Teo

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O fim de semana passou como uma eternidade.

Fizera apenas alguns dias desde que eu e Larissa rompemos e eu ainda podia sentir esse vazio, mesmo que distraído com tudo o que estava para vir.

De qualquer forma, como tudo uma hora chega e o tempo é algo constante, a segunda-feira chegou.

Eu vinha arrumando a casa desde o sábado.

Por partes arrumei a sala, os quartos, o banheiro, a cozinha. Certifiquei-me de comprar também algo para servir meu convidado caso necessário.

Enfim, tudo houvera sido planejado nos mínimos detalhes. Eu precisava fazer aquela visita ser perfeita e pôr em prática minha hospitalidade da maneira mais impecável possível.

Sentei-me no sofá do centro logo depois do almoço. Por voltas das 13h. E ali fiquei até as 13:05. Depois disso comecei a circular pelos cômodos, com as pisadas firmes e os pensamentos tão distantes quanto a Lua. O relógio parecia ser uma obra de arte da qual eu não conseguia tirar meus olhos.

Não tenho dúvidas de que se o chão em meus pés fosse um pouco menos espesso, o vizinho de baixo já teria vindo bater na minha porta há algumas horas.

"O que está acontecendo aqui? Uma marcha imperial?", ele perguntaria.

"Não senhor, só estou meio inquieto" (ok, talvez não meio), eu responderia.

E assim ele sairia com a certeza de que tenho problemas.

E eu tenho.

Um tempo depois o relógio anunciou que as tão esperadas 15h haviam chegado. Entretanto, nada de campainha tocar.

15:05.

15:10.

15:15!!!

A essa altura meu coração já devia estar mais alto que minhas pisadas.

"Mas que demora é essa?", pensei indignado.

E como que ouvindo meus pensamentos, a campainha soou.

E eu como em um piscar de olhos, abri a porta.

E então eu entendi.

—Boa... tarde. — ele falou.

Nos encaramos por um segundo. Eu ainda estava na tentativa de processar aquilo.

—Boa tarde. Entre. — respondi tentando ao máximo não ser ríspido.

E ele entrou.

O mesmo indivíduo que houvera debochado da minha cara na sede da Vara da Infância.

Fechei a porta atrás de mim.

"Ok, isso já deu errado", minha mente me falou.

—Sente-se, por favor. Você aceita alguma bebida? — perguntei cordialmente olhando em seus olhos.

—Er... Sim, sim. Obrigado... — respondeu como se não acreditasse que eu estava me dirigindo a ele.

Assim, fui até a cozinha, pegar um suco para minha ilustre visita.

"Não tem mesmo nenhum veneno por perto né?", pensei.

Servi-o e este apenas recebeu em silêncio e com um aceno de cabeca.

Resolvi me sentar também.

O dito ser tomou seu último gole de suco e pôs o copo de lado.

E numa tentativa de irromper o silêncio, falou por fim:

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⏰ Last updated: Mar 04, 2018 ⏰

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Perfeitamente QuebradosWhere stories live. Discover now