Amigos

1K 135 53
                                    

Estava saindo de mais uma consulta com o George. Agora eu já o vejo com menos frequência, e em breve não o verei mais, pelo menos não no hospital. Larissa como sempre me acompanhando o tempo todo, às vezes acho que ela é pior que o próprio doutor em questão de rigidez e monitoramento. Não me dá um segundo de paz.

—Por hoje é só isso Pedro. — disse ele com um sorriso. —Você está quase livre dessas consultas comigo, mas não se livrará do Federico tão cedo.

É, ainda tinha o Federico. Não sei por quanto tempo ainda vai durar esse tratamento, mas espero que acabe logo. Já ajudou o que tinha que ajudar, agora se tornou algo monótono e chato.

—Certo George, obrigado por tudo. — falei estendendo a mão, mas ele me puxa pra um abraço. Resisto no início, mas depois retribuo na mesma intensidade, sem saber o porquê.

Esse cara chega a ser bem apaixonante. Acho que ele sabe exatamente como lidar com pessoas como eu, e é estranho, não estou acostumado.

Depois de me soltar ele e Larissa se abraçam também e por um momento quase achei que havia algo a mais ali, mas com certeza era só coisa da minha cabeça.

Saímos do hospital e Larissa foi dirigindo.

Coloquei música pra tocar no aleatório e fomos o caminho cantando as que conhecíamos.

De repente percebo que Larissa tomou outro rumo. Não estávamos indo pra casa.

—Ô Larissa...? — perguntei. —Você errou a rua né não?

—Claro que não. — ela falou com os olhos vidrados na pista e um sorriso malicioso no rosto.

—Mas... Então pra onde a gente vai?

—Vai já ver.

E assim ela não falou mais nada e eu continuei o resto do caminho tentando adivinhar pra onde iríamos. Até quando finalmente chegamos na avenida do Jardim Botânico ela virou o carro e entrou para estacionar o carro.

—Jardim Botânico? Sério mesmo? Não acha que é um lugar feliz demais pra virmos só os dois?

—Só cala essa tua boca e deixa eu tentar encontrar uma vaga aqui Pedro.

E depois dessa, me calei óbvio. Ela ficou rodando, rodando até que finalmente encontrou um carro que estava saindo e estacionou ali. Abriu a porta descendo do carro e eu acompanhei seus passos sem entender.

—Er... Larissa...

—Estamos chegando, dá pra esperar não? — ela falou irritada mas de um jeito fofo. Percebi que ela não estava com raiva, apenas achando graça da situação.

Seguimos pela calçada da frente, passando por várias árvores e banquinhos. Famílias entravam e saíam, casais, crianças, cachorros, adolescentes, etc.

E nisso, percebo que Larissa desvia da trilha e começa a subir os pequenos morros onde as pessoas costumam ficar sentadas, deitadas, conversando, fazendo piqueniques, crianças corriam e brincavam...

A segui e quando cheguei no topo vi ela mais na frente, com outros dois homens, me aproximei mais e vi que esses homens eram na verdade Sam e Leo.

Os três estavam sentados num pano xadrez estendido sobre a grama e me olhavam sorrindo com uma cara de "surpresa".

—Sam, Leo!

Os dois levantaram e vieram me abraçar. Fazia muito tempo que não nos víamos pessoalmente, sempre tentávamos, mas nossos horário de trabalho e afazeres nunca coincidiam. Eu notava que eles ficavam tristes por não poderem estar mais presentes no meu dia a dia durante esses tempos, mas eu não sabia o que podia fazer. Todavia, os dois estavam sempre ligando ou mandando mensagens idiotas só pra dizer que participaram do meu dia. Eu ria.

Perfeitamente QuebradosWhere stories live. Discover now