Magnus Bane Part2

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— Eu acabei de ligar para a Marta e pedi que ela preparasse o meu quarto para você ficar. — Disse ajeitando meu travesseiro e puxando minhas cobertas. — Da sacada do meu quarto dá para ver o pôr-do-sol mais bonito de toda Nova York. Aquela vista foi um dos motivos de eu ter comprado aquele apartamento. — Tagarelava como se fossemos amigos de longa data. — Eu nunca me imaginei morando tão próximo do mar. Eu morro de medo do oceano e do que ele esconde, e ainda por cima, o cheiro de maresia me deixa meio enjoado. Mas quando vi aquela vista, eu não consegui resistir e acabei comprando o apartamento.

Tudo aquilo era muito novo para mim. Eu esperava tudo após a saída da Clary, só não esperava que ele me tratasse como um amigo que ele não via a muito tempo. Ele falou sobre as coisas que ele gostava, as que não gostava e até mesmo das coisas que ele temia. Não jogou seu charme habitual e em momento algum tentou me seduzir com o seu meio sorriso. Ele parecia estar feliz, confortável e até mesmo à vontade com a minha presença. O ouvi falando da comida deliciosa que a sua governanta fazia, o ouvi reclamar das coisas que o cachorro havia quebrado desde que chegou em sua casa e o sorriso que a Isabelle dava toda vez que ele lambia a sua mão. Ela falava tanto que eu não tive a chance de concordar, de retrucar ou até mesmo de comentar sobre os inúmeros assuntos que ele disparou desde a partida da minha melhor amiga.

— Tem um restaurante de comida turca na rua da minha casa que é simplesmente maravilhoso. O Kebab de lá é uma delícia.

— Eu adoro Kebab. — Agradeci por ele ter me dado a chance de abrir a boca. Aquele homem parecia que tinha engolido uma vitrola.

— O de lá é o melhor da cidade. — Sorriu animado.

— Nós poderíamos jantar lá essa noite. Você falou tanto que acabei sentindo vontade de comer um delicioso Kebab acompanhado de um Ayran bem gelado.

— Você pode ir com a Isabelle, ela vai adorar respirar um pouco de ar puro.

— E quanto a você?

— Eu meio que fui banido do restaurante.

— O que você fez para ser banido? — Perguntei arregalando os olhos. Nenhum restaurante coloca um cliente em sua lista negra, pelo menos não sem um bom motivo.

— Transei com a mulher do dono. — Soltou a queima-roupa. — Eu decidi que a partir de hoje eu não irei mais mentir para você. Tudo o que me for perguntado será respondido com a maior sinceridade que me é permitida. Eu posso escolher não responder a sua pergunta, mas eu nunca irei te contar uma mentira. — Disse vendo a expressão de espanto em meu rosto.

— E porque transou com a mulher do sujeito? — Decidi ignorar a parte; "eu não vou mentir para você", e me foquei no caso de adultério.

— Porque ela era muito atraente.

— Mas ela era uma pessoa comprometida, Alexander. — Aquele homem não tinha nenhuma veia moral. O certo e o errado para ele davam no mesmo, ele não tinha moral, não tinha amor ao próximo. Egoísta, era isso o que ele era. — Você em algum momento pensou nos sentimentos do marido da tal mulher?

— Quem tinha que se preocupar com os sentimentos dele era ela, não eu. — Deu de ombro. — Eu sou solteiro. Se a própria mulher dele não estava se importando com o seu sofrimento, porque eu deveria me importar?

— Porque é isso o que uma pessoa normal faz, ela se importa.

— Deixa eu ver se eu entendi... Ela trai o marido comigo e eu que sou o errado na história?

— Estou dizendo que os dois têm a mesma parcela de culpa. — Tentar explicar moralidade para aquele homem era a mesma coisa que chover no molhado. Frustrante, muito frustrante. — Com tanta mulher solteira no mundo, você não deveria se meter com mulheres comprometidas.

Confissões de um Sociopata (Malec) -Where stories live. Discover now