Alexander Lightwood - Capitulo 16

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— Concordo. — Disse enterrando o rosto entre as pernas. — Mas fique você sabendo que eu estou muito decepcionado com você. Eu pensei que seus sentimentos por mim fossem verdadeiros, mas a única coisa que você sente por mim é o sentimento de posse. — Suspirou vencido. — Se é a mim que você quer, é isso o que você terá, mas não vou facilitar em nada a nossa convivência.

— Eu entendo a sua mágoa, mas eu estou fazendo isso para te proteger. — Disse calmamente. — A minha presença vai ser de grande ajuda na sua recuperação tanto física quanto psicológica.

Ainda de cabeça baixa, Magnus deu uma sonora gargalhada.

— Você é a Clarissa não iguaizinhos. — Murmurou entre os dentes.

— Iguais?

— Sim. Vocês sempre usam de chantagem para alcançar seus objetivos. Mas tudo bem. — Deu de ombro. — Não me resta muito tempo mesmo.

— Eu não gosto quando você fala esse tipo de coisa. Se depender de mim, você vai viver para sempre.

— E se eu não quiser? Você controla a minha vida, não a minha morte.

— Magnus...

— Chame o médico, por favor. Eu quero sair desse lugar o mais rápido possível.

Magnus apertou suas mãos com força tentando afugentar todos os sentimentos e emoções que estava sentindo. Ele se sentia triplamente traído. Pensou que conhecia a amiga de infância, pensou que conhecia os sentimentos do Alexander, pensou que se conhecia. A decepção, a mágoa, a tristeza, a vontade de morrer e acabar com tudo aquilo. Todas emoções vinham juntas, ao mesmo tempo.

— Tudo bem, ma lumière.

— Ma lumière? — Perguntou levantando a cabeça.

— Minha luz em francês. — Sorriu. — É o que você é para mim, minha luz, você é a minha luz.

— Você é um homenzinho muito do ridículo. — Esbravejou.

— Eu faço o que eu posso. — Deu uma piscadela.

Ás vezes, o coração e o cérebro não cooperam. O cérebro ordena que ele encontre um meio de escapar daquela chantagem, mas o coração, ele se derrete toda vez que aquele homem sorri. O que é certo? No que ele deve acreditar? Á frente dele está uma encruzilhada. E desses caminhos, existem muitos outros caminhos. Ele quer voltar no tempo, quer mudar os acontecimentos que o levaram até aquele momento, mas não é possível, não tem como voltar atrás.

— Não demorou nem 72h para voltar a vê-lo, senhor Bane. — O médico disse ao entrar no quarto. — Pensei que a conversa com seu noivo iria surtir efeito, mas pelo visto, eu estava enganado.

— Noivo? — Perguntou sentando-se na cama. — De que noivo o senhor está falando?

— O senhor Lightwood. — Respondeu olhando para o homem ao seu lado.

— Ele não é o meu noivo. — Disse irritado.

— Eu entendo que você esteja irritado comigo, Magnus. — O "noivo" argumentou. — Mas negar o nosso relacionamento para o médico só vai piorar as coisas. — Se aproximou sentando-se ao seu lado. — Eu entendo que você não queira sair do seu apartamento, entendo que não queira perder a sua liberdade, mas isso será melhor para você, Ma lumière. — Ele tenta acariciar o rosto de Magnus, que desvia do seu toque.

— Não me chama assim.

— Ma lumière. — Repetiu aproximando-se um pouco mais. Quando estava próximo do seu ouvido, disse baixinho, como um sussurro. — Você está quebrando o nosso acordo. Entre quatro paredes você pode me tratar como bem quiser, mas na frente de terceiros, eu exijo um pouco mais de respeito.

Confissões de um Sociopata (Malec) -Where stories live. Discover now