(3) candy

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[P O V    P A R K  J I M I N]

Eu estava a gargalhar à alguns minutos, simplesmente porque Jeon Jungkook decidiu dar numa de engraçadinho, piadista. 

''Você entende, não é?'' Ele ria também, mais moderadamente, mas mesmo assim ainda era incrível de observar e ouvir. ''Provavelmente, nesse momento, tem um desgraçado qualquer carregando as nossas malas, e eu aposto com você que é o filho da recepcionista.'' 

Eu ri baixinho, porque era cruel pensar em uma coisa assim de alguém que eu não conheço, mas ele simplesmente puxou a minha mão e beijou os meus dedos, logo a deixando em cima do seu peito nu. Eu virei-me na cama, usando a mesma mão para tocar a sua face e virá-la para mim, logo juntando os meus lábios nos dele, porque afinal era sobre aquilo. Atenção. 

E nós ainda estávamos completamente sem roupas, sem querermos dormir porque era cedo e sem querer sair dali na mesma medida. 

''Estão batendo na porta, bobão.'' Eu o afastei levemente quando ele me puxou para mais, porque havia realmente alguém na nossa porta. 

Então ele levou o corpo para o outro lado da cama, apanhando os boxers no chão e vestindo-os, logo correndo pela sala do quarto e abrindo a porta daquele jeito. E eu ri, porque dali, através do espelho, eu podia ver toda a cena. 

O garoto que trazia as nossas malas em mãos olhou-o de cima a baixo, e em um gaguejo disse-lhe: 

''Eu peço desculpa, senhor, o sinal não estava na porta.'' 

Jungkook riu, aquele riso maléfico de uma criança que fez aquilo de propósito, dando espaço ao homem para entrar e observando todos os passos dele com atenção, o olhar semicerrando-se quando o mesmo se virou e o encarou de novo, sem saber o que fazer em relação a toda aquela exposição. 

''Mais alguma coisa?'' Acabou dando um passo em frente, levando uma mão à nuca com o braço erguido, quase para provocar. 

''Não, senhor.'' Ele apressou o passo para deixar o quarto e mesmo que sem olhar o Jeon, ainda sibilou um ''Bom dia.''. 

Depois disso Jungkook gargalhou e caminhou até à cama, onde forçou os joelhos e veio até mim, esticando os braços para que eu segurasse as suas mãos, e assim o fiz, deixando que ele me puxasse para cima, com o lençol entre nós. 

Depois ele ergueu uma sobrancelha, olhando em volta, para depois, sem sair do sítio e usando em seu favor o corpo grande, Jungkook esticou-se e pegou a sua camisa do chão, com a minha boxer junto. Então ele vestiu-me, passando a peça de roupa pelos meus braços e apertando apenas botões o suficientes para que a peça não me caísse pelos ombros. Depois eu vesti a boxer enquanto ele saltava para o chão. 

''Vem.'' Ele estendeu-me a mão mais uma vez e eu segurei-a, sentindo os meus pés frios contra o piso. E do nada ele ergueu o meu corpo, pegando-me e começando a andar antes de nada. ''Vou cozinhar para nós.'' 

Eu ri sozinho, segurando-me nos seus ombros. 

''E desde quando você sabe cozinhar, nenêm?'' 

Ele sorriu de canto, beijando-me a bochecha, para depois me deixar cair contra o balcão de mármore da cozinha, onde as minhas coxas se espalmaram e arrepiaram, sentindo o clima fresco dali. 

Nós nunca tínhamos dado muito uso àquela divisão, mesmo que eu soubesse cozinhar algumas coisas ele sempre preferia encomendar, mas, pelos vistos, não dessa vez. 

Ele tirou uma quantidade exuberante de legumes do frigorifico, e era assim que eu sabia que aquele hotel era um quanto muito bom. Depois uma tábua de madeira, uma faca grande e uma pequena. 

''E então?'' Eu insisti, enquanto ele pousava tudo o que parecia precisar do lado do meu corpo. 

''Aprendi no ano que passou.'' Ele respondeu, estendendo a faca de lámina afiada na sua frente, acabando por me assustar pela rapidez e proximidade. 

''Tempo livre, huh?'' 

''O quão bom é o seu palato?'' Ele murmurou, esquivando-se da minha pergunta como um pró. Eu sacudi os ombros, sem saber o que ele queria com aquilo e na esperança que o fizesse responder à minha suposição. Mas, ao invés de tudo o que eu podia acreditar que aconteceria, Jungkook moveu-se pela cozinha, em procura de simplesmente nada. Agarrou então um pano e voltou para o pé de mim com o tecido preto e fino em mãos, enlaçando-o em volta da minha cabeça sem a mínima autorização da minha parte, mas eu estava tão entregue que nem me importei. 

''E o que está fazendo agora?'' Eu perguntei, murmurando. 

''Consegue adivinhar o que é isso?'' Ele perguntou, segundos antes de pressionar algum alimento contra a minha boca, e eu ouvia-o mastigar no fundo então eu tratei de fazer o mesmo. 

''Está brincando?'' Eu gargalhei, engolindo aquilo com felicidade estampada em meu rosto. ''É maracujá.'' Eu respondi, confiante. 

E ouvi-o rir, para além de que aquilo só me provava mais uma vez errado, pois não eram mais só legumes. 

''E isso?'' 

Dessa vez, ao invés de sentir qualquer coisa que eu demoraria a identificar, foi impossivel para mim não o fazer, pois eram os lábios dele nos meus, não para me beijar, mas para entregar qualquer coisa na minha boca. E eu aceitei, abrindo-a levemente, e no final ele mordeu o meu lábio inferior com carinho, quase sem força alguma. 

O sabor de cereja na minha boca não se comparava ao sabor pelo qual eu estava ficando desejoso. Ele tirou o pano dos meus olhos, usando-o para limpar as mãos enquanto ria e mastigava no mesmo tempo, atirando uma cereja no ar e apanhando-a na boca, junto à outra que já tinha lá. 

''E o que possivelmente você fará com maracujá e cereja?'' Eu agarrei as bordas do balcão, cruzando as minhas pernas e encarando o que ele fazia, que se tratava de cortar os legumes que tinha trazido antes.

''Bombons.'' Ele respondeu, olhando-me e esperando a minha reação. ''Sabe aqueles ranhosos que você sempre compra lá em baixo?'' 

Eu acenei, porque irremediávelmente eu passava a vida com bombons do meu lado, fosse chocolate ou rebuçados de qualquer sabor. 

''São bons e você sabe!'' Eu resmunguei, empurrando o seu ombro de leve. 

''Depois de provar esses você não vai querer mais nenhuns.'' 

E esse era o problema. Mesmo que eu quisesse, eu não teria. 

It Ain't My Fault [jikook/kookmin]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora