Alexander Lightwood - Capitulo 14

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Fiz o caminho até a ONG tentando encontrar a melhor maneira de abordar aquele "problema", e decidi que a melhor defesa naquela situação seria definitivamente a defesa. Eu não poderia simplesmente abordar o problema de frente, não podia contar meus sonhos, sentimentos e muito menos o que estava acontecendo em meu subconsciente. Eu precisava agir com cautela para não o assustar, tinha que comer pelas beiradas antes de atacar a presa.

— Bom dia. — Então aquela era a ONG que ele tanto amava. As paredes eram pintadas de um azul-marinho muito bonito, os moveis eram modernos e arrojados e os quadros, eram os mesmos da fazenda, desenhos coloridos, provavelmente pintados pelas crianças que ele ajudou ao longo da vida. — Eu gostaria de falar com o doutor Bane.

— Nome, por favor. — Perguntou a secretária abrindo um largo sorriso.

— Alexander Lightwood.

Era estranho estar em um lugar como aquele. Eu me sentia incomodado, sufocado e desconfortável. Era como se um objeto estivesse comprimindo meus pulmões me impedindo de respirar. Mas eu tinha que deixar o passado de lado e me focar no presente. Se era lá que Magnus Bane estava, era lá que eu deveria estar. Foda-se esse sentimento de vazio, foda-se essa angustia, eu tenho que focar no prêmio.

Por um momento eu pensei que ele iria inventar uma desculpa esfarrapada e impedir a minha entrada em seu escritório, afinal de contas, o nosso último encontro não foi nada amigável, mas felizmente, eu estava enganado daquela vez.

— Bom dia, doutor Lightwood. — Me comprimento com um aperto de mão amigável. — Em que eu posso ajudá-lo?

— Na verdade, sou eu quem vim oferecer a minha ajuda. — Que os jogos comecem.

— Não me lembro de ter pedido a sua ajuda. — Respondeu recostando-se em sua poltrona. — Mas sente-se, por favor. — Indicou um divã, provavelmente aquele era o lugar em que ele fazia suas consultas.

— Eu sei que você não pediu a minha ajuda e que provavelmente irá recusa-la, mas mesmo assim eu vim até você. Eu acho esse projeto importante e gostaria muito de participar ativamente dele. — Digo ainda de pé, odiava me sentar em um divã.

— Importante? — Sorriu em ironia. — E desde quando ajudar crianças carente se tornou uma prioridade em sua vida? Não me leve a mal doutor Lightwood, mas essa história está muito mal contada.

Magnus me olhava como se quisesse arrancar a minha cabeça com as suas próprias mãos. O desprezo e o desdém estavam presentes em cada partícula do seu corpo. Pelo visto, aquela história de "bom samaritano" não iria colocar.

— O que você está aprontando dessa vez? — Continuou demonstrando irritação. Ele não escondia o desconforto que sentia com a minha presença. — Eu simplesmente não caio nesse seu papinho furado de que quer nos ajudar apenas pela bondade do seu coração. Fala logo o real motivo de ter vindo me procurar antes que eu acabe perdendo a pouca paciência que me resta.

É, a história de bom samaritano realmente não colou. Eu terei que mudar de tática se não quiser ser tocado daquele consultório a pontapés.

— A Isabelle. — E mais uma vez eu uso a carta irmã mais nova. — Antes dela vir morar comigo, eu não me importava com as minhas atitudes e muito menos para a imagem que eu passava para as outras pessoas. Eu simplesmente vivia e deixava viver, simples assim, mas depois que ela entrou na minha vida, eu sinto a necessidade de ser um bom exemplo, de provar para a minha mãe e para mim mesmo que eu posso ser uma pessoa melhor se eu me esforçar. — Em parte, tudo o que eu disse era verdade. A Isabelle era uma parte muito importante na minha vida e por ela, eu fui capaz de fazer algumas mudanças. Mas mudar a minha personalidade por completo nunca foi uma opção. Eu gosto de ser do jeitinho que sou e não mudaria por ela e nem por ninguém. — Eu gostaria de ser uma pessoa digna, uma pessoa que a Isabelle sinta orgulho de chamar de irmão. Eu realmente acho o seu trabalho importante e eu gostaria muito de fazer parte desse projeto.

Confissões de um Sociopata (Malec) -Where stories live. Discover now