Alexander Lightwood - Capitulo 19

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Magnus ficou na ponta dos pés devido a diferença de altura e pressionou os lábios quentes em sua testa, seguindo para as bochechas e logo em seguida para os lábios. Ele o beijou suavemente, como se tivesse pedindo permissão. Quando Alexander não protestou, Magnus aprofundou o beijando passando a língua em seus lábios. O beijo era suave, doce, apaixonado. Magnus precisava que aquele beijo conseguisse expressar tudo o que ele estava guardando em seu coração. Todo o amor que ele insistia em manter em segredo.

Alexander se mantinha imóvel diante aquela repentina demonstração de afeito. Uma parte dele gostaria de aproveitar o momento, ligar o foda-se e se entregar a paixão, mas a outra parte, a parte racional, sabia exatamente como o temperamento impulsivo de Magnus funcionava. Uma hora ele estava todo fofo e no segundo seguinte o monstro aparecia. Alexander estava cansado daquela montanha-russa de emoções, cansado de acreditar que um dia Magnus o amaria. Já havia passado da hora dele cair na real, estava na hora de aceitar que aquele amor era algo impossível de conquistar.

Enquanto Magnus enterrava a língua em sua boca e as mãos em sua cintura, a única coisa que Alexander pensava era: "Quando essa tortura vai terminar?" Não é que ele não tivesse gostando do beijo, afinal de contas, aquele beijo foi muito esperado por ele. Mas tê-lo tão perto e ao mesmo tempo tão longe o deixava extremamente magoado. Ele sabia que quando aquele beijo terminasse, o monstro apareceria e destruiria todas as suas ilusões. Quando Alexander achava que o tinha, Magnus cortava suas asas e o deixava cair no abismo.

— Alexander... — Chamou roçando os lábios em seu pescoço. — Está tudo bem?

Magnus esperava que o beijo fosse retribuído, esperava que Alexander o segurasse com seus braços fortes e o beijasse como da última vez. Mas Alexander não só não o abraçou como também não retribuiu o seu beijo.

— Estou bem. — Ele era especialista em demonstrar indiferença. Mesmo que seu coração estivesse em pedaços, Magnus nunca iria perceber. —Só estou esperando você terminar com essa palhaçada.

— Meu beijo é uma palhaçada para você, Alexander? — Perguntou magoado. Ele havia passado por cima de todos os seus medos para dizer o que disse e fazer o que fez. O comportamento de Alexander foi um banho de água fria na sua autoestima.

— E não é, doutor Bane?

— Não sei do que você está falando. — Disse meio sem jeito.

— Estou falando do fato de ter desistido de ser seu saco de pancadas. Não entendo esse beijo logo após eu ter dito que havia desistido de você.

— O amor não tem um botão de liga e desliga, Alexander. — Se fosse assim, ele nunca escolheria amar Alexander Lightwood.

— O amor é o que eu quero que ele seja. Eu sempre controlei meus sentimentos e não vai ser você que vai mudar meu jeito de ser. Não entendo essa sua mudança repentina de comportamento e sinceramente eu não me importo. — Deu de ombro. — Mas eu sugiro que você pare imediatamente.

— Eu só queria... — Ele só queria se desculpar, só queria dizer o quanto estava arrependido, ele só queria dizer o quanto o amava.

— Estou pouco me fodendo para o que você quer ou deixa de querer. — O interrompeu. — Você pediu um lugar para ficar até encontrar um apartamento? Tudo bem. Não me importo. Mas pare de tentar cozinhar para mim, para de tentar me agradar, para de fingir que se importa. — "Pare de tentar brincar com meu coração." Pensou, mas não disse.

— Mas eu me importo, eu sempre me importei com você.

— Sempre se importou? — Riu em ironia. — Seu único lado que eu conheci é o lado frio, mal-humorado, egoísta e inconstante. Esse seu lado preocupado é novo para mim.

Confissões de um Sociopata (Malec) -Onde histórias criam vida. Descubra agora