Casa de praia

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Chegamos em Balneário Camboriú por volta do amanhecer. Eram umas 6h da manhã e foram apenas 3h de viagem.

Sam e Leo dormiram feito pedras a viagem toda. E eu e Larissa, os que ficaram acordados, que pagamos o pato. Como esses dois roncam! Não foi a música dessa vez, mas quase que eu desejava que tivesse uma árvore perto pra bater o carro.

—Chegamos! — anunciei estacionando o carro em frente a uma casa que ficava na praia do Estaleirinho. Era um lugar incrível e ainda mais agora com o Sol se pondo.

Sam e Leo foram acordando aos poucos, sem entender onde estavam. Levaram alguns segundos para acordar completamente.

—Vamos, vamos. — Larissa falava dando leves tapas nos rostos dos dois. —Desçam logo que agora é minha de vez de entrar, me jogar em algum lugar e hibernar.

A viagem nem tinha sido tão longa mas eu entendia Larissa. Ficara o dia anterior todo arrumando aquelas milhares de malas, logo em seguida saindo pra um passeio pela cidade e ainda teve o incidente da noite passada. Quer dizer, dessa madrugada.

Já eu não estava nem um pouco cansado, talvez em parte porquê havia descansado mais cedo, mas também porque... Aquele garoto ainda perturbava meus pensamentos. Estava totalmente intrigado e cativado.

Sam e Leo finalmente acordaram e desceram do carro.

—Por que não estacionou lá dentro? Que Sol, eu hein! — disse Sam com a mão no rosto. Sua cara não estava nada agradável.

—Não fui eu que aluguei a casa. — respondi.

—Ah, verdade... — disse ele recordando. —O dono falou que nos esperaria com a chave e pra mostrar como funciona o lugar. Venham. — falou seguindo a pequena estradinha de pedras que tinha no gramado da frente, e que levavam a porta principal.

Sam tocou o interfone e a voz de uma mulher pediu que ele se identificasse. Sam falou algo que não pude ouvir e depois disse para aguardarmos.

Um minuto depois a porta se abre e uma mulher surge. Ela parecia ser bem jovem, tinha os cabelos ruivos, a pele alva e transbordava simpatia. Usava um vestido amarelo simples, apropriado para o horário e para o local.

Enfim nos recebeu com um grande sorriso.

—Bom dia! — falou meio acanhada.

—Bo...bom dia. — respondeu Sam. Quando o olhei, percebi que o mesmo estava quase babando ali. Só me faltava essa mesmo. Que o Sam não arrume confusão logo com a dona da casa que alugamos.

—Ah, perdão. Meu nome é Naomi. Vocês provavelmente estavam esperando que meu pai os recebesse. — ela sorriu. —Mas ele acabou tendo um compromisso de última hora e pede perdão por isso.

—Cla..cla-ro. Sem problemas. Imagina. — disse Sam saindo de seu transe. —Sam, muito prazer disse. — falou pedindo a mão da garota em um cumprimento, beijando-a como um verdadeiro "galã".

Então ela não era a dona, era a filha do dono. "Piorou", pensei olhando para Sam tentando prever o que aconteceria, mas dessa vez não consegui.

—Prazer Naomi, eu sou Pedro, este é Leo e essa é Larissa. — falei apontando respectivamente para cada um deles.

—O prazer é meu gente! — sorria. —Bom, aqui... — fez uma pausa pegando algo de dentro de sua pequena carteira de alça. —Está o molho de chaves. Essa aqui é da porta em que estamos e o resto vou mostrando no decorrer do nosso tour. — ela ensinava Sam que era o que estava mais próximo dela. Mas tinha a impressão de que ele não estava prestando atenção em uma palavra sequer do que a garota dizia. —Venham, entrem!

Perfeitamente QuebradosWhere stories live. Discover now