Jantar

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—Sam, a campainha! — gritei e em questão de segundos vi o mesmo correr até a porta.

—Naomi! Entra! — eu os ouvia de longe.

Naomi entrava, desacompanhada.

—Minhas irmãs não puderam vir, mas agradeceram pelo convite. — disse.

—Ah, que isso. Sem problemas! — disse fazendo um gesto de "deixa pra lá" com a mão.

—Amor! — chamei Larissa baixinho. —Naomi está aqui.

—Sozinha? — perguntou.

—Pelo visto, sim.

—Ah, uma pena. — respondeu.

—Ou talvez... não para Sam. — sorri.

—Será!? — disse pensativa. —Não acho que Naomi... Bem. Veremos.

Sam e Naomi vinham agora em nossa direção.

—Naomi! — Larissa falou abrindo os braços em sua direção. —Que bom que veio!

—Digo o mesmo. — falei.

Naomi sorria timidamente. Usava um vestido preto e seus cabelos como sempre, soltos.

—É um prazer gente. — ela sorriu.

Fomos em direção à mesa da sala de jantar. Sam e Naomi se sentaram enquanto eu e Larissa terminávamos de pôr a mesa.

Quando estávamos colocando os último pratos, lembrei de algo.

—Larissa. — chamei-a.

—Sim?

—Cadê o Leo? — perguntei.

—Boa pergunta. — disse agora mais séria. —Ele tinha ido se arrumar. Por que não vai lá procurar ele?

—Vou mesmo. — e assim fui em busca de Leo.

Bati na porta de seu quarto e depois de não ter uma resposta resolvi abri-la. Vazio.

Olhei os outros quartos, o banheiro...nada.

Quando por fim resolvi ir até a área de trás, na piscina.

A noite estava incrivelmente iluminada, a Luz da lua invadia cada canto da cada quase tornando desnecessário o uso de lâmpadas àquela hora.

—Não me diga que você veio aqui tomar um banho de piscina? — me surpreendi com a voz de Leo próxima de mim. Não tinha notado sua presença.

Ele estava sentado em uma dessas cadeiras próximas a piscina , bebendo algo no canudo e camuflado na escuridão.

—Que susto cara. — falei me juntando a cadeira próximo a em que ele estava sentado. Ele sorriu e continuou a tomar sua bebida. —O que faz aqui? — perguntei.

—Acho que é óbvio, não? — disse.

—Sinceramente, não. — respondi e ele suspirou permanecendo em silêncio. Quando percebi que ele não ia falar, eu mesmo o quebrei.
—Cara, se ainda é por causa do que aconteceu hoje você sab...

—Pedro. — me interrompeu. —O que te torna um professor diferente? — perguntou, sem me encarar diretamente.

—Ham? — indaguei.

—Ah, você sabe. O que você acha que faz os alunos te amarem tanto? — explicou. E eu não tinha uma resposta para isso.

—Deixa pra lá. É claro que eu sei. E você também sabe, mas não vai admitir. — agora ele me olhava. —Eu sinceramente, estou bem. Melhor do que eu imaginava, aliás. Só pra você saber. Achei que eu ia me culpar por mais um tempo, mas... Você me ajudou. — ele dizia.
—Você parece ter esse hábito incontrolável de salvar as pessoas ao seu redor, mesmo sem perceber e mesmo sendo a pessoa que mais precisa ser salva. — eu não entendia mais do que se tratava aquilo.

Perfeitamente QuebradosWhere stories live. Discover now