorado. — Eu não me importo com o Sebastian. Na verdade, eu quero mais é que ele se foda.

— Nossa! Palavras fortes para um homem que prega o amor e a empatia. — Sorriu, um sorriso que arrepiou todos os pelos do corpo de Magnus. — Então você está dizendo que não se importa se eu te disser que na semana passada seu namoradinho tomou dois frascos de antidepressivo?

— Dois frascos?... — Magnus sabia muito bem o que aquilo significava. Aquilo não podia ser verdade, Sebastian nunca tentaria contra a própria vida. — Isso não passa de mais uma de suas mentiras, não é mesmo? — Era mentira, mais uma de suas mentiras para tentar desestabilizá-lo. Pensou não podendo acreditar no que ela havia lhe dito.

— Eu não estou mentindo para você. — Disse o olhando pela primeira vez desde que chegou. — Ele não está se alimentando, se recusa a tomar os remédios e na semana passada decidiu acabar com a própria vida. Eu o levei para a clínica em que trabalho, mas Sebastian continua irredutível, ele simplesmente não aceita o tratamento.

Magnus havia prometido para si mesmo que nada do que ela fizesse ou dissesse iria lhe afetar, mas aquela nova informação o havia pego de surpresa. Sebastian sempre foi forte e racional, Magnus nunca cogitou a possibilidade de ele tentar tirar a própria vida.

— E o que você quer que eu faça? — Por fora ele era uma fortaleza, mas pode dentro, seu coração estava destroçado. Mesmo depois de todo o mal que Sebastian havia lhe causado, ele não lhe desejava tal destino.

— Eu não vim até aqui para lhe dizer o que você tem que fazer, eu vim apenas para lhe avisar que a partir desse momento eu não sou mais responsável pelo bem-estar do seu namoradinho.

— Mas você não pode deixá-lo sozinho em um momento como esse. — Argumentou. — Ele precisa de um amigo, de um farol para que não se perca.

— E porque eu tenho que ser esse "farol"?

— Porque apesar de tudo o que aconteceu vocês ainda são amigos. — Argumentou.

— Amigos? — Riu em ironia. — O Sebastian não é e nunca foi meu amigo. Ele era apenas o namorado de um amigo. E agora que essa amizade não existe, eu não preciso mais fingir que gosto daquele cretino arrogante. — Magnus sempre desconfiou do suposto carinho que Clarissa nutria por seu namorado e agora que essa desconfiança se transformou em certeza, ele ficou ainda mais decepcionado com a ex-melhor amiga. Será que alguma coisa naquela mulher era real? Ele se perguntava isso todos os dias. — Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para não trazer esse problema para a sua porta. — Continuou. — Eu tentei resolver sozinha, mas infelizmente você é a única pessoa que pode ajudá-lo a sair do fundo do poço.

Confissões de um Sociopata (Malec) -Where stories live. Discover now